Cárter
Sai do quarto de hóspedes me sentindo leve. Ela não se desesperou hoje. Achei que por ela acordar comigo na cama, ela ficaria histérica. Mas acho que a presença do Otto me ajudou.
Entrei no meu quarto e tomei um banho rápido. Me vesti para trabalhar. E me lembrei de procurar alguma roupa para ela. Não tenho roupa de mulher em casa. Achei um agasalho antigo. No Hospital ela estava usando um. Esse é masculino, grande demais para ela, mas acho que vai servir.
Bato na porta do quarto mas não tenho resposta. Acho que ainda está no banho, coloco a roupa em cima da cama e vou saindo quando noto o Otto agitado na porta do banheiro.
Cárter _ O que foi amigão? Ela está com algum problema?
Ouço o barulho de vidro se quebrando e arrombo a porta sem pensar duas vezes.
Ela está caída no meio do box em pedaços no chão. Vejo sangue e me desespero. Corro até ela e a pego nos braços e a levo para o quarto.
A coloco na cama e pego uma toalha e a enxugo tentando ver de onde vem o sangue.
Ela está desmaiada, eu a viro de bruços e vejo um pedaço de vidro em suas costas.
Corro de volta ao banheiro e pego a caixa de primeiros socorros. Com a ajuda de uma pinça eu tiro o vidro, desinfeto e faço um curativo no corte. Procuro se tem mais vidro e acho só alguns arranhões em suas pernas.
Volto ao banheiro e pego um roupão e coloco nela. Pego o álcool e faço com que ela cheire e ela acorda.
Se debate e sai de perto de mim.
Cárter _ Calma! Foi só um acidente. Você está bem?
Ela olha para mim, para ela e para o banheiro.
Cárter _ Otto fique com ela que vou desligar a água e guardar a caixa de primeiros socorros.
Falo com o cachorro para que ela não se assuste. Saio e vou ao banheiro, faço o que disse e volto ao quarto.
Cárter _ O que aconteceu? Quer me contar?
Ela balança a cabeça que não.
Cárter _ Eu trouxe um agasalho antigo se quiser colocar, não tenho roupas femininas aqui. Enquanto se veste vou pedir um café e trocar de roupa que a minha ficou molhada.
Ela continua calada só me olhando com aqueles olhos escuros e tristes.
Cárter _ Você está bem para eu deixá-la sozinha?
Mais uma vez recebo um balançar de cabeça.
Peço uma bandeja com café da manhã para a governanta e vou trocar de roupa, ligo para o meu assistente e peço que desmarque tudo o que eu tiver para hoje.
Assim que fico pronto pego a bandeja e vou levar para ela. Mas a porta está fechada.
Cárter _ Lyn ? Sou eu. Está tudo bem? Trouxe o seu café.
Ela abre a porta vestida no meu agasalho. Está com o olhar desconfiado de sempre.
Cárter _ Ah! Assim está bem melhor! Eu não gosto de te ver com o olhar perdido. Tudo bem que também não gosto desse seu olhar desconfiado, acho que já te dei provas suficientes que você pode confiar em mim. Pelo menos com o olhar desconfiado sei que a minha Lyn voltou!
Lyn _ Eu não sou sua e nem de ninguém!
Cárter _ Melhorou! O olhar de pronta para a briga.
Lyn _ Você está rindo da minha cara?
Cárter _ Não Lyn! Só quero tentar te ajudar. Você pode me dizer o que aconteceu no banheiro?
Lyn _ Me desculpe. Eu pago o seu box.
Cárter _ Lyn, não se trata disso e você sabe!
Quero tentar entender o que se passa aí dentro dessa sua cabecinha. Tome o seu café.
Ela tenta recusar mas eu não permito. Ela se senta na cama com a bandeja no colo e começa a comer. Eu vou até o banheiro e pego a escova de cabelos e começo a pentear o seu lindo cabelo.
Lyn _ Você não precisa fazer isso!
Cárter _ Deixe-me cuidar um pouco de você. Você cuida de todos, mas quem cuida de você?
Lyn _ Não preciso que ninguém cuide de mim!
Cárter _ Todos nós precisamos ser cuidados de vez em quando. Agora me diga, porque você chorou?
Lyn _ Por tudo o que já aconteceu na minha vida.
Cárter _ Eu não posso te dar conselhos se nem consigo imaginar isso pelo que você passou. Quando uma mulher me assedia eu já fico doido da vida. Imagina passar o que você passou!
