Naquela mesma clareira, O homem ruivo chama seu fiel corcel e retira duas pás de suas costas, entregando uma para o jovem. Sean amarra a besta a seu cavalo, levando-os consigo até um local distante. O jovem se ajoelha na terra fria e úmida, sua pá afundando na escuridão, como se estivesse cavando um buraco em seu próprio coração. Cada lamada de terra que ele retira é como um suspiro de desespero, um lamento silencioso pelo que poderia ter sido.
Seu coração pesa como chumbo, enquanto ele escava o túmulo de seus companheiros de batalha, aqueles que foram mais do que irmãos para ele. Juntos, eles enfrentaram o fogo inimigo, compartilharam momentos de alegria e dor, e agora... agora jazem imóveis, silenciosos, seus sorrisos apagados para sempre.
Cada palada é um golpe de realidade, um lembrete cruel de que a vida é frágil, efêmera. O jovem sente o gosto amargo da perda, uma sensação que o sufoca, como se estivesse sendo enterrado vivo junto com seus amigos.
Suas mãos tremem enquanto ele coloca a terra sobre os corpos, como se estivesse cobrindo seus próprios sonhos, suas próprias esperanças. Ele sente a solidão pesada, o vazio deixado por aqueles que não estão mais lá para compartilhar o peso da batalha e da vida.
O jovem se levanta, olha para os túmulos recém-cavados, e sente um uivo de dor querendo escapar de seu peito. Ele engole o grito, sabendo que precisa ser forte, mas as lágrimas escorrem sobre seu rosto, como se estivesse chorando pelo futuro que nunca será.
Ele se ajoelha novamente, toca a terra fresca, e sussurra: ---Rick... Jony... descansem em paz, meus irmãos. Vocês nunca serão esquecidos.--- O vento sussurra em resposta, como se fosse o eco de suas vozes, lembrando-o de que, embora estejam mortos, sua memória permanecerá viva.
Após um tempo, O ruivo caolho surge com seu cavalo, apagando a fogueira e o chamando para ir embora daquele local. --- Já terminou? Temos que partir, esse cheiro de sangue pode atrair mais do que uma besta.--- O jovem segue calado Sean e seu cavalo por uma trilha escura da densa floresta, até chegarem em uma caverna, o cavalo é solto e Sean acende uma pequena fogueira, sentando-se no chão enquanto coloca uma panela com cogumelos, dois peixes e outras misturas no fogo, o rapaz de cabelos escuros, ainda sujo, senta em uma pedra próxima ao fogo, observando a madeira queimar nas chamas sinuosas da fogueira, seu olhar é vazio e distante enquanto lembra do ocorrido e da vida daqueles que partiram nesta noite, eles tinham pessoas esperando seu retorno, e agora? Não mais poderiam voltar.
Enquanto o ensopado ferve Sean observa o olhar melancólico do jovem sentado a sua frente. ---Então, qual o seu nome? O que o trás aqui?--- Pergunta para o rapaz deprimido e com razão.
O rapaz o olha sem expressão com um olhar profundo e cansado. --- Eu... Me chamo Siva... Siva Polkinghorne. Eu vim salvar uma amiga... Mas... --- Ele faz uma pausa enquanto leva suas mãos calejadas e sujas até sua face. --- Mas... Eu não consigo nem proteger meus companheiros! --- Ele desaba em lágrimas esfregando seu rosto em suas mãos.
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Atualizado até capítulo 41
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