Capítulo 15

Ítalo…

Após ter notado o meu interesse em Letícia, Dr. José decidiu conversar comigo.

Pediu para eu não brincar com a Dr. Letícia, ele não entrou muito em detalhes, mas disse que ela é uma garota que já sofreu muito na vida e, foi adotada por Joaquim Wersley.

Não sei o que ela pode ter passado nessa vida, mas fiquei sensibilizado, principalmente por imaginar o que ela possa ter sofrido. Afinal, a minha irmã também foi abandonada por nossos pais e se não fosse por mim, sabe se lá o que teria acontecido.

Não gosto nem de imaginar…

Vou tentar ajudá-la aqui no hospital, gosto de pessoas dedicadas e de compromisso com o que fazem. Óbvio que não vou cessar as minhas investidas, vai que rola.

Pedi para que ela sempre esteja nos mesmos plantões que eu, quero ensiná-la tudo o que sei. Modéstia a parte, sou o melhor no que faço, sempre me dediquei muito aos estudo e sempre estudando para inovar cada vez mais, me mantendo atualizado.

Logo que terminamos a cirurgia, tentei conversar com Letícia, mas ela me interpretou mal.

… Eita que mulher mais difícil, viu!…

Vou até a lanchonete tomar um café forte, como já estou aqui não vou voltar em casa.

Após o café, me reúno com alguns médicos para estudarmos alguns casos mais complicados e depois fomos cumprir nossas funções.

Após a reunião, decido dar uma volta pela ala de cirurgia. Passo pelas salas, cumprimentando enfermeiras e médicos, sempre com um comentário espirituoso na ponta da língua.

— Se precisarem de um cirurgião que também seja especialista em encantamento, estou à disposição!

Durante o intervalo para o café, me aproximo de um grupo de enfermeiras que riem animadamente.

— E então, meninas, quem irá me mostrar os melhores lugares para almoçar por aqui? Não posso me perder na cidade nova, não é mesmo? — pergunto com um sorriso sedutor nos lábios.

As enfermeiras trocam olhares cúmplices, reagindo positivamente ao meu charme. Fico ali conversando com elas e no final, as levei para almoçar num restaurante próximo do hospital.

No final do meu turno acabo sendo atacado por uma das enfermeiras mais linda da hora do almoço, pensa numa mulher que sabe dar prazer. Ela invadiu meu consultório, a levei para o quartinho e foi ótimo. No entanto, confesso que desde que cheguei nessa cidade, sinto que falta algo nas transas.

Ao final do dia, enquanto saio do hospital sob o pôr do sol me sentindo satisfeito.

Posso até de ser visto como um cafajeste, mas a minha determinação e carisma, são inegáveis.

Estou disposto a deixar a minha marca na ala de cirurgia e conquistar tanto os corações, quanto as mentes daqueles ao meu redor.

Combinei de encontrar com Adriel na academia. Ele não queria, mas de tanta insistência acabou aceitando.

Vou tentar fazer ele sair um pouco mais…

Na academia, o clima era animado, o som de pesos sendo levantados e a música alta criando uma atmosfera energizante. Tudo o que Adriel anda fugindo nos últimos tempos.

Estávamos próximos da área de musculação, cercados por máquinas e halteres. Adriel estava em pé, fazendo flexões de braço com um peso considerável, enquanto eu me preparava para fazer algumas repetições no banco.

— Dá uma olhada naquelas duas gatas ali! — disse apontando, com o olhar para duas mulheres que se aqueciam na área de alongamento.

Adriel acaba soltando uma risada.

— Você não perde tempo, hein? Acabou de chegar e já tá de olho na próxima vítima!

— O que posso dizer? Não resisto a beleza inspiradora dessas belas mulheres!

Enquanto Adriel terminava suas repetições, comecei a levantar os pesos no banco.

— Melhor você se concentrar nos exercícios primeiro! Não adianta nada se apresentar todo suado, cansado e ainda com uma contusão por não ficar atento ao que está fazendo!

— Elas estão olhando, o que acha de depois…

— Me inclui fora dessa! — diz revirando os olhos. — Vê se dá uma segurada nessas suas investidas lá no hospital, não vou segurar a sua barra se alguém te processar por assédio!

— Pode deixar, serei cuidadoso!

Comentei com ele, sobre a linda ruiva que conheci…

— Apaixonou?

— Só mais uma conquista, sabe que adoro uma mulher difícil!

— Como sei!

Adriel mais uma vez comentou sobre a tal da Luna, seu olhar muda quando fala dessa garota. Não dá para identificar no seu olhar se brilha quando fala nela de ódio ou se tem algo a mais nisso, porém, já ouvi falar que o amor e ódio caminham lado a lado.

Ficaria muito feliz se o meu amigo se apaixonasse novamente, que voltasse a ser aquele cara extrovertido, o melhor amigo, pai e médico que já conheci.

— E o Matheus? Como estão as coisas com ele?

— Continua me ignorando e não sei como me aproximar… hoje a babá o levou até o pediatra, disse que deu o maior trabalho para entrar na sala do médico e não deixou que o examinasse!

— Cara, não me leva a mal, mas acredito que já passou da hora de você e o Matheus irem a um psicólogo! Precisam de ajuda para superar com o luto… é médico e sabe como isso funciona!

— Não vou me abrir com um estranho, Ítalo! Isso está fora de cogitação!

Levanto as mãos em forma de rendição.

Adriel está muito cabeça dura, se fechou totalmente para a vida.

Chego em casa e tem uma mulher de seus quarenta anos conversando com Alene na cozinha.

Elas nos apresenta e diz que a mulher vai nos ajudar nas tarefas domésticas do dia-a-dia. Parece que foi uma indicação da funcionária das nossas vizinhas.

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