Capítulo 10

Ricardo

Me faltava paciência quando eu dava uma ordem e a pessoa fazia de outra maneira. Mandei apenas que Felipe assustasse o Evans um pouco, mostrando como seria a vida nesse mundo. Felipe era de uma personalidade generosa, só não demonstrava. Ele ficou no internato até os 17 anos até ser adotado por uma família que fez o horror na vida dele.

O que aconteceu naquela ala de treinos no campo, a maneira que ele agrediu Evans, foi por causa da droga que ele injetou para assumir outra forma. Quando eu dou uma ordem, Felipe leva bem a sério e faz o melhor para cumprir sem se importar com mais nada. É um tipo de pessoa muito leal e grata a mim quando o salvei em certa época e também ter o acolhido.

— Me desculpa senhor Ricardo pelo que eu fiz.

Felipe se pôs de joelhos a minha frente. Sentado no sofá, analisei o que disse com atenção.

— Levanta.

Obedecendo minhas ordens, se concentrou em olhar para mim. Havia muita sinceridade por trás daqueles olhos verdes.

— Foi apenas um vacilo, entendo que você não quis agredi-lo daquele jeito. Só tome cuidado na próxima vez, não use a droga novamente quando se tratar de Evans.

— Pode me punir pela falta de compreensão da sua ordem.

— Não farei isso, mas o mandarei ficar de vigia. Observe tudo o que Evans fazer, principalmente a tentativa de fuga dele. Deixa tudo pronto para a viagem, sairemos amanhã pela madrugada no jatinho particular.

Acenou a cabeça em concordância. A viagem deveria ser repentina, o tempo que eu perdia ficando parado, aumentava a quantidade de gente que queria minha cabeça.

Suspirei fundo, queria ver até quando eles ficariam nessa palhaçada sabendo com que tipo de pessoa estavam se metendo.

Imaginava que o devedor do meu dinheiro fosse alguém mais velho, não sabia que seria uma pessoa tão jovem. Julgando pela personalidade de Evans e o quanto resistiu desde quando pisou os pés aqui, era alguém que não deixava os outros tomar posse sobre sua vida, isso inclui prende-lo.

Peguei um cigarro, ao me sentir um pouco ansioso dava vontade de fumar. Tinha uma coisa incomum em Evans que chamava atenção, me dava raiva não saber qual era. Sempre leio bem as pessoas, geralmente consigo decifrar um pouco sobre elas. As vezes sinto meu lado generoso agir por causa dele.

Eu poderia estar ficando louco de prestar atenção em um simples devedor. Lá no hospital estava tudo em paz, a notícia me deixou satisfeito, pois dava para fazer uma viagem sem problemas.

Da sala fui em direção ao quarto, caminhei até minha estante de livros na qual retirei um da capa cinza descobrindo o aparelho de código. Digitei a senha de 6 dígitos e tive acesso ao meu esconderijo de armas, mandei construir essa parte após a morte do meu pai, que o diabo o tenha.

Virei minha preciosa arma nas mãos dentre os variados tipos. Todas bem protegidas e conservadas. Costumo andar armado, mas para cada lugar de fora eu levava tipos diferentes. E a Áustria convidava a levar minha favorita.

Deixei minhas coisas prontas, apenas algumas peças de roupas e acessórios. Convidei Miguel para tomar um drink, já havia se tornado hábito. Antes de uma viagem beber um pouco.

— Ao que devo a honra de seu humilde convite?

Apresentava ironia na voz.

— Você já sabe Miguel, sempre o convido para um drink antes de viajar.

Ele ri se sentando no espaçoso sofá. Fiz sinal para que Felipe trouxesse uma garrafa de Tequila e nos servisse.

— O que você fez para o pequeno problemático ficar no hospital?

— Eu não fiz nada — Tomei um gole — Felipe que fez, tomou aquela substância.

Miguel gargalhou, ele amava esses tipos de coisas.

— Sério Ricardo, se você mandou fazer isso porquê o levou no hospital?

— Óbvio que para fazer a viagem.

Miguel certas horas me fazia ficar com raiva de certas perguntas.

— Direto ao ponto, qual o objetivo de levar a encrenca? Para te dar um chá de sumiço assim que você dormir?

Levantei uma das sombrancelha.

— Você é idiota ou o que? Claro que mandarei alguns homens vigiar o hotel caralho.

— Ricardo, o que você acha do Evans? Nunca sentiu vontade de experimentar uma fruta nova?

Travei o maxilar.

— Por que diz isso? Ele tem as mesmas coisas que eu tenho, qual seria a graça? E também é impossível rolar algo com um devedor.

Miguel termina de beber o resto da Tequila no copo.

— Bom, eu posso prova-lo em seu lugar.

— Miguel nem tenta fazer isso, ou vai cair no cacete. Ele é meu devedor não seu.

Me olhou de forma estranha sorrindo torto ao se levantar.

— Não vou mexer, mas cuidado.

Ele já estava ficando ruim da cabeça, não sei de onde tirou que eu poderia ter algo com Evans. Sou hétero desde que nasci, nunca vi homens de outra maneira. E também não seria agora que eu veria.

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Comments

Jeane Campos Campos

Jeane Campos Campos

todos são " héteros" até que se prove ao contrário meu filho 😏 nunca diga dessa água não beberei pois o caminho pode ser logo e vc pode voltar com cede 😌

2024-12-31

15

Tania Maria Rufino

Tania Maria Rufino

Vai achando.🤣🤣🤣. Você é hétero e eu sou a Angelina Jolie.🤣🤣🤣

2024-12-08

5

Nick84

Nick84

Miguel já enxergou o seu problema com o Evans, Ricardo. agr é só aceitar q dói menos 😎😎😎😎😎

2024-12-15

1

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