Foi uma noite péssima.
Pesadelos e mais pesadelos. - Acordei de cinco em cinco minutos, assustada e sobressaltada.
Eu só queria estar em casa.
Mas isso não ia acontecer, muito menos com papai deixando Alfonso Herrera como meu cão de Guarda.
Sortuda não?
- Any? - ouvi duas batidas na porta levemente para então a carinha fofa de Clair aparecer analisando meu quarto.
- Oi pequena! Bom dia. - respondi sorrindo para ela, era óbvio que ela não tinha culpa de invadir minha casa sem ser convidada, isso era coisa do animal de seu irmão.
- Poncho disse que você ia me levar ao ballet hoje. E que podíamos tomar sorvete ou assistir um filme.
- Ah, ele disse?
- É eu disse.
Sorri com raiva para Alfonso que apareceu na minha porta com os braços cruzados e um sorriso galanteador.
- Você quer sair, não é? Então vá. Mas leve Clair ao ballet, cuide dela lá fora. Eu sei que você não teria coragem de fazer nada com ela por perto.
- Você não acha que confia de mais em mim?
- Não eu não acho. O endereço da escola de ballet está na mesa da sala, Clair vai esperar você lá enquanto se arruma.
Dito isso ele estendeu a mão para a menina que aceitou de bom grado e saiu com o irmão do meu quarto.
Era só o que me faltava. Além de estar sendo mantida presa, ainda vou ser baba.
Mas antes isso do que passar meu dia inteiro trancada aqui.
...
- Clair você já decidiu? - perguntei pela terceira vez enquanto a garotinha loira e pensativa ao meu do meu lado olhava para ambos fast food.
- Acho que quero Mcdonalds mesmo, Annie.
Após duas horas de aula de ballet, levei Clair comigo ao shopping onde decidimos que iríamos comer um lanche e comprar uns doces para comermos em casa.
Casa.
Era tão estranho após tanto tempo eu reconsiderar aquele lugar como minha casa. Mesmo que eu tenha sido forçada a isso.
- Olha a gente pode passar em alguma loja aqui e comprar uns doces, pipoca, E assistirmos um filme na minha casa amanhã. Topa?
- Sim!!!! -Respondeu eufórica, mordendo novamente seu lanche.
Acabei cedendo as batatas fritas de Clair, e após meia hora de comilança voltamos a andar pelo shopping parando frente a um Pet shop onde Clair paparicava os cachorrinhos.
- Anahí?
Gelei. Isso não estava acontecendo. Olhei em pânico para Clair, para então me virar e dar de cara com Christopher me encarando sério. Provavelmente estava em horário de almoço.
Burra, burra, burra Anahí!
Esqueci completamente que ele costuma vir também a esse shopping todos os dias para almoçar.
- Clair, vem vamos. - pedi estendendo a mão para a menina que seria e estranhando a situação obedeceu .
- Sem chance. Você está desaparecida a semanas, não sai daqui sem me dar uma explicação. Não esquece que eu posso te levar a força daqui também. Quem é a menina?
- Christopher, por favor. Sem show. Eu não te devo explicação nenhuma.
- Quem é a menina?
- Sou Clair Herrera. Não é um prazer. Eu quero ir embora, Annie.
Olhei para Clair desesperada, se Christopher ligasse os pontos e descobrisse de quem ela era irmã estávamos perdidas.
- Ela é minha prima. Estou na casa de uma tia minha, quero dar um tempo de tudo e todos. - menti.
- É pelo que aconteceu naquela noite? Any, por Deus.
- Christopher eu tenho que ir, tá legal? Me deixa.
Puxei Clair para longe dali, e quase que correndo fomos para o estacionamento.
___
- Ele seguiu você?
- Não. Eu me certifiquei disso.
Alfonso andava de um lado para o outro na cozinha da minha casa, estava irritado, E eu não poderia me dar ao luxo de rebater seu nervosismo.
Era minha culpa.
- Tá legal, você vai abrir um buraco no chão. E só para te lembrar já estamos no subsolo.
- Se ele seguiu você, Anahí, já pensou? Aliás, você expôs minha irmã á isso. Que te passa na cabeça? Eu estava tentando tornar as coisas mais agradáveis para você. Mas você é uma fodida mesmo.
Maravilha. Como se já não bastasse o sufoco, o Pitbull de papai decidiu rosnar também.
- Tornar as coisas agradáveis? Deixa eu refrescar sua memória seu filho da puta, eu fui OBRIGADA A ESTAR AQUI. Eu tinha uma vida, Eu tinha um emprego e fui OBRIGADA a estar novamente nessa merda toda que não pedi para fazer parte.
- Me poupe de suas crises de criança mimada agora, Anahí. Você errou, feio, aceite.
Revirei os olhos, não vale a pena prosseguir com isso. Alfonso era um grande estúpido, e eu não iria me desgastar com ele.
- Foi você quem me mandou sair.
- Não irá se repetir.
Dito isso ele saiu, me joguei na cadeira da bancada da cozinha. Sentia o sangue pulsar no meu rosto
Quem ele pensa que é?
Vou mostrar a Alfonso Herrera quem é a fodida aqui.
...
Sorri para o espelho após fazer o último cacho do meu cabelo. Meu cabelo estava gigante, com cachos até a metade. E eu estava apenas com uma lingerie preta, rendada por cima com uma meia calça arrastão, saltos pretos e uma maquiagem marcada.
Peguei meu sobretudo ouvindo o barulho do meu salto estalar no quarto, apaguei a luz saindo e fechando atrás de mim a casa.
Fechei o único botão do grande sobretudo subindo para o Club.
A fodida aqui, iria se divertir.
...
Sexo.
O Clube fedia a sexo. A música sensual ecoava alto, e estava lotado. Eu sabia que muitos olhares estavam em mim, e não posso negar o quão maravilhoso é isso, mas eu sabia também que o alvo ainda não havia sido atingido.
E ele seria.
- Uma cerveja, por favor.
Olhei em volta para dar de cara com Christian me encarando para então se aproximar.
- Isso é lugar para você estar, dona?
- Querido, já ouviu a frase "As meninas más vão aonde querem?"
- Certamente foi feita para você. Quem é o alvo? Ouvi murmurinhos de você e Alfonso estarem em pé de guerra.
- Não ligaria para murmurinhos se fosse você, não tem alvo. Eu vou apenas me divertir.
- E eu sou a Madonna.
Bebi um grande gole da minha cerveja ignorando Christian e encarando o palco de stripper a minha frente.
- Apenas observe .
Subi no palco, pedindo para as mulheres ali se retirarem. Olhei em volta, localizei o alvo, e então mirei.
Soltei o sobretudo no chão sorrindo, e me aproximei da Barra de metal à minha frente, Maitê e eu aos 18 anos fizemos aulas de stripper, é uma dança tão diferente e julgada, mas ao mesmo tempo tão cativante e sensual, eu sabia dançar, apesar de não ser nenhuma profissional, eu sabia exatamente o que fazer. O Club havia assumido um silêncio assustador, a não ser pela música que acabava de começar.
E então ao som de Stereo Love, dancei.
___
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 35
Comments