O inferno sob Nova Orleans

O vórtice de energia no centro da catedral começou a crescer, girando em uma espiral caótica que rasgava a realidade ao seu redor. O portal para o submundo estava aberto, e o poder sombrio começou a vazar para o mundo mortal. O chão da catedral tremia, as pedras antigas se partindo, enquanto uma fumaça densa e negra subia pelo salão. Uma sensação de puro terror começou a se espalhar, como se todas as almas perdidas no inferno estivessem prestes a escapar.

Dean e Klaus correram em direção à nave central, os sons da batalha ecoando ao longe. No caminho, sombras escuras surgiam, espectros do submundo que se manifestavam, gritando de agonia enquanto tentavam atravessar o portal. Klaus, com sua força vampírica, destruía qualquer um que ousasse cruzar seu caminho, enquanto Dean empunhava sua lâmina, cortando os espectros que o cercavam. O ar estava carregado com o cheiro de enxofre e morte.

Sam e Elijah chegaram ao centro logo depois, seus rostos marcados pela tensão crescente. "Não temos muito tempo," Sam gritou, apontando para o portal. "Se não fecharmos isso agora, não haverá como voltar atrás!"

Elijah olhou para o céu, onde a rachadura na realidade se expandia. "Temos que encontrar o núcleo do feitiço."

"Já estamos nele," Dean respondeu, ofegante, enquanto olhava para o centro da catedral, onde Freya, Rowena e Castiel lutavam para manter o controle da barreira mágica. O campo de energia ao redor do portal estava oscilando, prestes a ceder.

Nesse momento, Rebekah e Crowley emergiram das sombras, com o grimório em mãos. "É agora ou nunca," Rebekah disse, jogando o grimório para Freya. "Temos o feitiço. Feche o maldito portal!"

Freya abriu o grimório rapidamente, seus olhos percorrendo as páginas, procurando o encantamento necessário para reverter o ritual. Rowena se aproximou, lançando feitiços defensivos para proteger Freya enquanto ela começava a recitar as palavras antigas. Castiel se ergueu, sua lâmina angelical em chamas, pronto para enfrentar qualquer criatura que surgisse do portal.

Mas o portal estava agora instável. A fumaça negra tornou-se densa, e uma figura monstruosa começou a emergir da escuridão. Os olhos vermelhos brilhantes da criatura refletiam a destruição iminente. Era um demônio antigo, uma força primordial de pura maldade, e sua presença fez o ar vibrar com terror absoluto.

Dean e Sam se entreolharam, sabendo que isso estava além de tudo o que já haviam enfrentado. "Temos que segurá-lo enquanto Freya fecha o portal," Dean gritou.

"Com certeza," Sam respondeu, sacando sua arma. "Vamos dar a esse filho da mãe um motivo para voltar ao inferno."

Enquanto os irmãos Winchester corriam para enfrentar a criatura, Klaus, Elijah e Rebekah se uniram a eles, lutando com tudo o que tinham. A batalha era feroz — cada golpe, cada feitiço lançado, parecia apenas atrasar o inevitável avanço do demônio. Ele era implacável, destruindo tudo em seu caminho com uma força devastadora.

Crowley, observando a situação com um olhar de desespero misturado com admiração, virou-se para Rowena. "Se isso der errado, não vai sobrar nada de nós."

Rowena, sempre pragmática, continuou a conjurar feitiços. "Se continuar falando, Crowley, certamente vai piorar."

A energia ao redor do portal atingiu seu pico. Freya, suando e com as mãos tremendo de esforço, recitava o feitiço final. As palavras mágicas ecoavam pela catedral, enquanto o vórtice de energia se retorcia e rugia em resposta. O chão começou a se partir, criando fissuras que se espalhavam como veias, e as chamas ao redor do portal se intensificaram.

O demônio, percebendo que seu tempo estava se esgotando, lançou um ataque desesperado. Com um grito gutural, ele ergueu uma onda de energia sombria que varreu todos à sua frente. Dean foi lançado contra uma coluna, Elijah e Klaus foram arremessados como bonecos de pano, e Sam caiu ao lado de Castiel, ambos incapazes de se levantar.

A vitória do demônio parecia certa — até que Crowley, num ato inesperado de sacrifício, correu em direção ao portal. Ele gritou palavras em latim, e, num instante, conjurou uma barreira mágica ao redor de Freya e do portal. O esforço o consumia, e uma luz infernal brilhava ao redor dele enquanto ele usava o poder do inferno para conter a força do demônio.

"Fechem o maldito portal!" Crowley gritou, sua voz rouca.

Com um último esforço, Freya proferiu as palavras finais do feitiço. O grimório explodiu em chamas, e o vórtice de energia começou a implodir sobre si mesmo. O demônio, rugindo de fúria, foi puxado de volta para o portal, sua forma se distorcendo enquanto era arrastado para o submundo.

A catedral tremeu violentamente, as paredes rachando e pedaços do teto desmoronando. A barreira ao redor do portal desapareceu, e, com um clarão de luz, o portal se fechou. O silêncio voltou, pesado e absoluto, como se o próprio tempo tivesse parado.

O grupo estava espalhado pelo chão, exausto e ferido. Freya, caída de joelhos, olhou para o espaço vazio onde o portal estivera. Crowley, visivelmente exausto, caiu ao seu lado, ofegante, mas com um sorriso satisfeito no rosto.

Dean foi o primeiro a se levantar, mancando, mas vivo. "É isso?"

Sam, ainda se recompondo, assentiu. "Acho que sim. Conseguimos."

Klaus, com o rosto sujo de sangue, deu uma risada curta. "Parece que fizemos história hoje."

Elijah se aproximou de Rebekah, ajudando-a a se levantar. "Pelo menos Nova Orleans estará segura por enquanto."

Freya se ergueu lentamente, sua respiração pesada. "Não foi fácil, mas fechamos o portal."

O grupo se reuniu, exausto, mas aliviado. Eles haviam enfrentado o impossível e saído vitoriosos. Mas, ao olhar para o céu noturno através do teto quebrado da catedral, todos sabiam que essa vitória custaria caro.

No horizonte, a lua brilhava, mas o ar ainda carregava uma sensação de que o verdadeiro mal não estava totalmente derrotado. Apenas adiado.

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