Cárter
Quando preciso conversar, procuro o meu padrinho, ele é o único que tenho para isso.
Até antes do meu pai morrer era com ele que eu me abria. Desde criança ele era a figura paterna que me ouvia. O meu pai depois que a minha mãe nos deixou, se enterrou no trabalho. Anos mais tarde acordou com a doença do meu irmão, pelo menos serviu para nos aproximar.
Mas o meu padrinho sempre foi o meu confidente. Ele que me consolava e ouvia quando eu queria falar dela. Ou até mesmo chorar por ela.
Eu vou falar com ele para que coloque um pouco de juízo na cabeça do Oliver.
Falo sobre os problemas com a faculdade e ele me diz para ter calma.
Cárter _ Tio, estou farto de ter calma com ele! Quando ele vai crescer?
Giancarlo _ Ele sofreu muito com a doença. Tente entendê-lo. Não foi fácil para ele lidar com a doença, ele só tinha quinze anos quando a espada da morte tocou a sua vida.
Cárter _ Eu sei tio. Mas você não acha que está na hora. Ele se curou, precisa enfrentar a vida como enfrentou a doença.
Giancarlo _ Ele só quer se divertir, descontar o tempo que ficou na cama. Foram três anos em cima de uma cama. Procurando um doador compatível. E quando não tínhamos mais esperanças o doador surgiu.
Cárter _ Até hoje me pergunto quem foi esse doador misterioso. O meu pai nunca quis contar. Mas o que importa é que ele se curou há quase seis anos e já está na hora de ter responsabilidades. Ele quase matou uma criança.
Giancarlo _ Meu Deus! Como foi isso?
Cárter _ Ele estava participando de um racha e atropelou um menino de dez anos que estava atravessando a rua na faixa de pedestres.
Giancarlo _ Ele está bem?
Cárter _ Ele precisou de cirurgia e vaí precisar de muito tempo para se recuperar completamente.
Conto tudo o que aconteceu para o meu tio e ele fica estarrecido com o comportamento do meu irmão. Quando falo que a minha mãe voltou e está tentando entrar em contato com ele, meu padrinho fica muito nervoso.
Giancarlo _ Não podemos deixar que ele tenha contato com ela! Isso pode fazer muito mal para a cabeça dele.
Cárter _ Eu não sei como impedir esse desastre!
Giancarlo _ Eu vou tentar achá-la e eu mesmo vou ter uma conversa com ela. O que ela pode querer depois desse tempo todo?
Cárter _ Faça isso por favor! Tente enfiar um pouco de juízo na cabeça dele.
Giancarlo _ Eu vou tentar!
Saio da casa do meu tio e resolvo passar no hospital. Eu adorei aquele garoto. Ele é inteligente e perspicaz. Percebeu bem rápido que eu me encantei pela irmã dele. Eu fingi que não entendia o que ele estava dizendo com as mãos e ele pediu o meu celular e ficou perguntando o que achei dela. Escrevia no meu celular e me mostrava, eu disse que a achava bonita e muito brava. Ele riu, e disse que ela era uma onça.
À noite fui assistir ela na câmera. Fiquei me sentindo um pervertido. Ouvi a conversa dela com a enfermeira e liguei imediatamente para o diretor do hospital e pedi um novo leito para o quarto dela. Pelo menos ela ficará mais confortável. Ela não é a mulher interesseira que eu pensei que fosse. Preciso tirar as câmeras do quarto deles, antes que ela descubra. Do jeito que é desconfiada, se descobrir as câmeras pensará mal de mim. E provavelmente nunca terei uma chance de me aproximar dela.
O bom de ter as câmeras é que fico sabendo do que ela precisa. Eu ouvi tudo o que a senhora Jones falou, sobre eles precisarem de um psicólogo e concordo plenamente. Já passou da hora desses dois receberem ajuda.
Cheguei ao hospital e encontrei o médico saindo do quarto perguntei se tinha tempo para um café e conversamos sobre o estado do Jamie e ele me indicou bons profissionais que podem cuidar da recuperação dele. E também uma psicóloga. E eu já liguei para ela e pedi que viesse ao hospital para atendê-lo.
Volto ao quarto para saber que a minha deusa Afrodite já havia saído para a faculdade. Só dei o presente que eu fui levar para o Jamie e saí de lá pois tenho reunião. A vejo no ponto de ônibus ainda e lhe ofereço uma carona.
Cárter _ Por favor, aceite eu juro que você pode confiar em mim.
Lyn_ Falou a raposa para o Coelho o convidando para entrar em sua toca.
Ela fala entrando no meu carro.
Cárter _ kkkkk Eu não sou a raposa. Garanto que você está a salvo comigo.
Ele me olha de olhos arregalados e quando nossos olhos se encontram ela vira a cabeça para a janela. Tenho tanta coisa para dizer a ela que nem sei por onde começar.
Cárter _ Fui ver o seu irmão hoje ele me disse que está melhor.
Lyn _ Ele já deu o depoimento para a polícia e não vai mudar.
Cárter _ Eu sei disso! Já te disse que não irei interferir em nada. O meu irmão teve problemas, ele ficou muito tempo doente, quase morreu e eu me acostumei a resolver os seus problemas e parece que ele não cresceu! Mas agora estou disposto a deixar que ele sofra as consequências dos seus atos.
Lyn _ As vezes o que ele precisa é só um puxão de orelhas.
