Capítulo 05

É, você me deixou surpreso Anahí.

Sorri ao beber mais um gole da minha cerveja. Alfonso se sentou ao meu lado, e eu continuei sem encara-lo, apesar de saber que seus olhos estavam bem atentos aos meus movimentos.

- Surpreso? Porque, querido? Você não achou que eu iria ficar trancada lá embaixo, não é? Eu também gosto de um pouco de diversão.

- Você gosta de chamar a atenção, isso é diferente de querer se divertir.

- Se julga tão inteligente... eu tenho pena de você Alfonso.

Me levantei dando as costas para Alfonso que em um movimento rápido me puxou para perto de si. Tão perto, Que eu conseguia sentir cheiro do whisky em seus lábios. Me segurando forte ele se aproximou, e eu estava entregue, eu queria aquilo, porém não tão fácil. É quando ele se aproximou mais para me beijar, eu desviei.

- Ah não. Que foi? Vai me dizer que está surpresa por eu tentar te beijar?

- Não. Eu não estou surpresa por você tentar me beijar, estou surpresa por você achar que eu iria corresponder.

E com um sorriso de vencedora me soltei de Alfonso, o deixando completamente frustrado para atrás.

Ponto para você Anahí.

___

- Até quando você vai me ignorar?

Maitê nem sem mexeu, continuou folheando os documentos que tinha em mãos o que me fez revirar os olhos.

- May, é sério. Não podemos superar isso?

- Não.

- Você é impossível sabia? Eu sinto sua falta...

Maitê suspirou largando os documentos na mesa e me encarando com os braços cruzados.

- Eu também sinto sua falta. Mas eu sei também que na primeira oportunidade você foge daqui como um rato.

- E você me odeia por isso?

- Odeio você por não me contar o que está sentindo. Odeio você por ter ido embora sem ter me avisado. Achei que éramos parceiras.

- E somos. Juro. Olha, - mostrei meu pulso para ela, onde estava a nossa pulseira da amizade que era de prata, é com duas algemas como pingente - Parceiras nos crimes, lembra? Sempre juntas. Eu nunca tirei, e nem vou tirar. Eu sei que errei com você, me desculpa por isso. Eu sinto sua falta, May.

- Eu Também não tirei. - ela mostrou a dela puxando sua blusa de manga mais para cima - Eu te odeio, sabia?

Dito isso ela correu para me abraçar, e eu sabia que estava tudo bem a partir de ali. Maitê podia ser difícil mais era extremamente sentimental, e era minha melhor amiga. Já havíamos passado por coisas demais juntas, e ela era uma das poucas pessoas que de fato me conheciam por inteiro. Sorri para ela quando a mesma me soltou do abraço e começou a contar sobre tudo o que havia acontecido enquanto eu estive fora, me sentei a uma distância considerável para analisá-la enquanto prestava atenção a cada uma de suas palavras. Percebi naquele momento que uma pequena parte de mim estava feliz por estar de volta. Por poder conversar novamente com Maitê.

E por Deus, eu não havia me dado conta de como eu sentia falta dela.

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