O caminho certo

Quando os primeiros raios de sol atravessam as montanhas do horizonte, Sean desperta se espreguiçando na grama coberta pelo orvalho, antes de levantar-se acorda Kainna que descansa ao seu lado. Ele põem uma mão no ombro da jovem e empurra sutilmente para acordá-la. Aos poucos ela desperta abrindo seus olhos lentamente, ela senta-se com menos dificuldades do que antes e tenta se levantar com a ajuda do homem.

---Comigo assim levaremos uma eternidade para chegar a esse centro...--- sussurra um pouco desanimada, enquanto permanece apoiada no ombro de Sean.

---Isso não será um problema.--- Sean leva a sua mão livre até sua boca e assovia alto, o som ecoa pela floresta que os cercava. Não demora muito e algo vem em alta velocidade encontrá-los.

---Mas o quê?...--- Kainna se surpreende com o que sai da floresta, um lindo cavalo de pintura celado para próximo a eles, pastando a grama fresca da manhã, enquanto a brisa brinca com suas crinas douradas pelo alvorecer.

---Ah! Você veio rápido Hope! Venha cá.--- Exclama o homem com um sorriso no rosto observando o cavalo ir aos trotes em sua direção.

---Esse cavalo é seu? Onde ele esteve esse tempo todo?--- Questiona a jovem curiosa.

--- Eu e Hope somos amigos a alguns anos, ela sempre está por perto quando a chamo. Venha suba nela e você não nos atrasará.--- Sean dá um sinal para que Kainna suba e a ajuda a subir na cela do cavalo, era a primeira vez que montara em um animal tão magnífico. Logo depois de Kainna montar na cela, O ruivo reconhe seus pertences no pequeno acampamento, apaga a fogueira e põem sua katana em sua cintura, pegando o cabresto da égua.

---Vamos lá!--- O homem apressa o passo guiando-os em direção ao centro mais próximo.

Enquanto seguem seu caminho a brisa matutina brinca com suas vestes e cabelos, acariciando seus rostos cheios de vigor após uma boa noite de sono. Kainna se sente segura com Hope e Sean ao seu lado, ela observa as paisagens e horizontes mudarem a medida que avançam, era um mundo tão vasto e repleto de coisas novas. A terra sob as patas do cavalo é árida e marcada por cicatrizes de tempos difíceis: árvores retorcidas, pedras desgastadas e rachaduras no solo. Mas há algo diferente no ar, uma promessa sutil de renovação. Logo eles chegam em uma estrada de concreto cercada pela vegetação, indícios de que pessoas não circulavam pelo local há muito tempo, eles passam por uma placa grande, velha e enferrujada que dizia bem vindos, ela estava inclinada sob um pilar velho de ferro enferrujado, no horizonte dava para ver uma cidade devastada e cheia de vegetações cobrindo-a, como se um tapete verde e florido tentasse esconder algo feio e destruído.

---Nossa...--- Kainna deixa escapar sua surpresa com os escombros antigos da humanidade. O sol emerge no horizonte, pintando o céu com tons de rosa e laranja. Os primeiros raios dourados tocam a paisagem, acariciando as folhas que começam a brotar. O cavalo avança com passadas firmes, sua respiração sincronizada com o ritmo da manhã, enquanto Sean o guia a pé.

--- Antes de tudo acabar assim... Essa era um cidade bem ativa, apesar de seus defeitos, era bom viver aqui.--- Diz o homem que guiava-os pela estrada de asfalto degradada pelo tempo e natureza onde as ruas, outrora movimentadas, agora são trilhas estreitas, percorridas por pássaros e pequenos animais. O vento sussurra histórias antigas, lembrando aos poucos que a vida ainda persiste, mesmo nas circunstâncias mais difíceis.

Kainna o observa surpresa e curiosa. À medida que avançam, Kaina observa os sinais de vida emergindo em meio às ruínas, onde uma cidade outrora existiu, a vegetação agora avança, teimosamente, pelas rachaduras do concreto. As casas, antes cheias de vida, permanecem vazias, mas há algo no ar: esperança. Os galhos das árvores se entrelaçam com os escombros, como mãos que se unem em solidariedade. As flores silvestres, corajosas, brotam entre os tijolos quebrados, como pequenos sinais de renovação.

---O senhor já morou aqui? Como os humanos viviam antigamente!?--- Pergunta um pouco entusiasmada.

--- Hahaha, pelo visto você é uma jovem bem curiosa.--- Ele a olha com diversão e a jovem dá um sorriso sem jeito. ---Bem... O que posso dizer... A humanidade era livre e poderosa, ela vivia como podia em um mundo onde o dinheiro, muitas vezes valia mais do que qualquer generosidade... Onde a ganância corrompia os homens e a misericórdia era apreciada, mas raramente praticada...--- Reflete Sean após a pergunta da garota.

--- Sério? Isso parece mais ruim do que bom. Mesmo assim você sente falta?--- Concluí Kainna voltando sua atenção para a cidade degradada.

O homem sorri junto a brisa que bagunça seus cabelos brasa em uma dança sinuosa. --- Não se deve olhar para trás com saudades, mas para frente com esperanças... Isso foi algo que aprendi nesse mundo destruído, eu não sinto falta dos velhos tempos, mas tenho esperanças de viver em paz novamente, sem a ganância dominar o mundo, sem as guerras... Sem as bestas...--- Sean continua guiando-os com passos firmes, eles entram na pequena cidade que estava praticamente demolida, com apenas escombros, prédios tortos ou caídos com vegetações cercando-os.

Após um dia de caminhada, eles finalmente chegam a uma estrada de terra que levava diretamente a uma área cercada por um muro alto de pedras robustas a alguns metros de lá, Sean entrega as rédeas para Kainna.

---O senhor não vem?--- Pergunta a jovem confusa.

---Nao, meu trabalho aqui fora não acabou ainda... Aqui , peque esse mapa. É um mapa atualizado do continente americano, levei alguns anos para terminar, mas finalmente está pronto. Se você encontrar a Sargenta Amanda, entregue-o para ela e diga que mandei um "oi"...--- Após entregar o mapa e dar o recado, Sean dá um leve tapa no flanco de Hope que a faz correr em direção aos muros, Kainna se segura como pode, mesmo com seus ferimentos latejando.

---Adeus, Kainna.--- Ele a observa se afastar rapidamente no crepúsculo e logo vira-se para seguir seu caminho solitário.

Após se aproximar dos portões os guardas encima da muralha a interrogam em busca de informações sobre a garota.

---Quem é você e de onde veio?--- Pergunta um dos guardas.

---Eu sou Kainna, vim direto da base Pi.--- A jovem realiza um sinal em libras que significa cachoeira (Cascata) e logo os guardas liberam passagem, a garota desce da égua que logo após corre em direção a floresta.

---Adeus Hope e Sean.--- Sussurra a jovem observando o animal desaparecer no horizonte.

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