O jovem gentil

Duas crianças, com sorrisos radiantes e olhos brilhantes, correm lado a lado em um campo gramado, seus pés descalços sentindo a frescura da grama. O sol brilha sobre eles, iluminando suas risadas e gritos de alegria.--- Você não me pega! ---

Com cabelos ao vento, eles zigue-zagueiam pelo campo, perseguindo-se mutuamente em um jogo de corrida sem fim. A grama verde e macia amortecia seus passos, enquanto eles saltavam e pulavam, sentindo a liberdade e o prazer da brincadeira.

Os braços se estendem, as mãos se agarram por um instante, e então eles se soltam novamente, continuando a corrida. As risadas ecoam pelo ar, misturadas com gritos.

--- Eu vou ganhar! --- Diz o garotinho loiro.

--- Eu não vou deixar, haha! --- Diz uma garotinha sorridente.

Uma silhueta de uma figura adormecida se encontra no beliche superior. O corpo se mexe, e então, de repente, uma mão emerge do cobertor, seguida por uma cabeça despenteada. O olho descoberto se abre, ainda turvo pelo sono, e a pessoa se senta, balançando as pernas para fora da cama. "Quem... Quem era?" Ela pergunta a se mesma, enquanto sua cabeça lateja de dor.

Com um suspiro, ela se levanta e começa a descer a escada estreita do beliche, agarrando-se ao corrimão para não perder o equilíbrio. Os degraus rangem sob seus pés, ecoando pela sala silenciosa.

Ao chegar ao chão, ela olha em volta, tentando localizar a origem das vozes baixas que a haviam acordado. Seu olhar se fixa em uma porta semi-aberta, onde uma fresta de luz amarelada ilumina o corredor.

A curiosidade toma conta dela, e ela se aproxima da porta, sua respiração se tornando mais lenta. As vozes se tornam mais claras, mas ainda indistintas. Ela se inclina para frente, sua orelha quase encostando na porta.

--- O que você acha? Aquela é mesmo a garota? --- Uma voz grave questiona a alguém.

--- Eu não tenho a menor dúvida, Suzako, é ela! --- Uma voz jovem e entusiasmada ecoa pela sala. ---

--- Você acha mesmo que ela vai ser capaz de aceitar? Diz a voz em um tom preocupado.

--- É nescessário que ela aceite... Ao contrário nosso plano não dará certo... --- A voz jovem diz em um tom sereno.

Com um movimento lento e deliberado, ela empurra a porta, e a luz amarelada inunda o corredor, revelando duas sombras deformadas pela claridade excessiva, uma delas desaparece antes de seus olhos se acostumarem com a luz e a outra permanece na sala, a observando.

--- Finalmente... Você acordou... Merak... --- Diz uma voz suave enquanto caminha lentamente em sua direção.

Aos poucos os olhos da jovem vão se adaptando à luz e uma figura de um jovem de cabelos loiros e olhos verdes a encara. Ela dá um passo para trás confusa. --- Não, eu não sou essa pessoa, meu nome é Kainna. ---

--- Haha, já era de se esperar! Você não se lembra, não é? --- Ele a olha com com um sorriso, calmo e sereno. --- As pessoas reagem de formas diferentes a alguns traumas... Algumas nunca esquecem, outras não querem lembrar... --- Ele vira-se e vai até uma bandeja com biscoitos, pães, chá e café. --- Aqui, coma e beba, nós não sabíamos do que você gostava então trouxemos essas opções. --- Ele deixa na mesa e a convida para sentar. Ela caminha lentamente até ele e se senta, observando a comida a sua frente.

--- Quanto tempo... Quanto tempo eu dormi? --- Ela pergunta voltando sua atenção para o jovem ao seu lado, após perceber que estava com vestes diferentes.

--- Dois dias. --- Ele responde calmamente. --- Mas não se preocupe, alguém te limpou e trocou suas roupas e bandagens.

--- Todas elas? --- Ela pergunta nervosa.

--- Todas menos as de seu rosto. --- Responde curioso, a encarando. --- Elas não pareciam bandagens de ferimento, mas bandagens para esconder algo, então não foram alteradas.

--- Obrigada. --- Ela agradece enquanto observa a comida na mesa.

--- Não precisa agradecer. Não vai comer? --- Pergunta observando-a encarar o alimento.

--- Prefiro comer sozinha... --- Ela fala em tom sereno. O jovem entende o recado e sai da sala para dar-lhe privacidade.

Após alguns minutos ele bate na porta como se pedisse permissão para entrar. Ela responde dizendo que pode e ele entra na sala.

--- Já terminou Mer... Kainna? Gostaria de te mostrar algo. --- Diz ele enquanto caminha lentamente na direção da jovem.

--- Já. Certo. --- Ela se levanta pronta para o seguir.

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