Capítulo 8

Adriel…

Encontrei com o meu mentor Ethan e ficamos conversando sobre trabalho por alguns minutos, até que iniciam a cerimônia.

Assistir toda aquela cerimônia, me deixou melancólico. E não sei o motivo, mas só de olhar para aquela filha do Enzo Connor, fico perturbado, ela me irrita. Não nego, ela tem uma voz muito bonita, mas isso meu irou ainda mais.

Após eles cantarem para os seus pais, sigo para a área externa. Paraliso no gramado com meu olhar fixo no céu estrelado.

Marisol, vem em minha mente... Me recordei do dia do nosso casamento, do dia mais feliz das nossas vidas.

Ouço murmúrios e risadas se aproximando e quando me viro repentinamente, algo gelado encharca a minha camisa.

Eu já não queria vir e agora me acontece isso.

— Mil perdões… me desculpe… — diz educadamente.

Ao levantar o meu olhar, não posso acreditar..., é aquela patricinha mimada.

— Olha o que fez sua patricinha! Não olha por onde anda? — vocifero.

— Foi sem querer, seu grosso! E foi você quem virou de uma vez!

— Agora eu sou o culpado? Típico de uma patricinha mimada, mesmo! Jogar a culpa dos seus erros nos outros...

— Abaixa o tom para falar comigo, seu mal-educado, grosseiro!

Minha raiva aumenta, quando ela me enfrenta com pose de superioridade.

— Eu pedi desculpas pelo ocorrido! — exclama.

Meus pais aparecem e rapidamente se aproximam do local onde estamos.

— Suas desculpas não vão pagar o estrago dessa camisa, sua idiota!

Seus olhos mudam a expressão.

— Filho! — repreende meu pai.

— O único idiota aqui é você, seu babaca imbecil!

— Tenho certeza, que fez isso de propósito! Você e a sua amiga vinham cochichando e rindo, essa deve ter sido a sua intenção!

— Ah, claro vossa majestade, eu não sabia que o mundo virava a vossa volta! Se enxerga cara, eu não vi você e estou me cagando para sua presença de merda!

— Pode fazer essa pose de ofendida, mas não passa de uma menininha mimada que…

Ela pega o copo de bebida das mãos de sua amiga e joga na minha cara.

— Isso é para aprender a ter educação e como tratar uma dama! E quer saber, eu retiro as minhas desculpas Dr. Arrogância!

— Vamos! — diz puxando sua amiga pela mão.

— Sua princesinha prepotente! — grito.

Ela volta para o salão com a sua amiga, olhou algumas vezes para trás e resmungava.

— Ficou maluco, Ariel? O que estava pensando para tratar a filha do meu colega dessa maneira?

— Essa garota que derrubou toda a bebida em mim!

— Ela disse que foi sem querer! — afirma mamãe.

— Para mim já deu essa p@rra toda! Eu sabia que não deveria ter vindo!

Saio do local irritado, pego o meu celular e ligo para meu amigo Ítalo.

Aguardo alguns minutos na porta do local, olhando a todo momento para o meu relógio de pulso, com meu peito em tempo de explodir de raiva daquela garota.

… Menina petulante, prepotente! Que ódio!…

Alguns minutos de espera e meu amigo estaciona em frente a porta principal.

Entro em seu carro e nos cumprimentamos.

— Para onde quer ir senhor? — pergunta divertido e reviro os olhos. — Onde está o seu senso de humor, cara?

— Morreu com a minha mulher!

— Saí dessa, Ariel! Sabe muito bem, que ela não gostaria de te ver desse jeito!

— Ela levou o melhor de mim com ela!

Meu amigo nega com a cabeça, desacreditado.

Fomos para a minha casa.

Ao entrarmos, Ítalo senta-se no sofá e eu nos sirvo com uma dose de whisky.

Conto-lhe o que aconteceu na comemoração e ele me repreende novamente.

— Olha só, é o meu amigo… — dizia, até ser interrompido por ele.

— Sim, por isso não vou te apoiar nas suas terríveis atitudes! Foi grosseiro e mal-educado! Ninguém tem culpa dos seus problemas! Amigos não são para passar a mão na cabeça quando erram, mas sim para puxar a orelha e ajudar a corrigir os erros!

Dou de ombros e mudo de assunto.

— Eu decidi que vou embora do Canadá! Vou tentar recomeçar a minha vida longe daqui!

— Que avanço meu amigo! Só de pensar em recomeçar já…

— Já deixando claro que nunca mais vou me envolver com ninguém! Coração está definitivamente fechado para balanço!

— Para onde está pensando em ir?

— Massachusetts, Boston! Vou assumir a direção de um dos hospitais do meu pai!

— Cara, que coincidência isso! Eu e a minha irmã, estamos planejando de ir embora também! Nossa mãe resolveu vir morar aqui conosco e estamos correndo dela!

— Se quiser vir comigo, terá o seu emprego garantido, não tem cirurgião melhor!

— Tem, sim, você! — dispara. — Sempre fomos uma dupla imbatível!

— As coisas mudaram! E aí, o que me diz?

— Por mim eu aceito, só vou confirmar com a minha irmã!

Tenho Ítalo como um irmão, somos amigos desde a infância. Nos três, éramos inseparáveis...

Ficamos conversando por um tempo.

Devido a ter que trabalhar amanhã, meu amigo logo foi embora.

Assim que ele vai embora, subo até o quarto do meu filho.

Entro vagarosamente e o observo dormindo, com meu coração entristecido.

… Meu filho! Você foi tão sonhado por nós e agora não sei como voltar a me aproximar, como cuidar de você!…

Algumas lágrimas rolam por meu rosto.

A babá de Matheus, entra no quarto do meu filho, vestindo uma micro camisola.

— Senhor… me desculpe, ouvi um barulho e...

— Isso são roupas de usar numa casa de família? — indago asperamente. — Está cuidando de uma criança, isso não é roupa de usar no seu ambiente de trabalho!

— Senhor… eu…

— Volte para o seu quarto e espero nunca mais voltar a te ver usando esse tipo de roupa no seu horário de trabalho!

Vou para o meu quarto irritado.

Decido tomar um banho e quando vou retirar a camisa e vejo a marca da bebida, sinto muita raiva daquela garota.

Desfiro um soco no azulejo, na intenção de arrancar esse ódio do meu peito.

Tomo um longo banho e mais calmo, adormeço.

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