Ligações

A atmosfera da sala subterrânea ficou densa, carregada de tensão e mistério. Rebekah, agora completamente desperta, ainda lançava olhares cautelosos em direção aos Winchester, enquanto Klaus liderava o grupo de volta à mansão. O caminho de pedra ecoava com o som das passadas rápidas de Elijah, sempre à frente, a figura mais calma e calculista entre os irmãos Mikaelson.

Assim que saíram da passagem secreta, foram recebidos pelo crepitar suave do fogo na lareira da mansão. Elijah foi o primeiro a quebrar o silêncio pesado. “As bruxas de Nova Orleans estão cada vez mais ousadas. Nós precisamos de um plano. E rápido.”

Dean, que já parecia impaciente, deu um passo à frente. “Ok, eu entendi que estamos lidando com um monte de feitiços poderosos e talvez uma entidade maligna. Mas o que exatamente essas bruxas estão tentando invocar?”

Klaus, com sua usual calma perigosa, foi até um móvel próximo e pegou uma garrafa de bourbon, servindo a si mesmo uma dose generosa. “Elas estão atrás de algo muito antigo. Uma entidade chamada *O Despertar das Sombras*. Pouco se sabe sobre ela, mas as lendas dizem que seu poder pode consumir toda uma cidade em trevas.”

Sam franziu a testa, pensativo. “Eu já ouvi falar disso antes. O Despertar das Sombras não é apenas uma entidade, é um portal. Um portal para outro mundo, onde as trevas dominam. Se essas bruxas o abrirem, não será só Nova Orleans que estará em perigo.”

Rebekah revirou os olhos, ainda irritada com a situação, mas sua expressão começou a mudar para algo mais sério. “Essas bruxas são tolas. Não têm ideia do que estão tentando libertar. Se esse portal for aberto, a destruição será total.”

Elijah assentiu lentamente. “Então, estamos de acordo. Precisamos impedir o ritual antes que ele seja completado.”

Dean cruzou os braços, uma expressão dura em seu rosto. “Então qual é o plano? Vamos precisar de mais do que algumas balas mata bruxa para isso.”

Klaus deu um sorriso enigmático. “Ah, meus caros caçadores. Para enfrentar bruxas, precisamos jogar no terreno delas. E, por sorte, eu conheço alguém que pode nos ajudar com isso.”

Sam levantou uma sobrancelha. “Quem?”

Klaus girou a taça de bourbon na mão, seu sorriso arrogante se ampliando enquanto olhava para os irmãos Winchester. “Uma antiga aliada, alguém que entende a linguagem das bruxas melhor do que qualquer um de nós. Freya Mikaelson.”

“Freya?” Rebekah repetiu, com um misto de surpresa e ceticismo. “Você realmente vai envolver nossa irmã nisso?”

Elijah deu um passo à frente, seus olhos escurecendo. “Niklaus, Freya já foi envolvida em batalhas maiores. Ela não está mais fora desse jogo.”

Sam e Dean trocaram olhares. Eles sabiam o suficiente sobre a dinâmica dos Mikaelson para perceber que as alianças dentro da família eram tão voláteis quanto as tempestades que eles enfrentavam. Dean foi o primeiro a quebrar o silêncio. “E onde ela está?”

Klaus deu de ombros. “Ainda em Nova Orleans, onde sempre esteve. Mas ela não é fácil de se convencer. Freya se afastou por um tempo, cansada dos nossos problemas familiares. Mas, se as bruxas estão mexendo com algo dessa magnitude, ela não vai ficar de braços cruzados.”

Rebekah, claramente ainda ressentida, cruzou os braços. “Freya pode ser poderosa, mas ela também tem seus próprios demônios para lidar. Será que podemos confiar nela nesse momento?”

Elijah lançou um olhar afiado para Rebekah. “Temos que confiar. Ela é nossa única chance de igualar o poder dessas bruxas.”

Klaus, sempre prático, já se dirigia à porta. “Então não temos tempo a perder. Vou falar com ela.”

“Não tão rápido.” Dean o interceptou. “Eu entendo que vocês têm seu jeito de fazer as coisas, mas, pelo que você nos contou, isso é muito maior do que uma briga de família. Se essas bruxas estão mexendo com um portal, é provável que tenhamos mais do que apenas elas para lidar.”

Sam assentiu, completando o raciocínio. “Já enfrentamos coisas assim antes. Sempre há algo ou alguém querendo sair do outro lado. Precisamos estar preparados.”

