Cap 13 ESTOU APAIXONADO

Cárter

Faz uma semana que conheço essa mulher e sei que estou apaixonado por ela. O meu coração me diz isso a cada vez que acelera quando ela está perto, a minha pele me diz isso a cada vez que se arrepia quando nos tocamos acidentalmente. Até o meu nariz já se rendeu. Assim que o elevador abre a porta, eu já sei que é ela chegando. Ela trabalha comigo agora e eu sempre estou vendo o que ela está fazendo.

Acredito que todos no escritório já perceberam. Antes eu trabalhava de portas fechadas e não queria interagir com ninguém a não ser o Ricky.

Agora se alguém fecha as minhas portas duplas eu me levanto e abro. Eu preciso vê-la. Saber que ela está bem. Se não teve mais nenhuma crise, se está sentindo-se bem no ambiente de trabalho.

O Ricky vive a elogiando, diz que é competente e esforçada. Além de ser uma deusa, como ele diz. Se eu não soubesse que ele é gay, estaria com ciúmes. Na verdade, sinto-me enciumado sim. Dos sorrisos que ela compartilha com ele, das conversas e da proximidade que ela tem com ele e não comigo.

E quando não está aqui eu a vejo no hospital, ainda não consegui tirar os dispositivos que deixei no quarto. Para ser bem sincero, nem tentei. Sinto uma necessidade tão grande em vê-la.

E pelo o que o dr. Arthur disse amanhã ele estará de alta. E hoje vamos começar uma nova batalha. Espero que ela não pense que eu agi pelas suas costas, apesar que foi exatamente o que eu fiz.

Conversei com a sra.Jones do abrigo e ela me disse que não tem a menor condição que o Jamie se convalescença lá. O lugar não está preparado para cadeirante. Ela não tem nenhuma pessoa disponível para tomar conta dele. Ela explicou para a assistente social que cuida do caso dele. Ele não pode ir para o apartamento da Lyn. O prédio dela não tem nem elevador. Eu conversei com a assistente social e fiz um pedido para o Jamie vir para a minha casa. E agora não sei como a irmã dele vai agir.

Fui o trajeto todo calado, só pensando o que ela vai fazer quando souber.

Quando chegamos ao hospital a doutora Mel estava saindo.

Lyn _ E então doutora? Você acha que o meu irmão pode se curar?

Mel_ É muito cedo para dizer, mas ele precisa conviver com você. Talvez visitar a sua mãe. Precisa ter um mínimo de estabilidade emocional.

Lyn _ Eu entrei com o pedido de adoção. Mas está difícil!

Cárter _ Talvez eu tenha uma solução temporária.

Lyn _ Que solução?

Cárter _ Eu estive conversando com a sra Jones e ela me disse não ter condições de aceitar o Jamie no abrigo no estado em que ele está agora.

Lyn _ Ela não me disse nada.

Cárter _ Ela não queria te preocupar.

Lyn _ Mas o que eu vou fazer? O prédio onde eu moro não tem nem elevador.

Cárter _ Eu falei com a assistente social e ela me disse que a única coisa que ela pode fazer é transferir o Jamie para um abrigo fora da cidade, o único que tem vaga e estrutura para cuidar dele.

Lyn _ Mas assim nós vamos ficar distantes.

Cárter _ Eu pensei que você não gostaria disso e quero te oferecer a minha casa.

Lyn _ O quê? O meu irmão não pode ficar na sua casa. O médico disse que vai levar seis meses para que ele se cure completamente.

Cárter _ Eu sei disso! Por isso a minha proposta é que você e a Kate venham também.

Lyn_ Você está maluco?

Cárter _ Não! Pense bem. Vocês entregam o apartamento e economizam seis meses de aluguel. Você terá tempo de conviver mais com ele. E ele terá mais estabilidade emocional, como a doutora sugeriu. E pense na possibilidade que daqui a seis meses ele estar curado não só das lesões, mas estiver falando graças a convivência diária com você?

Lyn _ O estado me daria a guarda dele.

Kate_ E com o dinheiro economizado nós poderíamos alugar um lugar melhor e num bom bairro com boas escolas.

Mel_ Sem contar que eu e o Sr Lewis, seríamos sua testemunha na audiência de guarda.

Lyn _ Eu nem te vi chegar Kate.

Cárter _ Olhe parece que o seu irmão tem algo a dizer sobre o assunto.

Lyn _ Ele está dizendo que quer ir para a sua casa Cárter e conhecer o Otto de quem eu falo tanto.

Cárter _ A decisão é sua Lyn. Eu gostaria de ter vocês na minha casa. Afinal ela é muito grande só para mim e o Otto.

Olho para ela que está pensando e olho para o Jamie que está com as mãos postas em oração e o olhar de cachorro pidão. Eu imito o gesto dele e a Kate também.

Lyn _ Vocês não tem jeito! Está bem nós vamos. Mas saiba Cárter que estou indo porque o meu professor disse que a responsabilidade dos danos era sua. Então eu não te devo nada certo?

Cárter _ Não! Você não me deve nada.

O meu coração está em festa! Ela vai morar comigo e espero que até o seu irmão se curar eu já tenha conquistado o seu coração.

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