evolução

Assim que aquele fenômeno mágico se dissipou, o colégio inteiro foi tomado por rumores e conversas sobre o evento extraordinário. Todos comentavam sobre as pétalas cristalinas, o alce de neve e as lendas do clã Brix, alimentando histórias e teorias que apenas aumentavam a curiosidade dos alunos. Os dias se passavam, mas o evento continuava fresco na memória de todos, uma lembrança que se recusava a desaparecer.

A notícia do fenômeno, no entanto, não ficou restrita ao colégio. Rapidamente, rumores se espalharam para fora dos muros da escola, atravessando cidades, países e continentes. Os diferentes clãs ao redor do mundo começaram a ouvir sobre o que havia acontecido naquele dia. As lendas do clã Brix, uma linhagem que todos acreditavam estar extinta, começaram a ressurgir. Para muitos, o clã Brix era um mito, uma história perdida no tempo, mas agora, com o fenômeno recente, a crença de que eles poderiam realmente ter existido se tornou cada vez mais forte.

Teorias e rumores fervilhavam em cada clã. Alguns acreditavam que o clã Brix era o mais poderoso de todos, capaz de controlar forças que iam além do imaginável, enquanto outros discutiam se o reaparecimento desse poder poderia trazer consigo uma nova era de conflitos e disputas entre os clãs. Nos salões e reuniões, conselhos de diferentes clãs discutiam o que aquele fenômeno significava, enquanto os jovens ficavam fascinados com a possibilidade de que uma lenda antiga estivesse realmente viva entre eles.

Durante esse tempo, a amizade entre Liam, Sofhax, Yellow e Maylem crescia a cada dia. Eles se tornaram inseparáveis, compartilhando risadas, confidências e momentos de cumplicidade que faziam o tempo passar rápido. Sofhax, com sua personalidade imponente e proteção quase instintiva sobre o grupo, era como uma guardiã. Yellow, sempre divertida e cheia de energia, trazia alegria ao grupo, enquanto Maylem, gentil e compreensiva, era a voz de calma e equilíbrio.

Liam se sentia em casa ao lado delas, sentindo um pertencimento que nunca experimentara antes. Aquela amizade o fortalecia, fazendo-o esquecer, ao menos por um tempo, das incertezas e medos que carregava.

Por outro lado, Félix continuava sua rotina ao lado de Blue. Eles eram o casal de destaque do colégio, e a presença de Blue ao lado de Félix reforçava sua imagem de poder e controle. No entanto, algo mudara dentro de Félix desde o dia em que vira Liam no refeitório. Cada vez que cruzava os corredores ou participava dos eventos do colégio, seus olhos, quase involuntariamente, buscavam por Liam. Era como se algo dentro dele estivesse magnetizado, uma força que ele não conseguia entender, mas que o puxava constantemente em direção a Liam.

Sempre que Félix avistava Liam se aproximando, aquela sensação tomava conta de seu corpo, um turbilhão de emoções intensas e confusas que o faziam hesitar. Seu coração acelerava, o calor subia por suas veias, e ele sentia uma mistura de fascínio e medo que o fazia fugir. Era como se, ao encarar Liam, estivesse encarando algo dentro de si que ele não estava preparado para aceitar.

Liam, por outro lado, sentia algo semelhante. Sempre que via Félix de longe, uma onda de emoção o dominava, e ele tentava ignorar, desviando o olhar, fingindo que não sentia nada. Mas, no fundo, sabia que Félix despertava algo dentro de si que ele não conseguia explicar, um sentimento misterioso que, ao mesmo tempo que o atraía, também o assustava.

Enquanto isso, os rumores sobre o clã Brix só aumentavam. Cada clã, grande ou pequeno, espalhado pelos quatro cantos do mundo, discutia o que o retorno desse poder poderia significar. Muitos estavam inquietos, temendo que o ressurgimento da linhagem Brix pudesse representar uma ameaça à ordem estabelecida entre os clãs. Outros estavam fascinados e intrigados, ansiosos para descobrir mais sobre os poderes e habilidades lendárias dessa linhagem mística.

E assim, em um jogo silencioso de fuga e atração, Liam e Félix começaram a evitar cruzar os caminhos, como se soubessem que se encontrarem poderia acender uma chama que nenhum dos dois estava pronto para enfrentar. Mas, com cada dia que passava, a tensão entre eles aumentava, assim como o burburinho dos clãs ao redor do mundo, em uma crescente expectativa de que algo muito maior estava prestes a acontecer.

Com o burburinho sobre o clã Brix se espalhando pelo mundo, o clã Sol decidiu abrir suas portas ao colégio, convidando todos para um dia especial em suas terras. A oportunidade de visitar um dos clãs mais respeitados e misteriosos causou uma onda de empolgação entre os alunos.

