————————Elena————————-
Elena acordou com a luz suave do sol atravessando as cortinas pesadas de um quarto que ela não reconhecia. O teto alto, o lustre delicado e os móveis de madeira escura transmitiam uma elegância opressiva, mas estranha. Seu corpo doía, especialmente a perna, e logo a memória voltou como um soco: ela havia sido baleada.
Lentamente, tentou se levantar da cama macia, mas assim que colocou peso na perna ferida, sentiu uma dor aguda que a fez gemer. Um olhar para baixo revelou que o curativo estava manchado de sangue fresco.
Elena:Droga -murmurou, mas sua determinação não a deixou hesitar.
Com esforço, Elena conseguiu se apoiar na mobília enquanto explorava o ambiente. O quarto tinha uma grande janela que dava para o horizonte, mas ao olhar para fora, ela viu o problema: era muito alto. Fugir por ali seria impossível.
Elena:Então é isso-sussurrou para si mesma, a raiva crescendo
Elena;Prisioneira de Rafael D’Amato.
Ela se afastou da janela, tentando ignorar a dor, quando ouviu o som da maçaneta girando. Seu corpo ficou tenso, preparada para enfrentar quem quer que fosse, mas a figura que entrou era inesperada: uma mulher mais velha, de cabelos grisalhos presos em um coque e olhos bondosos. Ela trazia uma bandeja com comida e uma expressão gentil.
Clara:Ah, você está acordada, querida-disse a mulher com um sorriso caloroso
Clara:Sou Clara, a governanta desta casa. Como está se sentindo?
Elena ergueu o queixo, ainda desconfiada.
Elena:Onde estou? Por que estou aqui? E onde está Rafael?
Clara colocou a bandeja em uma mesa próxima e se aproximou com cuidado, como se estivesse lidando com um animal ferido.
Clara:Você está na mansão D’Amato, minha querida. O senhor Rafael trouxe você ontem à noite. Ele parecia muito preocupado com seu ferimento.
Elena bufou, cruzando os braços apesar da dor.
Elena:Preocupado? Foi um dos homens dele que atirou em mim!
Clara suspirou, seus olhos mostrando uma mistura de compaixão e cansaço.
Clara:Sim, eu ouvi sobre isso. Ele repreendeu o guarda com tanta severidade que acho que o homem vai pensar duas vezes antes de apontar uma arma novamente
Elena hesitou, confusa pelo tom maternal da mulher. Clara parecia sincera, e sua presença quase acalmava os nervos em frangalhos.
Clara:Você precisa descansar
Clara continuou, observando o curativo.
Clara:Esse ferimento ainda vai levar um tempo para cicatrizar. Posso ajudá-la a trocar o curativo e depois você pode comer algo
Elena deu um passo para trás, desconfiada.
Elena:Eu não preciso de ajuda
Clara inclinou a cabeça, paciente.
Clara:Você pode ser forte, mas até os mais fortes precisam de cuidado de vez em quando. Agora, sente-se. Não quero que você piore a ferida
Relutante, Elena se sentou na beirada da cama, mordendo o lábio para não demonstrar a dor. Clara pegou uma bolsa de primeiros socorros que estava sobre a cômoda e se ajoelhou ao lado dela, começando a trabalhar no curativo com mãos experientes.
Clara:Você é uma jovem corajosa
Clara comentou enquanto limpava a ferida.
Clara:Não deve ser fácil passar por tudo isso.
Elena:Eu não pedi para estar aqui-disse Elena, tentando manter o tom firme, mas a tristeza escapou em sua voz.
Elena:Meu pai me vendeu, e agora sou prisioneira de um homem que pensa que pode controlar tudo.
Clara fez uma pausa, olhando para Elena com doçura.
Clara:O senhor Rafael tem seus defeitos, é verdade, mas ele não é um homem sem coração. Ele me deu um lar e trabalho quando eu não tinha mais nada. Talvez… talvez ele te surpreenda.
Elena balançou a cabeça.
Elena:Eu não quero ser surpreendida por ele. Quero minha liberdade. Quero minha vida de volta.
Clara suspirou novamente, mas não discutiu. Assim que terminou de trocar o curativo, levantou-se e foi até o armário.
Clara:Bem, isso não é algo que posso resolver. Mas posso te ajudar a se sentir um pouco mais confortável. Vou te ajudar a se vestir. Temos muitos vestidos bonitos aqui, que com certeza vão caber em você.
Elena:Eu não preciso de ajuda para me vestir -disse Elena, mas Clara já estava pegando um vestido azul simples e elegante, colocando-o na cama.
Clara:Querida-Clara disse com um sorriso terno,
Clara:ajudar é o que eu faço. Deixe-me cuidar de você, pelo menos por hoje. Depois, você pode lutar com quem quiser.
Elena olhou para Clara, sentindo um nó na garganta. Havia algo tão genuíno naquela mulher que a fez baixar a guarda, mesmo que apenas um pouco.
Elena:Está bem-murmurou, quase vencida pelo cansaço.
Clara sorriu triunfante e começou a ajudá-la a tirar a camisola hospitalar. Seus movimentos eram gentis e cheios de cuidado. Quando Elena finalmente estava vestida, Clara ajeitou o tecido e deu um passo para trás.
Clara:Você está linda- disse, orgulhosa.
Clara:Agora, vou buscar algo quente para você comer. Depois disso, quem sabe, podemos dar um passeio pelo jardim. O ar fresco pode fazer bem
Elena olhou para Clara, a desconfiança ainda presente, mas algo mais começou a brotar: um sentimento de conforto, algo que ela não sentia há muito tempo.
Elena:Obrigada -disse ela, com a voz baixa, mas sincera.
Clara tocou levemente o ombro de Elena.
Clara:Não precisa agradecer. Estamos juntas agora, pelo menos até você descobrir seu próximo passo. Vamos dar um jeito, querida.
Enquanto Clara saía do quarto, Elena se permitiu respirar fundo. A governanta era gentil, mas Rafael ainda era um problema. Ela sabia que precisaria de mais do que força para enfrentá-lo e recuperar sua liberdade.
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Atualizado até capítulo 44
Comments
Dulce Gama
Que bom que ela encontrou uma pessoa boa no lado dela uma senhora porque a maioria das vezes as funcionárias são novas e dorme com o patrão 😂😂🎁🎁🎁🎁
2024-12-12
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