Klaus olhou para os dois, seus olhos estreitos, como se estivesse avaliando o quanto poderia confiar neles. “Vocês caçadores e seu pessimismo constante.”

Elijah, como de costume, manteve a calma. “Eles têm razão, Niklaus. O Despertar das Sombras não é uma simples ameaça. É possível que já tenha corrompido algumas bruxas de Nova Orleans. Precisamos agir com cautela.”

Sam se aproximou da mesa, colocando as mãos sobre ela e traçando uma linha imaginária. “Se Freya for nossa melhor chance, nós precisamos de um plano B, caso ela recuse. Além disso, queremos entender o que realmente vamos enfrentar ao lado de vocês. Não estamos aqui só para assistir.”

Klaus suspirou, visivelmente irritado. “Não se preocupem, caçadores. Quando Freya estiver envolvida, o equilíbrio vai mudar a nosso favor. Vocês farão o que fazem de melhor: destruir qualquer coisa que ameace nossa vitória.”

Rebekah, ainda incerta, se aproximou de Dean. “Eu só espero que estejam prontos para lidar com o que vier. Nem todas as bruxas podem ser derrotadas com suas balas e truques.”

Dean, sempre confiante, deu de ombros. “Isso nunca nos impediu antes.”

Antes que mais fosse dito, a porta principal se abriu com um estrondo. Uma mulher alta, com feições angulosas e olhos profundos, entrou na sala. Seu cabelo loiro estava preso em uma trança elaborada, e ela trazia consigo uma aura de poder que imediatamente captou a atenção de todos.

“Não precisam discutir mais,” ela disse, sua voz firme. “Estou aqui.”

“Freya,” Elijah a saudou com uma inclinação de cabeça.

Ela caminhou até o centro da sala, ignorando Klaus e Rebekah por completo, seus olhos fixos nos Winchester. “Então vocês são os famosos caçadores que vieram para tentar salvar Nova Orleans?”

Sam e Dean a olharam com cautela, mas Dean, como sempre, respondeu sem hesitação. “Estamos aqui para ajudar. Mas parece que vocês têm mais do que apenas bruxas à espreita.”

Freya deu um leve sorriso, embora seus olhos não demonstrassem humor. “Vocês não fazem ideia do que estamos enfrentando.”

Klaus cruzou os braços, satisfeito com a chegada de sua irmã. “Então, irmã querida, vamos trabalhar juntos? Ou você pretende nos deixar à própria sorte?”

Freya ignorou a provocação de Klaus e se dirigiu diretamente a Elijah. “As bruxas estão tentando romper o véu entre este mundo e as trevas eternas. O Despertar das Sombras é uma entidade antiga, mas há algo ainda mais antigo por trás disso.”

Elijah franziu o cenho. “O que você está dizendo, Freya?”

Ela olhou para todos na sala, sua expressão se tornando sombria. “As bruxas não estão apenas tentando invocar o portal. Elas estão sendo manipuladas por algo. Uma força que já esteve presente nesta cidade antes... e se alimenta do caos.”

Rebekah, sentindo um arrepio na espinha, perguntou hesitante. “Quem, Freya? Quem está por trás disso?”

Freya apertou a mandíbula antes de responder, seu tom grave. “O Hollow.”

Sam e Dean trocaram olhares. Mesmo sem conhecer todos os detalhes, o nome parecia carregar um peso sinistro.

Elijah balançou a cabeça, incrédulo. “Isso não pode ser. Pensávamos que o Hollow havia sido destruído.”

Klaus, sempre o pragmático, sorriu de forma amarga. “Claro, porque em nosso mundo, algo que é destruído permanece destruído.”

Freya deu um passo à frente, seus olhos intensos. “O Hollow pode estar fragmentado, mas sua essência nunca desapareceu completamente. As bruxas de Nova Orleans estão sendo manipuladas por seus fragmentos. E se elas conseguirem o poder que estão buscando, o Hollow poderá retornar por completo.”

Sam, absorvendo a gravidade da situação, virou-se para Dean. “Se isso for verdade, estamos lidando com algo muito maior do que esperávamos.”

Dean respirou fundo. “Bem, parece que temos uma nova missão.”

Freya olhou para os Winchester, sua voz firme. “Vocês não podem enfrentar isso sozinhos. Precisamos unir forças. Isso é mais do que apenas salvar Nova Orleans. Se o Hollow retornar, o mundo inteiro estará condenado.”

Klaus levantou sua taça, seu sorriso agora mais sombrio. “Então é isso. O que estamos esperando?”

E, com isso, o grupo estava unido, prestes a enfrentar uma ameaça antiga e poderosa.

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