Ao entrar ela é recepcionada por uma mulher mais velha, morena de cabelos negros e cacheados, preso em um pequeno coque e dois guardas, um negro com uma aparência séria e forte presença, o outro a olhava de cima com um rosto definido e uma cicatriz cortando seus lábios, seu olhar era firme e marcante.
---Prazer em conhecê-la, o meu nome é Amanda Pristom.--- Se apresenta com semblante sereno erguendo sua mão direita para um aperto.
---Amanda? Amanda, o Sean lhe mandou um "oi" e me pediu para lhe entregar este mapa. --- Kainna aceita a mão da mulher que fica surpresa com a informação, ela recebe o mapa e o olha admirada.
--- Então foi ele que te guiou até aqui... Aquele maluco... Então ele atualizou mesmo o mapa das Américas... Bom e qual o seu nome jovenzinha? --- Pergunta com um sorriso tênue.
--- Meu nome é Kainna, é um prazer conhecê-la.--- Responde aliviada por ter encontrado um local seguro com soldados da base Pi, de repente uma pontada forte vem de seu ferimento, o que a faz se encolher de dor.
---Argh...--- retruca Kainna com a mão sobre o ferimento.
--- Você está ferida, é melhor cuidarmos disso! --- Afirma Amanda apoiando Kainna em seus ombros.
Logo Kainna é levada para uma pequena tenda onde funcionava uma enfermaria de emergência. Ela estava pálida, os olhos vidrados de febre. Seu uniforme rasgado revelava um ferimento profundo no estômago abaixo de uma atadura manchada de vermelho carmesim, o médico chega e retira suas ataduras, o sangue escorre entre os dedos do médico enquanto ele pressionava a ferida. Os outros soldados formavam um círculo protetor, olhares determinados, mas impotentes diante da carnificina.
---Aguente firme.--- sussurrou o médico. Ele vasculhou sua bolsa de primeiros socorros, encontrando apenas alguns pedaços de gaze e um frasco de analgésico. ---Irei cuidar de você.--- "O ferimento não é grave, não afetou órgãos vitais, mas se não conter essa hemorragia ela morrerá."
Com mãos habilidosas, ele enfaixou o ferimento, tentando conter o sangramento. O soldado gemeu, os lábios ressecados se movendo em uma prece silenciosa. O médico olhou ao redor, buscando algo mais para ajudar. Uma garrafa d’água vazia, um pedaço de pano limpo… qualquer coisa.
---Vamos mantê-la viva...--- prometeu o médico, olhando para o soldado com determinação. ---Porque cada vida conta. E mesmo em meio à destruição, há esperança.---Tudo começa a enturvecer e a ficar abafado, ela já não consegue ouvir nem ver mais nada, enquanto o médico se esforça para tratar suas feridas.
No dia seguinte Kainna desperta bem melhor, sentando-se na maca que estava, arrancando os fios com soro e sangue que estavam em seu braço. Logo um homem de porte médio, jaleco e estetoscópio no pescoço corre para impedí-la.
---Ei! Você! Não faça isso você precisa desse tratamento! --- Fala rispidamente caminhando com passos largos e firmes em sua direção.
---Eu já me sinto melhor, não preciso disso.--- Kainna rebate com seriedade, levando da maca.
--- Tsh... Pare de ser teimosa e volte para seu leito! --- Ele tenta pegar seus ombros e colocá-la na maca novamente, mas é rapidamente pêgo pelo braço e imobilizado no chão.
--- Argh!--- Geme de dor enquanto sua respiração espalha poeira no ar.
--- Chega, podem parar por aí! --- Amanda intima os dois que a observam atentamente, os dois se levantam e o homem começa a sacudir a poeira de suas vestes.
---Kaina, este homem acabara de salvar sua vida! --- fala em tom autoritário. A jovem observa o homem se livrar da poeira do chão, visivelmente irritado.
--- Sinto muito por imobilizá-lo, senhor... Eu entendo que você só queria ajudar...--- A jovem pede desculpas ao médico que curara suas feridas.
--- Não se preocupe com isso, você deve ter passado por maus bocados lá fora. Sua reação é compreensível, apenas descanse e fique bem. --- Diz o doutor que logo vira-se e continua seu trabalho, verificando pacientes feridos nos leitos.
--- Bom, o que a trás aqui Kainna? --- Pergunta a Sargenta Amanda que se encontra escorada em uma estrutura de madeira fora da tenda médica.
--- Eu estou a caminho da base de Plumas, mas no caminho acabei me deparando com bestas e perdi todos os meus equipamentos... Agora não sei para que lado ir. --- Diz Kainna um pouco envergonhada saindo da tenda para ficar de frente com Pristom.
---Entendo... Sua missão é chegar até a base de Plumas, ela fica bem longe daqui, mais ou menos 3 dias de carruagem.--- Afirma pensativa enquanto observa a movimentação diária dos aldeões e soldados.
---Mas graças à Sean, agora nós temos um mapa detalhado de toda a América, podemos encontrar uma rota mais segura do que a atual. --- Diz a mulher observando a jovem, em seguida ajusta sua postura e faz um sinal para Kainna a seguir.
Enquanto caminham, a mulher começa a mostrar e falar sobre o local onde estavam. Era uma pequena vila cercada por muros de pedras e concreto o que dava um aspecto robusto ao local, é percetível que foi feito pelas próprias pessoas da vila. Soldados e civis conversam e trabalham lado a lado afim de melhorar sua segurança, e meio de vida, crianças descalças corriam pelas ruas empoeiradas, pessoas pegavam água de um poço em baldes e ancoretas em seus animais, enquanto pequenos comerciantes trocavam seus produtos por outros que não o tinham. O dinheiro já não valia mais nada naquele lugar. As casas eram pequenas e feitas de madeira ou palhas com algumas barracas espalhadas em uma área aberta. As duas percorreram todo o centro e interagiram com seus povos, parando numa barraca de uma senhora gentil que oferece feliz bolinhos e chá para elas tomarem, elas comem e bebem enquanto observam ao redor, depois seguem a patrulhar o local, passando por pequenas plantações de uvas, arroz, trigo e de algumas árvores frutíferas. Ao anoitecer, as pequenas casas e ruas de terras são iluminadas por velas feitas na própria aldeia e lampiões antigos, dando um contraste histórico aquela vila. Seguindo a trilha de luzes laranjas, Amanda leva Kainna para a área onde as barracas dos soldados ficavam.
Esse centro é bem pequeno comparado aos centros principais, além disso nós não temos energia elétrica como eles e seria difícil para nós tentarmos obtê-la, pois temos poucos soldados e uma guerra contra as bestas iria reduzir muito nosso poderil militar.--- Ela fala enquanto caminha, parando em frente a uma grande tenda, ela abre as cortinas dela e faz um sinal para Kainna entrar, lá dentro estavam 3 pessoas escrevendo em papéis grandes e pequenos e outras 4 pessoas conversando no fundo.
---O que eles estão fazendo, Amanda?--- Pergunta curiosa os observando desenharem e rabiscarem os papéis iluminados apenas com as luzes laranjas de seus campeões.
---Eles estão fazendo cópias do mapa de Sean, assim você poderá levar um com você também.--- Kainna a olha grata logo em seguida a acompanha para o fundo da tenda.
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Atualizado até capítulo 41
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