No luxuoso trono dourado do reino do Sol, o rei estava sentado com a testa franzida, seus conselheiros murmuravam inquietos ao redor dele. O salão, iluminado por uma luz amarela vibrante, parecia refletir a tensão no ar. O imperador do clã Fomeger havia enviado sua ameaça: "Apoie nossa guerra ou seja destruído como inimigo."
– Majestade – começou um dos conselheiros, um homem de cabelos prateados e semblante cansado. – Chegou o momento de decidir. Se ficarmos contra o clã Fomeger, eles destruirão tudo o que construímos. Mas se nos unirmos a eles... podemos preservar o reino.
O silêncio pairou no ar. O rei inclinou-se levemente para frente, segurando o braço do trono com força. Ele estava prestes a responder quando, de repente, uma voz ecoou de todas as direções, preenchendo o salão como se o próprio sol estivesse falando.
– Vocês não vão se aliar a eles – a voz ecoou, profunda e poderosa.
Os conselheiros arregalaram os olhos, e alguns já começaram a murmurar encantamentos mágicos, preparando-se para atacar quem quer que fosse aquela presença misteriosa.
– O que é isso? – gritou um dos conselheiros, olhando ao redor do salão. – Quem ousa invadir o reino do Sol?
O rei, no entanto, reconheceu o tom. Sua expressão mudou, e ele se levantou abruptamente.
– Filha... é você? – perguntou, sua voz misturando surpresa e apreensão. – Que poder é esse? Antes, eu sentia sua presença em quilômetros, mas agora... agora você está em todos os lugares ao mesmo tempo.
De repente, atrás dele, uma figura luminosa começou a se formar, brilhando com uma luz tão intensa que fez todos no salão ofuscarem os olhos. Era Yellow, a princesa do Sol, mas algo nela estava diferente. Ela não era mais a garota que ele conhecia; seu corpo parecia feito de pura luz, como se a própria essência do Sol fluísse por suas veias.
– Estou aqui, Papai, mas na verdade, estou em todos os lugares – disse Yellow, sua voz ecoando como um coro de sinos.
O rei caminhou em direção a ela, mas hesitou. Havia algo nela que era maior do que ele poderia compreender. Ele estendeu a mão, quase como se quisesse tocá-la.
– Filha... será que podemos confiar em você? Será que podemos confiar no Brix para salvar nosso clã? – perguntou o rei, sua voz carregada de dúvida e esperança.
Yellow deu um sorriso tranquilo, mas havia um brilho de determinação em seus olhos.
– Pode confiar, Papai. Sei o que fomeger estão fazendo agora, e eles não são páreo para o meu poder. Eu já estou cuidando de tudo.
Antes que o rei pudesse responder, um dos conselheiros, que parecia mais cético, se adiantou com um sorriso sarcástico.
– Então mostre-nos, Vossa Alteza, como pretende proteger o reino. Quero ver do que você é capaz.
Yellow não respondeu imediatamente. Em vez disso, ela ergueu a mão delicadamente, e um som sutil preencheu o salão. Todos olharam para cima, e através do teto translúcido, viram uma criatura gigantesca descendo dos céus. Era um Brix de luz, mas diferente de tudo que já haviam visto. Seu corpo brilhava em um amarelo dourado, mas seus olhos eram como brasas vermelhas de fogo, irradiando uma energia avassaladora. Suas caudas eram afiadas como lâminas e faiscavam com eletricidade. Cada passo que dava fazia o chão vibrar.
– Essa é apenas uma das minhas crianças – disse Yellow calmamente. – Elas protegem o castelo agora. Mas não é só isso.
Um dos conselheiros aproximou-se de uma janela lateral e olhou para fora. O que viu o fez perder o fôlego. O castelo estava cercado por uma legião de criaturas semelhantes, todas brilhando intensamente. Elas pareciam bestas de guerra, prontas para defender o reino com uma força implacável.
– Na fronteira do reino – continuou Yellow –, temos Golens de luz protegendo cada entrada. No céu, os Melodias de guerra já estão posicionados. Cada canto deste reino está sob minha proteção. Eles terão que passar por mim antes de chegarem a vocês.
O rei olhou para sua filha, seu rosto um misto de espanto e orgulho.
– Filha... – começou ele, mas sua voz falhou.
Yellow caminhou até ele, colocando uma mão leve no ombro de seu pai.
– Não se preocupe, Papai. Vocês estarão seguros. Eu estava esperando esse momento... esperando para testar minhas crianças.
Sua confiança era palpável, e o rei sabia que algo havia mudado nela. Ela não era mais apenas a princesa do Sol; ela era a protetora do reino. E, pela primeira vez, ele sentiu que talvez, apenas talvez, eles pudessem resistir ao poder do clã Fomeger.
No trono de pedra negra do reino Fomeger, o imperador estava cercado por seus conselheiros mais fiéis. A sala parecia mais sombria do que o normal, a luz das tochas tremulando como se estivessem conscientes da tensão que pairava no ar. O imperador, com um sorriso frio no rosto, levantou-se e encarou os homens reunidos.
– É hora de usarmos a esfera – declarou, sua voz ecoando pelas paredes do salão.
Um dos conselheiros mais velhos, um homem com cabelos grisalhos e olhos marcados pelo cansaço, deu um passo à frente. Seu tom era hesitante, quase temeroso.
