Annie? – ouvi Alfonso me chamar, ao mesmo tempo que continuei a ignorar sua existência no local, mesmo antes dele se anunciar quando meu corpo já notava sua proximidade, bebi mais um gole de vinho mantendo o olhar no livro que estava em meu colo no sofá. – amor, hey, o que há?
Suspirei. Por onde começar? Meu namorado vigiando a ex 24h por dia? Essa merda toda em que todos estamos envolvidos? Um ex namorado psicopata e obcecado que estava com um trunfo em mãos e saberia usar muito bem ele?
- Estou com dor de cabeça. – respondi fingindo um sorriso – Apenas dor de cabeça.
- Quer um remédio? Um chá? – analisou se abaixando para beijar meu cabelo – está tão cheirosa.
- Onde está Chloe ? - recuei levantando do sofá e jogando o livro na mesa ao lado.
- No quarto, dormiu de cansaço após a aula. – respondeu, se encostando no braço do sofá de braços cruzados – Há quanto tempo você sabe?
- Desde de o café da manhã. – suspirei pegando uma caneca de café e me mantendo de costas para Alfonso – Eu odeio essa merda toda. Odeio meu pai por ser líder disso, odeio Dulce por ser uma vadia, odeio você por mentir pra mim.
- Eu não menti, eu omiti. – rebateu me fazendo rir ironicamente – Anahí , você meteu ela nessa merda toda, e eu sinceramente não entendo o que a porra daquele policial Zinho de merda tem que atrai tanto vocês. Mas se Dulce abrir a boca, seu pai não será nem o problema, tanto para ela quanto para todos nós.
- Eu meti ela nisso Alfonso? Eu? Ela é uma mulher adulta pelo amor de Deus. Sabe muito bem o que faz e o que não faz. Se abriu as pernas foi por que quis e tudo o que ela decidir fazer agora terá as consequências que ela escolher. – respondi – você teve uma merda de uma escolha, e você quem me escolheu, então me diz Alfonso – perguntei me virando e encarando ele que mantinha o rosto impassível e os braços cruzados – Eu deveria me preocupar?
- Está sendo impossível. – rebateu se levantando e vindo em minha direção – sempre cuidei de Dulce Anahí, eu trouxe ela para cá me sinto responsável por ela.
- Ah sim, e o próximo passo é abrir um harém? -ironizou – você não é responsável por alguém que não pertence a você Alfonso. Se manque.
- Me deixe cuidar disso, não vai nos afetar em nada. -tentei me afastar de Alfonso quando ele me prendeu de encontro a bancada - Eu juro para você baby, - ele alisou meu queixo quando pediu - confie em mim.
____
Os saltos dela cantavam a cada passo, era linda, e sabia exatamente o que estava fazendo.
Quero que você imagine uma mansão, na medida correta do luxo. Imagine uma garoa gelada que deixava o cheiro da grama em volta da residência ainda mais acentuado. Imaginem um piso de mármore preto que se estendia desde as sete escadas ao começo da imensa porta de madeira escura.
Ela sorria ao subir as escadas, o salto estalando a cada passo, e sorria ainda mais ao tocar a campainha que tocou como uma canção pela imensa casa.
Ela não deveria estar ali.
O sobretudo preto e a peruca ruiva dizia muito sobre isso: ela não deveria estar ali.
Volte.
Volte.
Volte.
Volte.
E apesar de cada músculo de seu corpo gritar, ela sorriu para a linda mulher que abriu a porta encarando ela com imensos olhos negros.
- Olá Tisha.
A mulher sorriu de volta, um sorriso que arrepiou cada fio de sua coluna.
- Olá Maitê.
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Atualizado até capítulo 35
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