Lyn_ Eu tenho um imã para homens nefastos!
Cárter _ Você sabe que nada disso é sua culpa, não é?
Lyn _ Sei! Mas isso não muda nada! Como você soube que eu precisava de ajuda?
Cárter _ Eu estava na marina, vi você embarcar e depois vi o Blake entrar e o capitão sair. Foi só somar um mais um. No dia que nos conhecemos fui eu que dei o soco na cara dele, quando ele estava te arrastando para a sala.
Lyn _ Ele me disse que perdeu um negócio milionário por minha causa.
Cárter _ Eu não iria fechar negócio com ele. Já havia decidido isso antes dele te assediar.
Lyn _ Porque não?
Cárter _ Ele queria fechar um negócio milionário em meio a bebidas e drogas? Só se eu fosse muito burro ou quisesse dar um golpe nele.
Lyn _ Você viu as drogas também?
Cárter _ Percebi que ele saía muito e quando voltava estava mais alterado. Na verdade fiquei na festa por sua causa.
Lyn _ Por minha causa?
Cárter _ Sim. Percebi que ele estava atrás de você e do jeito que estava bebendo e se drogando, percebi que teria problemas. Só não achei que ele tentaria um estupro.
Lyn _ Por favor, não quero falar disso! Eu sou grata a você, mas como já te expliquei. Não gosto de dever nada a ninguém! E ainda devo o celular que você deu ao meu irmão.
Cárter _ Você não me deve nada! Eu dei o celular para o seu irmão porque eu quis.
Lyn _ Falando nisso, eu preciso ir ao hospital. A essa hora a Kate já foi trabalhar. Cadê a minha bolsa?
Cárter _ Acho que ficou no barco do Blake. Desculpe, eu nem pensei nisso. Só queria tirar você de lá.
Lyn_ Preciso saber como o Jamie está.
Cárter _ Isso posso resolver. Vou mandar uma mensagem e perguntar!
Lyn _ Você tem o número dele? Ah claro que sim.
Cárter _ Nós conversamos e ele está me dando umas dicas sobre um jogo. Ele já respondeu que está bem, mas preocupado com você. Posso responder que você está comigo?
Lyn _ Sim, mas não conte sobre ontem. Não quero que se preocupe.
Cárter _ Vai ter que usar maquiagem. Aquele desgraçado. Ele marcou o seu rosto.
Lyn _ Preciso ir até em casa me vestir.
Cárter _ Eu te levo.
Lyn _ Não precisa!
Cárter _ Nem começa! Eu sei o que vai dizer. Mas eu prometi ao delegado que levaria você para fazer a denúncia.
Lyn _ Eu só queria esquecer.
Cárter _ Mas você vai denunciar e fazer o correto. Depois vai fazer terapia para esquecer tudo isso.
Lyn _ Eu não tenho tempo para terapia.
Cárter _ Terminou o café?
Lyn _ Eu nem percebi, eu estava com fome. Acabei comendo tudo.
Cárter _ Isso é ótimo! Precisa se fortalecer.
Saímos da minha casa depois dela dar muitos beijos no meu cachorro. Fiquei até com inveja dele. Fomos primeiro à delegacia e fizemos a queixa e recuperamos a sua bolsa. A levei até a sua casa sob protesto, mas não aceitei as suas recusas. E a acompanhei de volta ao hospital. Onde encontramos o Jamie na sua primeira consulta com a terapeuta.
Mel_ Olá, eu sou a doutora Mel, vim conhecer o Jamie hoje. Sou psicóloga infantil.
Lyn _ Não sabia que o hospital tinha psicóloga.
Mel_ Não trabalho para o hospital Fui contratada para atendê-lo.
Ela me olha e eu sustento o seu olhar.
Cárter _ Ele precisa! Nem adianta reclamar!
Nós vamos sair e vocês podem continuar a terapia.
Saímos do quarto e logo sou questionado
Lyn _ Porque está fazendo isso? O que quer?
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Atualizado até capítulo 114
Comments
Ana Lucia Silva
Lyn, guarda as armas, deixa o Cárter te ajudar, ele também tem mágoas, tristezas, incertezas, já chorou e aínda chora, tem problemas de abandono...
2025-02-09
2
Glucck
Será a Mel do Edward?
2024-12-27
2
Maria Helena Macedo e Silva
Drª Mel , amiga da Natasha, irmã da Evi e esposa do Eduard ( personagens da obra "fio do destino")
2025-03-23
1