Prenúncio de uma nova jornada

Na manhã seguinte a jovem acorda ao raiar do Sol, ao sair da barraca ela se depara com um alvorecer lindo e dourado, ela o observa as aves voarem sob ele por um momento, depois volta de seu devaneio indo em direção ao centro da pequena vila, lá ela se depara com Ethan selando um cavalo robusto o prendendo em uma carroça, Fred e Dancan carregam suprimentos para deixar na carruagem, Karla e Amanda anotam coisas em um mapa, quando Amanda vê Kainna se aproximar a olhando com serenidade e vai de encontro a ela com uma mochila e algumas vestes na mão.

---Aqui, troque-se e pegue essa mochila, nela tem um mapa e alguns suprimentos, além de uma adaga caso precise.--- A mulher cacheada entrega a ela e volta para observar o que está sendo colocado na carroceria. Kainna assente e agradece com a cabeça antes dela partir. Ela vai para uma barracas, se veste e põem a mochila nas costas, quando ela sai todos já a estão esperando na carruagem.

---Hey! Vamos lá, não temos o dia todo!--- Fred a chama acenando para que ela venha, a jovem corre o mais rápido que pode e sobe na carruagem. Ao se aproximarem do portão principal, alguns soldados e camponeses estavam os esperando, os dando boa sorte e até logo, eles seguem por uma estrada que já conheciam.

Dancan guia o cavalo pela trilha sinuosa durante algumas horas, o caminho é um tapete de folhas caídas, pintado com os tons da terra molhada pelo orvalho. O sol, tímido, espreita por entre as copas das árvores, lançando um mosaico de luz e sombra. O cavalo, com passos firmes, segue o serpenteio da trilha. Ele sente o cheiro úmido da terra, o aroma adocicado das flores silvestres que ainda ousam florescer. O som do próprio trote se harmoniza com o coro matinal dos pássaros, criando uma sinfonia da natureza. A cada curva, uma nova cena se revela: um riacho borbulhante cortando a floresta, suas águas claras como cristal; um esquilo apressado que cruza o caminho, desaparecendo na folhagem; uma clareira onde os raios do sol dançam sobre a relva, enquanto a carroça avança, seus eixos gemendo sob o peso da carga preciosa e as tombadas entre os buracos e pedras robustas no caminho. O cavalo que a puxa é um titã de músculos e suor, seus olhos focados na trilha à frente, cada passo uma promessa de perseverança.

---Pufh... Você só pode estar fazendo de propósito Dancan, ao invés de desviar você está passando por cima! --- Bufa passando a mão em sua nádega, o que faz Fred rir.

---Não há nada que possas fazer, a estrada aqui não é mais a mesma da qual viemos antes, estamos em um local desconhecido...--- Ehtan dá um leve empurram em Fred que estava rindo de sua situação e vai até a frente sentar-se ao lado de Dancan na frente da carruagem, ele observa atentamente ao redor como se procurasse algo familiar. A trilha serpenteia entre penhascos e vales, e a carroça segue, fiel ao seu curso, como se estivesse ciente da importância de sua missão. Ela carrega não apenas bens, mas esperanças e sonhos dos viajantes que confiam em sua solidez para atravessar a paisagem indomável.

---Realmente, eu nunca andei por essas bandas antes...--- Diz passando uma mão pelo seu queixo, observando a natureza exuberante e desconhecida ao seu redor.

---Já se passaram três horas desde que saímos das terras conhecidas, o que implica que devemos estar por aqui. --- Aponta para uma área no mapa a mulher de cabelos longos e rosto fino. Depois continua: ---Se continuarmos nesse ritmo, chegaremos amanhã pela tarde nessa estrada de asfalto.--- Finaliza deslizando seu dedo pela trilha que deverão seguir.

---Mas o cavalo não vai andar direito durante a noite, e também será perigoso. Podemos nos perder ou sermos atacados por feras.--- Diz Kainna olhando para o percurso do mapa.

---É por isso que temos que chegar nessa clareia até o anoitecer.--- Amanda aponta para um lugar marcado no mapa.

Ethan os observa atentamente conversando atrás dele, depois volta sua atenção para a vista a sua frente.

---Então não ligue para essas pedra e buracos bobos, Dancan, pode ir no melhor ritmo possível.--- Diz Dancan dando tapinhas no ombro dele.

---Entendido...--- Dancan faz um movimento com seus braços recocheteando as rédeas no flanco do garanhão, o que o faz relinchar e acelerar.

Ao final da jornada, quando a noite envolve o mundo em seu manto estrelado, a carroça repousa, orgulhosa de ter superado mais um dia na trilha rochosa, pronta para as aventuras do amanhã. Por sorte eles chegam na clareira marcada no mapa, descem da carruagem e começam a montar seu acampamento, eles cercam a área com galhos espinhosos e candelabros para manter o local iluminado, no centro eles fazem uma fogueira e colocam troncos ao redor para poderem sentar, põem uma refeição em um caldeirão e a espera ficar pronta.

---Quem diria que o mapa daquele maluco seria tão preciso.--- Ethan indaga mexendo os ganhos da fogueira, espalhando pequenas brasas no ar. As chamas dançam ao sabor da brisa, faíscas ascendem como pirilampos em busca das estrelas. O calor da fogueira é um convite, reunindo os viajantes em seu redor.

---Ei! Não o chamei de maluco, Sean é um homem muito esperto e forte!--- Retruca Fred o olhando seriamente.

---Sinto muito, esqueci que você é o fã número um dele. --- Fala terminando de ajeitar os gravetos, batendo suas mãos para tirar a poeira.

---O que ela era antes do mundo ser destruído?--- Pergunta Karla curiosa.

---Ninguém sabe, ele não costuma falar sobre isso com ninguém, além disso ele não é uma pessoa de "fácil" acesso.--- Responde Amanda trazendo alguns pratos enquanto Kainna trás alguns talheres.

Os pratos e talheres são distribuídos para todos, eles se servem e começam a comer enquanto conversam. Acima, o céu se desdobra em um tapete de veludo negro, salpicado de incontáveis pontos luminosos. Cada estrela é uma promessa distante, um sonho suspenso na imensidão do universo. Constelações desenham mitos antigos, navegando no mar cósmico. Neste santuário ao ar livre, a natureza sussurra canções de ninar com a voz do vento nas árvores, e a noite abraça cada alma com sua serenidade infinita.

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