O estranho familiar

Ele a guia por corredores vazios em um local semelhante ao quartel da base Pi, paredes espessas de pedregulhos escuros abstratos, com pequenas tochas iluminando um corredor extenso. Eles passam pelos corredores silenciosos até chegarem a uma escada que levava para o térreo, após descerem as escadas eles caminham em uma estrada deserta, as pequenas casas de madeira próximas a ela estavam silenciosas, como um lago antes de uma tempestade, até chegarem a um estábulo onde havia apenas cavalos sem seus cuidadores, haviam dois cavalos já selados esperando seus cavalheiros, o jovem a convida para montar em um deles, logo em seguida ele monta o outro, assim os dois saem pelos fundos da base na qual estava até chegar em uma planície capinada. Eles trotam por um tempo sem falarem nada, ele vai na frente guiando-os por uma montanha de caminho sinuoso, chegando finalmente no alto de um pequeno bosque, onde águas violentas rastejavam em um rio logo abaixo. Ele desce do cavalo, fazendo um sinal para ela descer também, em todo momento ela estava fixada nele, como se algo nele fosse familiar ou a incomodasse constantemente, algo que não conseguia explicar.

--- Ah! Finalmente! Esse lugar me trás muitas lembranças... Não é...? --- Ele pergunta se espreguiçando, mudando seu sorriso para um olhar sereno.

Como se saísse de um transe, Kainna desperta de seu devaneio, observando a paisagem em volta. O vento suave balança as folhas das árvores e o som distante de um riacho cria uma melodia tranquila. Ela olha ao redor, sentindo uma estranha familiaridade, mas não consegue identificar o porquê. As cores, os cheiros, tudo parece conhecido, mas ao mesmo tempo, completamente novo. É como se estivesse vendo um quadro pintado por um artista que conhecia, mas cujo nome escapava de sua memória.

De repente, o rapaz se aproxima, caminhando em sua direção. O coração dela acelera, há algo nos passos daquela pessoa que desperta uma sensação de déjà vu. Quando a figura se aproxima, ela vê um rosto amigável, um sorriso que parece ter visto mil vezes antes. No entanto, não consegue lembrar o nome, a história, o vínculo que os unia. É como olhar para uma fotografia antiga, onde os rostos são claros, mas os nomes e momentos se perderam no tempo.

Ela tenta puxar pela memória, mas tudo o que encontra são fragmentos desconexos, como peças de um quebra-cabeça que não se encaixam.

--- Você não se lembra, não é? --- A pessoa à sua frente fala com carinho, com uma voz que deveria ser reconfortante, mas que agora soa como um eco distante de uma vida que ela não consegue mais alcançar. É uma sensação agridoce, de estar tão perto e ao mesmo tempo tão longe de algo que uma vez foi tão importante.

--- Não... --- Ela o olha enquanto lágrimas escorrem sem motivo de seus olhos, elas são lançadas aos ventos pela brisa fresca da manhã. A jovem toca as lágrimas sem entendê-las, se perguntando o porque delas.

--- Não se preocupe, eu tenho outros meios de te fazer lembrar, venha. --- Ele pega suavemente em sua mão e a leva próximo ao precipício daquele morro, ele solta sua mão, em seguida observa toda a paisagem ao redor.

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