A S L A N
Sempre tive a convicção de que a vida é curta demais para lamentações. Pensamentos de auto\-critica e arrependimentos sem cabimentos como se no momento passado pudéssemos adivinhar o futuro. Uma grande e enorme perca de tempo.
Mas agora eu estava mordendo minha própria língua, pensando no que eu poderia ter evitado para não estar nessa situação. E se eu tivesse resolvido ficar aquele dia em casa, almoçado com meus pais, invés de simplesmente arrumar minhas coisas e ir embora? Eu poderia ter ajudado meu pai a lavar o dinheiro o quanto antes, já que o plano dele antes de conhecer minha mãe, já era ir embora do país...
– Não se martirize, meu filho, nada disso é culpa sua... – Minha mãe diz ao telefone. Decidi ligar para ela antes de ir para o almoço. Pretendia voltar ao Brasil novamente assim que marcar a data do casamento.
O timbre da sua voz era pesado, carregado, forçado, isso me partia o coração. Eu podia ser o homem mais frio já existente, mas a família era meu ponto fraco, por mais que eu tenha vivido distante por todos esses anos, a preocupação sempre esteve presente.
Após desligarmos, depois de deixá-la avisada de que irei buscá-la em breve. Fico imóvel por 15 minutos, pensando no quanto terei que ser rápido para resolver tudo. Esperava que Thomás assinasse o documento hoje mesmo.
– Vamos? Senhor? – Meu motorista bate na porta. Não respondo e apenas me levanto, ele segue atrás de mim até o carro, onde abre a porta para mim. Ainda não era horário de almoço, o que me faz pensar que Thomás quer conversar antes do almoço.
Pelo menos terei a maldosa Selina, apenas para mim. Sem precisar ameaçar qualquer homem que se aproxime. A terei sempre a minha disposição. Por algum motivo isso faz com que eu me acalme e pare de me auto-criticar, afinal, eu estava ganhando algo além da segurança da minha mãe.
Enquanto passava pela entrada do restaurante, levo a mão ao meu pescoço, abrindo alguns botões, eu sabia que isso tinha um forte efeito nas mulheres e eu queria causar calor entre as pernas de Selina, sem precisar toca-la.
O restaurante está quase vazio, poucas mesas ocupadas. A mesa onde está minha deliciosa perdição, está próxima ao ar livre, distante de todas as outras mesas e perto do balcão onde tem um barman.
Molho meus lábios com a língua, enquanto caminho em passos lentos até lá, sinto os olhares dos funcionários em mim.
Antes que eu possa alcançar a mesa, seus olhos encontram os meus e tenho o vislumbre de um flash passar por eles, ela me olha de cima abaixo, puxando o ar com força. Agora quem está sentindo o calor é eu. Sinto o terno apertar meus braços conforme começo a hiperventilar e suar.
– Bom dia – Desejo, antes de puxar a cadeira em frente a Selina. Do outro lado da mesa, vejo pelo decote da roupa que está usando, Seus seios subirem e descerem rapidamente, também ofegante.
– Bom dia – Ela responde, sua voz totalmente diferente do nosso último encontro, doce e calma. Mas seus olhos não paravam de me devorar. Achei que a assustasse, mas agora ela parecia tentada.
Dou um sorriso de lado e ela desvia rapidamente o olhar.
– Vamos tratar do que interessa antes de almoçarmos – Thomás tira minha atenção da sua deliciosa filha.
– Claro – Confirmo. Procuro meu segurança com o olhar e aceno com a mão para ele, rapidamente vem até mim, me entregando os documentos.
– Aqui estão os documentos, bem como os contratos, peço que leia tudo com calma – Empurro os papéis para ele.
Thomás pigarreia antes de apenas folhear os papéis, como se quisesse saber quantas páginas eram e não o que diz em cada uma.
– Confira os valores em cada folha – Oriento, ele não me responde, apenas confirma com a cabeça. Óbvio que era isso que ele está procurando nos papéis: números.
Vejo o exato momento em que ele os encontra, ele confirma com a cabeça, levantando as sobrancelhas, claro que eu aumentei o valor para que ele não lesse as cláusulas. Sua ambição não deixará com que ele pense nas consequências.
Ele tira uma caneta do bolso do paletó e assina todos os papéis.
– Bem, está feito.
Ele é mais idiota do que eu pensei.
Conversamos mais um pouco sobre como vamos gerir os negócios a partir dali.
Contei que vamos reformar a empresa, claro, sem mencionar o fato de que vou lavar dinheiro com essa camuflagem.
– E quando será o casamento? – Foi a vez da mulher mais velha perguntar. Cabelos negros e olhos verdes, Selina era idêntica a mãe.
Estudo a reação de Selina com a pergunta da mãe, mas ela parecia até mesmo confortável com a situação, o que aconteceu?
– O mais rápido possível, quem sabe daqui 1 mês, é um bom tempo para organizar tudo? Selina? – Resolvo metê-la na conversa apenas para escutar sua voz novamente .
– Sim, sim senhor, parece bom – A sua educação me deixa surpreendido, os pais a domaram nesse curto tempo? Seus olhos continuam em mim, agora em meu pescoço, com certeza observando cada detalhe da minha tatuagem.
Sua curiosidade e interesse me deixa com a sensação de perder um pouco a dominação, eu é quem a desejo, eu sou o predador.
– Vamos almoçar – O pai dela diz, me entregando os documentos assinados. Agora, eu quem assino os que são necessários para que a parceria seja consolidada.
O almoço se seguiu de certa forma tranquilo, embora eu quisesse estar comendo a linda mulher a minha frente. Ela me mandava olhares sutis como se tivesse com vergonha de me olhar.
Suas bochechas estavam coradas enquanto ela mastigava, eu sabia que estava deixando-a sem jeito com meu olhar duro sobre ela.
Assim que terminamos, peço para que os pais dela se retirem, para que eu tenha uma conversa a sós com ela.
– Venha comigo – Chamo, caminhando em passos lentos para a parte de trás do restaurante, onde se podia ver o mar e até mesmo o cheiro da maresia. O barulho de seus saltos me acompanham até eu me inclinar e pousar meus cotovelos na pequena mureta de pedras.
Olho-a de lado, a pôr apenas as mãos em cima da mureta, semicerrando os olhos, olhando para a praia.
Minha vontade era a empurrar contra a mureta, fazendo-a sentir como me deixa duro.
Ela permanece em silêncio.
– Nervosa? – Pergunto, me referindo ao casamento.
– Não – Ela responde prontamente.
Não resistindo mais. Pego-a pelo braço, a virando para mim, dou alguns passos a fazendo encostar as costas e me olhar assustada, igual o olhar da última vez que nos vimos.
– Não sabe o quanto ansioso estou para fode-la – Encosto meu corpo no seu. Ela abre a boca mas nenhum som passa por ela a não ser um suspiro.
Suas bochechas voltam a ficar coradas. É raro existir alguma mulher que sinta vergonha hoje em dia ao ponto de ficar vermelha. Nunca me passou pela cabeça que a veria assim, considerando as inúmeros barbaridades que ela já fez em festas e o que fala no Close Friends do Instagram.
Sei que a deixei sem palavras.
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Atualizado até capítulo 58
Comments
Eloi Silva
como o cará e tapado que não o beservou as atitudes dela não tem nada a ver com a outra
2024-10-14
0
Cida Pereira
tu vai se surpreender, será que ele não vai saber que não é a cobra, parabéns.
2024-09-29
1