Cap 09 PROMESSA

Cárter

Me desespero tentando salvá-la. Tenho certeza que o Blake armou tudo isso para ela.

Quando cheguei a marina já estava com o nome do barco dele e o pier onde estava ancorado. Mas cheguei tarde. Ele já zarpou.

Corro para a administração e peço para chamar a guarda costeira, pois vi um homem raptando uma mulher. O encarregado explica-me que pode demorar. Me reconhece e diz que tem dois policiais de plantão e se eu quiser levar os dois no meu barco, podemos resgatar a mulher mais rápido.

Eu chamo o meu capitão e vou com os policiais no meu barco. A nossa sorte é que eles não foram muito longe da costa. Longe para ela voltar nadando, mas ainda nas águas de Miami. Se não teríamos que esperar a guarda costeira.

Desembarco e os policiais fazem a abordagem, mas ninguém responde. No salão do convés me deparo com eles brigando no chão. Os policiais o tiram de cima dela, mas ela está descontrolada.

Vejo sangue e me desespero, mas eu a vejo com o picador de gelo na mão.

A pego no meu colo e tento fazer com que ela se acalme.

Cárter _ Lyn, sou eu o Cárter querida. Está tudo bem! Acabou. Não vou deixar ninguém te machucar. Está bem?

Ela coloca as mãos nos ouvidos

Lyn _ Os tiros, os tiros.

Ela chora desesperada

Policial_ Ele atirou nela?

Cárter _ Não. Ela o acertou com o picador de gelo.

Polícial _ Se defendeu como pôde.

Cárter _ Cadê ele?

Polícial _ Está ali, vamos levá-lo ao hospital e depois para a delegacia.

Cárter _ Certo. Eu posso levá-la para o meu barco? Amanhã quando estiver melhor prometo a levar para dar o depoimento.

Polícial _ Se o senhor não tivesse visto que ela foi raptada, ela não se salvaria.

A levo para o meu barco e dou a ordem para o capitão voltar para a marina. Sento-me com ela nos meus braços e ela ainda está chorando, um choro sentido de cortar o coração.

Ela está agarrada a minha camisa.

Cárter _ Não fica assim meu bem.

Tudo já passou e não vou deixar ninguém mais te fazer mal.

Afago às suas costas murmurando palavras doces.

Chegamos a costa e tento colocá-la no meu carro, mas ela não desgruda de mim.

Peço a um dos seguranças que vá dirigindo o meu carro e vou com ela no banco de trás.

Segurança _ Para onde senhor?

Eu não sei onde mora, e sei que a Kate está no hospital, com o irmão dela. Acho que não posso deixá-la sozinha. Melhor para a minha casa.

Cárter _ Vamos para casa.

Assim que chego em casa desço com ela nos braços e o segurança me ajuda com a porta.

Logo o meu amigo vem nos receber.

Cárter _Calma Otto, temos visita e ela não está bem. Temos que cuidar dela.

Ele parece entender, pois fareja o corpo dela e gane baixinho.

Eu a levo para o quarto de hóspede e tento colocá-la na cama, mas sem sucesso. Deito-me com ela afagando suas costas, conversando com ela.

Digo-lhe o quanto ela é incrível e forte. Aos poucos ela vai se acalmando e dorme, mas cada vez que tento sair ela choraminga dormindo.

Ela já sofreu tanto. Tem razão em desconfiar dos homens.

Não consigo nem imaginar o tamanho do sofrimento dela, quando li o dossiê fiquei penalizado, tentando entender como uma pessoa faz isso com o seu próprio sangue e carne. Já seria monstruoso o que ele fez com uma menina. Mas a sua própria filha! Que tipo de verme nojento faz isso?

Sinto o seu corpo cálido sobre o meu. Os meus pensamentos querem levar-me para outro lado, mas eu não deixo. Ela não merece nem que eu tenha pensamentos lascivos com ela nesse estado.

Claro que eu a quero! O cheiro dela me enlouquece, mas não foi assim que eu sonhei tê-la em meus braços.

Ela suspira fundo dormindo ainda soluçando. Esse sofrimento dela dói diretamente na minha alma.

Vou tentar de tudo para tirar as pedras do seu caminho. O difícil é convencê-la a aceitar essa ajuda.

Preciso pensar no que fazer.

Eu vou ficar aqui e de manhã ela vai querer me matar. Mas não tem a mínima condição de sair e deixá-la sozinha nesse estado.

Durmo e acordo com a sua voz.

Lyn _ Quem é você? Você é muito lindo sabia?

Cárter _ Obrigado. Você também é linda!

Lyn_ Eu não estou falando com você. Ele é seu?

Cárter _ Esse é o Otto. Você está melhor?

Ela desce da cama rapidamente.

Cárter _ Nós velamos o seu sono a noite inteira. Não foi Otto?