Capítulo 18

Letícia…

Logo que chegamos na praia, me surpreende ao ver Dr. Ítalo e o Dr. Adriel ali.

Enquanto Luna brincava com Mateus, eu e Alene, ficamos no quiosque bebendo água de coco.

Seu irmão a todo momento nos olhava e não sei por qual motivo, também olhava ocasionalmente.

... Como não olhar, esse homem tem um corpo espetacular, cada gomo de seu abdômen definido, é de dar inveja...

— Meu irmão está muito a fim de você! — dispara Alene.

— Que nada! Já pegou quase todas as mulheres do hospital!

— Não foi o que ele me disse!

— Mas isso não faz diferença, estou bem sozinha!

— Por que você e a Luna não ficam com ninguém? Vocês são…

— Não! Eu e a Luna somos apenas amigas, só estamos bem sozinhas! Gostamos de homens, mas no momento, não queremos ficar com ninguém!

Olho novamente para Ítalo e agora ele está com Luna e Matheus, jogando futebol. Quem não estava gostando nada disso, era Adriel.

Seu olhar era frio como o gelo…

— Sinceramente, não entendo todo esse ódio e implicância do Dr. Adriel com a Luna!

— Também não entendo, eu acho que ela faz ele sentir algo diferente e como colocou uma pedra no lugar do coração, fica lutando contra isso!

Fico observando Ítalo, até que ele tem jeito com as crianças. A cada gol, levanta seu afilhado o tirando do chão e o menino gargalha.

Algum tempo depois, ele se aproxima de nós. Ele me cumprimenta com um beijo no rosto, bem próximo da minha boca, seu cheiro invade as minhas narinas e engulo em seco.

— Vou dar um mergulho! — diz Alene, nos deixando sozinhos.

Nos sentamos nas banquetas do balcão, ele pediu um coco e fico olhando fixamente para o mar.

— Ótimo te ver aqui, sua presença clareia os meus dias!

Reviro os olhos e meu olhar vai ao encontro do seu.

— Assim como todas as outras! — digo com ironia.

— Você é diferente…

Ignoro e volto a minha atenção para o mar.

— Nossa você é o caso mais difícil que já peguei! — arqueio uma das sobrancelhas. — Se eu pudesse realizar uma cirurgia no seu coração, eu removeria todas as barreiras que você coloca entre nós!

Confesso que não segurei o riso.

— O que foi?

— Você não cansa, não é mesmo? Olha, eu realmente admiro sua habilidade como cirurgião e sua paixão pela medicina, mas prefiro manter nosso relacionamento profissional. Não estou interessada em nada, além disso!

— Nossa! — diz colocando a mão no peito, fingindo estar com dor. — Esse fora doeu! Mas tudo bem…, não sou de desistir!

...Aff! Esse não cansa viu…

Ele olha por alguns segundo para o mar, em seguida, dispara:

— O que acha de sermos amigos?

— Tá falando sério? Não vejo um cara como você, sendo amigo de uma mulher, sem segundas intenções!

— Está sendo preconceituosa! — diz divertido e eu rio. — Eu prometo que não vou fazer nada que não queira e paro com as cantadas!

— Está bem!

Ele estende a mão e assim que nossas mãos se tocam, sinto algo estranho apossar o meu corpo. É como se recebesse uma descarga elétrica muito forte em meu corpo, com arrepios em minha pele.

Acredito que ele tenha sentido o mesmo, pois me olhou de um jeito diferente e engoliu em seco.

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Ítalo…

Fiquei muito feliz com a presença de Adriel e meu afilhado aqui na praia.

E quando vi aquela ruiva linda chegando, fiquei de boca aberta, ela usava um short jeans curto e a parte de cima do biquíni. Que beldade, corpo perfeito, cheio de curvas.

Vê-la foi como ver o sol se pondo após um dia chuvoso, clareando o dia e o deixando mais feliz.

… Eu hein! Que sensação estranha! — me repreendo em pensamento…

Tentei não a olhar mais e, foquei no jogo. Depois fui brincar com meu afilhado. Me sinto em falha com ele, mas depois que sua mãe faleceu, não soube como voltar a me aproximar, tudo ficou diferente.

Fui para perto das garotas e minha irmã nos deixou a sós. Como sempre, não podia perder a chance de jogar uma cantada nessa gata ruiva.

Ela deixou claro que não está interessada, percebo que ela está sendo honesta. E então, decido mudar a minha tática, vou me aproximar como amigo e na primeira oportunidade dou o bote.

Quando ela aceitou ser a minha amiga, nos cumprimentamos com um aperto de mão, que fez minha pele se arrepiar e o toque de sua mão na minha, foi como receber um choque em todo o meu corpo. Aquele olhar dela, parecia invadir o mais profundo da minha alma e engulo em seco.

Rapidamente me afasto e desvio o olhar, para pegar meu coco em cima do balcão.

Dou um gole e olho para o mar.

— Você tem jeito com as crianças! — diz ela, olhando para meu afilhado, brincando com a sua amiga.

— Não muito, mas eu tento! Meu afilhado precisa de mim, mas eu não consigo me aproximar, depois que a sua mãe morreu…, não sei, as coisas ficaram estranhas!

— Um padrinho, não é apenas para as horas boas, mas também para as ruins, estar ao lado deles quando precisam! Minha mãe diz, que os padrinhos são uma fonte de apoio e orientação ao longo da vida da criança, sendo um farol de amor, fé e carinho, alguém com quem a criança pode contar, seja nos momentos de alegria ou de dificuldade!

— Sei que estou errando, mas… Marisol era minha melhor amiga também! Sua morte mexeu com todos nós… olhar para Matheus é como ver a minha amiga na frente, o jeito que ele sorri…

— Eu sei que é difícil a perda, mas ele não tem culpa e precisa de vocês e de muito amor!

— Sabe que eu nunca falei sobre isso com ninguém!

— Devo me sentir lisonjeada então! — diz divertida e sorrio.

— Sim, deve sim! Obrigada pelo conselho, tem toda a razão, estou falhando muito com o meu afilhado e vou tentar estar mais presente em sua vida!

Me senti bem conversando com Letícia, ela tem um mistério no olhar, que me intriga e sua presença me faz bem. Eu nunca falo com ninguém sobre os meus sentimentos.

— Sua amiga se deu bem com o Matheus! — digo.

— Luna tem jeito com as crianças, não é à toa, que escolheu ser pediatra!

Nos entretemos numa conversa agradável e divertida.

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