Cárter _ Espero que ele aprenda com o susto! Mas para ser sincero a culpa é minha! O meu pai me pediu que eu cuidasse dele e eu me acostumei a passar a mão na cabeça dele. Tudo o que ele aprontava eu resolvia com dinheiro. Nunca tinha tempo de resolver seus problemas. Então achava melhor abafar o caso.
Lyn _ E isso só o prejudicou!
Cárter _ Você tem sorte que o seu irmão é criança ainda.
Lyn _ Ele mora no abrigo e não comigo.
Cárter _ Você está pedindo a guarda dele?
Lyn_ Como sabe?
Cárter _ É o que eu faria. E sinto que somos muito parecidos em certos aspectos.
Lyn _ Parecidos nós dois? Você deve estar brincando! Olha para você e olha para mim. Não temos nada em comum! Você é rico e eu sou pobre.
Cárter _ Não estou falando disso! Eu sou uma pessoa completamente desconfiada. Não confio em mulher nenhuma. Tenho que cuidar do meu irmão. Trabalho muito também.
Lyn _E o que você pode saber da minha vida para poder nos comparar?
Cárter _ Chegamos! A conversa fica para outro dia. Corre ou vai perder a prova. E não esqueça de perguntar ao seu professor.
Lyn _ Droga! O cinto emperrou. Não sai.
Cárter _ Calma! Eu solto, vou me aproximar, tudo bem?
Lyn _ Tudo bem!
Ela me responde que tudo bem, mas sinto a sua respiração ficar presa na garganta com a minha proximidade. Ela está com medo e eu abaixo o tom da minha voz como se tivesse falando com um bichinho ferido, que está preso em uma armadilha. Tomo cuidado para tocar apenas no cinto e não nela, mas o cheiro daqueles cabelos me afeta. Prendo a minha respiração para que ela não perceba e se assuste. Ela me olha e nossos olhares se encontram. Eu sinto uma quentura no coração e depois ele acelera descontrolado. Olho para aquela boca e consigo destravar o cinto e me afasto rapidamente.
Ela agradece numa voz rouca e desce do carro correndo.
Meu Deus! O que foi isso? Não foi só desejo. Eu já senti desejo antes e não foi assim. O meu coração nunca se envolveu quando olho para uma mulher.
Essa mulher mexe comigo. E não é só luxúria é algo mais. Só acordo quando alguém buzina atrás de mim. Ligo o carro e saio dali. Nunca fui de ficar sonhando acordado. Vou para a empresa e tento focar no meu trabalho, mas àqueles olhos e aquele cheiro não sai da minha mente.
Eu pego o celular e dou uma olhada no que aconteceu no hospital hoje de manhã. A vejo estudando até de madrugada com o notebook, quando está cansada demais, esfrega os olhos parecendo uma criança. De manhã acorda mais cedo e corre para o banheiro indo tirar o pijama. Apesar dele não mostrar nada do seu corpo, conversa com o médico e a vejo preocupada com a situação do irmão.
Quando a amiga chega e as duas conversam sobre o médico e ela diz que nem reparou se ele é bonito. A Kate diz que ela nunca beijou na boca. E ela diz que não precisa de terapia? Claro que precisa! Ela precisa curar o seu coração. Ainda está ferida pelo que o pai fez com ela.
Tenho que ajudá-la de algum jeito. Vejo ela chegar mais tarde e vê o celular que eu dei de presente ao Jamie.
Lyn _ Quem te deu isso, Jamie?
Ele fez o gesto de não querer falar
Lyn _ Foi o Sr. Lewis, não foi?
Lyn_ Não, você não pode chamá-lo de Cárter. Não me importa se ele mandou.
Lyn _ Como assim, ele é seu amigo? Amor por favor entenda! Nada nessa vida é de graça. Temos que pagar por tudo.
Eu não sei o que ele fala, ela abaixa a cabeça. Parece triste. Ele bate na cama e lhe estende o celular.
Lyn _ Se for para me deixar triste, você fica sem? Pode ficar com ele por enquanto. Não mudei de ideia, mas eu mesma vou pagar o celular para ele. Você está certo! Você precisa se distrair.
O meu assistente bate e entra e eu desligo o celular.
Ricky _ Sr.Lewis a reunião vai começar. O senhor gostaria que eu mesmo faça as entrevistas das candidatas ou quer fazer?
Cárter _ Você faz e eu escolho, não quero ter problemas com outra secretária.
Depois da reunião, volto ao meu passatempo favorito. Espionar aquela mulher. Ela me intriga, me comove o jeito que ela cuida do irmão. Ela é linda realmente, mas não é só isso! Ela parece ter tanta força de vontade, que me impressiona.
Vejo que ela liga para a Kate para ficar com ele, pois ela tem que trabalhar dessa vez a festa é em um iate. Quando ela diz o nome da empresa e tento me lembrar de onde já ouvi esse nome antes.
Estou saindo da empresa quando me lembro que a empresa que ela irá trabalhar no iate é uma subsidiária da companhia que eu fui fechar negócios, no dia que a conheci.
Cárter _ Droga! Ela está caindo em uma armadilha!
Aquele verme contratou os serviços da empresa que ela trabalha com outro nome e ela ficará vulnerável no iate no mar. Não terá para onde correr.
Dirijo feito louco para a marina. Preciso salvá-la.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 114
Comments
Celma Trindade
vai pagar com o que? minha amiga è mais fácil devolver do que poder pagar.
2025-01-03
2
Ana Lucia Silva
Contrata ela para secretária dele.
Ela vai ficar mais segura...
2025-02-09
3
Priscila Silva
corre Carter vai ajudar a lyn
2025-01-04
2