– Majestade... mas a esfera está carregada com uma quantidade imensa de magia acumulada. Durante anos, extraímos o poder da salamandra de fogo e até usamos magia proibida do submundo. O que você pretende fazer com algo tão perigoso?
O imperador virou-se lentamente, seus olhos brilhando com uma intensidade que fez o conselheiro recuar.
– O que eu pretendo? – ele repetiu, um tom de sarcasmo em sua voz. – Eu pretendo vencer esta guerra. Não importa o custo. Essa esfera foi feita para um momento como este, e agora chegou a hora de usá-la.
Outro conselheiro, mais jovem e claramente nervoso, perguntou com cautela:
– E quanto às bestas que estão presas? O que faremos com elas?
O imperador caminhou até a janela, olhando para o horizonte escuro de seu reino. Ele permaneceu em silêncio por um momento antes de responder.
– Libere todas. Cada uma delas. Avise ao esquadrão do submundo que se prepare. Vamos usar tudo o que temos. Não deixaremos sobreviventes.
O conselheiro jovem parecia alarmado com as palavras do imperador, mas não ousou questioná-lo. Um silêncio pesado se instalou na sala até que outro conselheiro, mais ousado, decidiu falar:
– Majestade... e quanto à mãe de Félix? Ela ainda está presa no submundo. Vamos trazê-la de volta para usar seu poder?
A expressão do imperador endureceu instantaneamente. Ele se virou com um olhar que gelou o sangue de todos no salão.
– Não! – ele gritou, sua voz cortando o ar como uma lâmina. – Aquela mulher não deve sair do submundo. Nunca. Onde ela pisa, a morte a segue.
O conselheiro que havia feito a pergunta ficou pálido, claramente arrependido de sua curiosidade. Um outro conselheiro, que não estava familiarizado com a história, olhou ao redor confuso e perguntou em voz baixa:
– O que exatamente está acontecendo? Quem é a mãe de Félix?
Um dos soldados, que estava em silêncio no canto do salão, inclinou-se para sussurrar ao conselheiro:
– A mãe de Félix... é a própria morte.
O conselheiro arregalou os olhos, sua pele ficando ainda mais pálida.
– A morte? – ele murmurou, incapaz de conter seu espanto.
O imperador voltou a sentar-se no trono, observando a reação de todos ao seu redor. Ele sabia o peso que o nome da mãe de Félix carregava, mas não tinha tempo para lidar com medos inúteis. Ele olhou para os conselheiros com desdém.
– A partir de agora, nenhum de vocês mencionará o nome dela novamente – declarou com firmeza. – Nossa prioridade é usar a esfera, libertar as bestas e destruir o Brix antes que ele recupere todo o seu poder.
O salão do trono estava envolto em um silêncio denso, cortado apenas pelo som distante das tochas crepitando. O imperador se inclinou para frente em seu trono, com os olhos fixos no conselheiro responsável pelo submundo. O homem estava nervoso, torcendo as mãos enquanto esperava a próxima ordem.
– Me diga – começou o imperador, sua voz firme e cortante –, como estão os Sete Pecados Capitais?
O conselheiro respirou fundo antes de responder, sua voz um pouco trêmula.
– Majestade, desde que neutralizamos o poder da rainha deles, os Sete Pecados Capitais entraram em um sono profundo. Eles permanecem dentro das esferas, em contenção. Até agora, não houve qualquer sinal de atividade.
O imperador franziu a testa, impaciente. Ele se levantou lentamente, a capa pesada deslizando pelo chão de pedra.
– E por que ainda estão adormecidos? Não me diga que seus cientistas incompetentes ainda não conseguiram despertar essas forças. – Sua voz gotejava desprezo.
O conselheiro engoliu em seco e explicou com cuidado:
– Senhor, nossas equipes têm trabalhado incansavelmente, mas os Sete estão profundamente ligados ao poder da rainha. Sem a energia dela, eles não têm como acordar completamente. Tentamos manipular as esferas, injetar magia proibida e até canalizar o poder extraído da salamandra de fogo, mas ainda assim... falhamos.
O imperador deu um passo à frente, cada movimento seu exalando autoridade. Sua presença parecia encher todo o salão, como se o ar ao redor fosse mais pesado. Ele parou diante do conselheiro e olhou diretamente em seus olhos.
– Eu não aceito falhas. Quero que você adiante o processo. Se for necessário, use o poder da esfera que extraímos. Não temos mais tempo para hesitar. Você sabe o que está em jogo, conselheiro?
O conselheiro assentiu rapidamente, suando sob o peso do olhar do imperador.
– Sim, majestade. Entendo completamente. Farei o que for necessário para acelerar o processo.
– Ótimo. Porque se falharmos... – O imperador fez uma pausa, permitindo que a ameaça pairasse no ar. – Não sobrará nada para governarmos. Vá agora e certifique-se de que isso seja resolvido.
O conselheiro inclinou-se em uma reverência profunda antes de se apressar para fora do salão, com o coração batendo acelerado. Ele sabia que o imperador não toleraria mais desculpas. Se os Sete Pecados Capitais não fossem despertados a tempo, toda a estratégia do reino Fomeger estaria comprometida.
CONTINUA....
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Atualizado até capítulo 66
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