No dia marcado, todos embarcaram no ônibus do colégio, o qual parecia atravessar o espaço e o tempo, como se levasse os alunos para um outro mundo. Em poucos momentos, o ônibus atravessou um portal e, ao chegar ao destino, a visão que se apresentou aos alunos foi deslumbrante. Portões enormes, de um dourado resplandecente, abriram-se diante deles, rodeados por flores amarelas que brilhavam como se absorvessem diretamente a luz do sol. Um suspiro coletivo de admiração ecoou dentro do ônibus.

Liam, com os olhos arregalados e um sorriso sincero, olhou para Yellow ao seu lado, absorvendo a beleza daquele lugar. -Então… é aqui que o seu clã vive?- Ele mal conseguia esconder a emoção na voz. -É… simplesmente lindo!

Yellow, com um sorriso orgulhoso, assentiu. -Sim, bem-vindo ao nosso lar. Aqui é o clã Sol.- Ela estendeu o braço, como se quisesse mostrar a ele toda a grandeza daquele lugar que tanto amava.

Maylem, que estava sentada à frente, virou-se e olhou para Liam com curiosidade. -Espera aí… você nunca veio ao clã Sol antes?

Liam balançou a cabeça, ainda encantado com o que via. -Não, é a minha primeira vez aqui,- respondeu ele, ainda olhando ao redor, tentando absorver cada detalhe do cenário maravilhoso à sua frente.

Maylem sorriu, como se estivesse compartilhando um segredo. -Então você está no lugar certo, Liam. Aqui é onde os grandes Brix de luz costumavam estar… aqueles que espalhavam paz e harmonia pelo mundo.

Liam, intrigado, se inclinou mais próximo à janela do ônibus, e foi então que ele viu algo que lhe tirou o fôlego. No céu, sobrevoando as colinas e florestas ao redor, ele viu uma criatura majestosa que parecia pertencer a um conto antigo. A criatura era gigantesca, com o porte de um elefante, mas tinha pernas de leão poderosas, a cabeça de um tigre, e várias caudas que balançavam suavemente ao vento. Cada movimento das caudas emitia um som mágico, como uma melodia que parecia ecoar pela alma, despertando emoções adormecidas.

-Você está vendo isso, Yellow?- Liam perguntou, a voz carregada de espanto.

Yellow seguiu seu olhar, sorrindo ao ver a expressão encantada no rosto dele. -Ah, sim. Esses são os Brix do Som,- disse ela com orgulho, um brilho nos olhos. -Aqui, nós os chamamos assim.

Liam olhou para o céu, onde várias dessas criaturas flutuavam em perfeita sincronia, como se estivessem dançando uma coreografia invisível. -Brix do Som,- repetiu ele em um sussurro, absorvendo o significado e a beleza daquela expressão. Cada criatura emitia uma nota que se fundia com a das outras, criando uma sinfonia natural que preenchia o ar, como se o próprio ambiente estivesse vivo e cantando.

Uma das criaturas desceu suavemente em direção a um lago próximo. Liam observou, encantado, enquanto ela pairava sobre a superfície da água, sem causar uma única ondulação. A água permanecia imóvel, refletindo o céu e as criaturas acima com uma serenidade que parecia quase sagrada.

-É… é como um sonho,- murmurou Liam, os olhos brilhando. -Como se o tempo parasse só para que eu pudesse apreciar isso.

Yellow colocou a mão no ombro dele, sorrindo. -Esse é o clã Sol, Liam. Nossa casa é um lugar de luz e paz, onde os elementos e as criaturas vivem em harmonia. Eu sabia que você ia gostar.

Liam desviou o olhar para ela, e havia um brilho de gratidão e alegria em seus olhos. -Gostar? Eu… eu acho que nunca me senti assim antes. É como se… como se eu pertencesse a esse lugar, de alguma forma.

Maylem, que ouvia atentamente, assentiu. -Dizem que os Brix deixaram um legado de paz por onde passaram, Liam. Talvez você esteja sentindo a presença deles.-Ela lançou um sorriso para ele. -Aqui, você pode ser você mesmo.

Liam se voltou novamente para o céu, onde os Brix do Som continuavam a sobrevoar, suas caudas ondulando e emitindo a música suave e envolvente. Ele fechou os olhos por um instante, deixando que o som o envolvesse, e sentiu uma profunda paz tomar conta de seu coração. Aquela melodia, aquele ambiente de tranquilidade, tudo aquilo parecia falar com ele de uma maneira inexplicável.

Enquanto observava as criaturas, Liam sentiu que algo dentro dele estava despertando, algo que sempre esteve lá, mas que ele não conseguia acessar. Pela primeira vez em muito tempo, ele se sentiu completo, como se finalmente tivesse encontrado um pedaço de si mesmo. Ele olhou para o lago, onde as criaturas dançavam em silêncio, e soube, no fundo do coração, que aquele momento ficaria gravado para sempre em sua memória.

Era um momento de pura paz e alegria, e Liam, envolto na beleza do clã Sol, sentiu que estava exatamente onde deveria estar.

CONTINUA....

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