---Cor...ra...--- Sussurra com dificuldades para Kainna, seus olhos se arregalam, não apenas pela falta de oxigênio, mas também pelo pânico silencioso que grita dentro do peito. Eles encontram o par de olhos da jovem um espelho de emoções, compartilhando a angústia.
É um momento suspenso no tempo, onde cada batida do coração ressoa como um trovão distante, prometendo a tempestade que se aproxima, mas que nunca chega a quebrar. A garganta trava, as palavras se perdem, e o mundo se estreita até que tudo que resta é a luta por mais um sopro de vida e a conexão silenciosa com aquele que testemunha a batalha silenciosa. Assutada com tremenda brutalidade a jovem observa ao redor e vê todos caídos a sua volta.
---Não! Eu irei lutar também! --- Ela pega a adaga em sua mochila e corre em direção a besta, mas é facilmente rebatida com apenas um tapa da Criatura, a jovem escorrega pelo asfalto degradado, a besta a olha com fúria, de repente Dancan salta por trás da fera e finca seu machado em suas costas, fazendo-a grunhir de dor, soltando Amanda que estava em suas garras.
---Corra! Nossos sacrifícios serão em vão se você morrer também!--- Exclama Dancan, quando de repente a criatura usa uma de suas garras para tirá-lo de suas costas e jogá-lo longe.
---Argh! --- No instante em que Dancan é lançado pelo ar, o mundo gira em um turbilhão caótico ao seu redor, e a sensação de perda de controle é total. O estômago revira como se estivesse em uma montanha-russa sem fim, e a mente mal consegue acompanhar a rapidez com que o cenário muda. A dor física é uma mistura de pressão e impacto, um alerta agudo que percorre cada nervo. É a antecipação do choque contra o solo que acelera o coração e faz o tempo parecer desacelerar. E então, o impacto. É uma explosão de dor que irradia do ponto de contato, uma onda que se espalha e reverbera pelo corpo. Ossos e músculos protestam, e por um momento, o ar é roubado dos pulmões, deixando apenas o silêncio ensurdecedor de um grito não expresso. No rescaldo, enquanto o corpo luta para se recompor, a dor se instala como um hóspede indesejado, latejante e persistente, um lembrete cruel da vulnerabilidade humana diante das forças da natureza.
Enquanto Kainna começa a correr em direção ao centro Plumas, a adrenalina inunda o seu sistema, um coquetel químico de sobrevivência que prepara o corpo para a fuga ou luta. O coração bate como um tambor de guerra, rápido e forte, bombeando sangue para os músculos que se tensionam como cordas de um violino. Os seus pés mal tocam o chão, movendo-se com uma velocidade que a mente consciente não poderia comandar. Os pulmões ardem, puxando o ar em rajadas curtas e rápidas, enquanto o som da besta ruge atrás. A visão periférica está em constante vigilância, procurando por rotas de escape, por obstáculos, por qualquer coisa que possa ser usada a favor ou contra. E em meio a essa corrida frenética, há uma clareza estranha, um foco singular onde nada mais existe além da necessidade de sobreviver, de continuar movendo-se, de nunca olhar para trás.
A besta a vê se movimentando e começa a se preparar para correr, quando por trás surge Fred e corta suas garras da pata direita, fazendo a criatura arfar de dor e raiva, ela volta sua atenção para Fred e finca suas garras esquerdas em sua perna, provocando uma dor aguda e penetrante, à medida que as garras penetram mais profundamente, a sensação de rasgamento da área faz o gemer de dor, largando sua arma.
--- Pode me devorar criatura maldita!--- Exclama olhando a besta nos olhos. Quando de repente Amanda levanta-se com uma espada na mão e chama a atenção da criatura com um grito.
---Venha!!--- Seu grito ecoa como um convite indiscreto para a besta, que com seu corpo musculoso se contorce girando lentamente, soltando o homem de suas garras, para fixar seu olhar na presa à sua frente. Cada movimento é calculado, cada músculo tenso, como se o próprio mundo segurasse a respiração, enquanto a saliva da besta escorria pelos seus dentes afiados. A mulher, treme diante da imponência da besta enquanto a encara nos olhos. O ar fica denso, carregado de tensão, enquanto o momento se desenrola. A besta está prestes a atacar, e o mundo inteiro parece segurar a respiração junto com ela.
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Atualizado até capítulo 41
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