Christian chegou ao bar com Kiara nos braços, os olhos fixos na entrada como se pudesse abrir a porta com a força de sua determinação. Ele não perdeu tempo em forçar a porta com um chute, ignorando qualquer barulho que isso pudesse causar. Uma vez dentro, ele correu para o balcão onde Erwin, o copeiro, estava limpando alguns copos, alheio ao caos que havia se desenrolado do lado de fora.
Erwin levantou o olhar quando Christian entrou, seus olhos se estreitando ao ver a condição de Kiara. Ele era um homem de poucas palavras, mas a cena diante dele era inconfundível.
— Preciso da sua ajuda, agora! — Christian ordenou, a voz dura e cheia de autoridade, não havia espaço para qualquer tipo de gentileza.
Erwin, com uma expressão neutra, largou o copo que estava limpando e deu a volta no balcão, aproximando-se de Christian e Kiara. Ele lançou um olhar de avaliação para a ferida na barriga dela, o sangue ainda escorrendo entre os dedos de Christian que pressionava a área para tentar estancar o sangramento.
— Coloque-a aqui — Erwin indicou uma das mesas próximas com um movimento de cabeça, já se preparando para o que precisava ser feito.
Christian fez o que lhe foi dito, colocando Kiara na mesa com o máximo de cuidado que conseguia reunir. Ela gemeu de dor, os olhos entreabertos tentando focar no ambiente ao redor, mas claramente enfraquecida pela perda de sangue.
— Você vai precisar sair daqui, Christian, isso pode ser... complicado — disse Erwin, enquanto suas mãos começavam a brilhar levemente com uma luz suave, sinal de que ele estava prestes a usar seus poderes.
Christian franziu a testa, hesitando por um momento. Ele não gostava de deixar Kiara fora de sua vista, especialmente em uma situação tão crítica. Mas sabia que Erwin estava certo, e que ele só atrapalharia.
— Não demore — Christian resmungou, dando um passo para trás, mas mantendo os olhos fixos em Kiara.
Erwin, sem responder, concentrou-se em seu trabalho. Ele colocou as mãos sobre a ferida de Kiara, e a luz em torno de seus dedos começou a intensificar, envolvendo a área machucada. Kiara arquejou, o corpo reagindo à energia que fluía dela, enquanto Erwin começava a fechar a ferida.
Christian observava de longe, os punhos cerrados e os músculos tensos, cada segundo parecendo uma eternidade. Ele odiava se sentir impotente, especialmente quando se tratava de alguém que, por mais que ele tentasse negar, tinha começado a significar algo para ele.
Após alguns minutos que pareceram horas para Christian, a luz em torno das mãos de Erwin começou a desaparecer. O copeiro se afastou da mesa, limpando o suor da testa com o braço, indicando que o processo havia terminado.
— Fiz o que pude — Erwin disse, olhando para Christian com uma expressão cansada. — Ela vai se recuperar, mas precisa descansa, e não adianta pressioná-la a voltar para a ação rápido demais, ou a ferida pode abrir novamente.
Christian deu um passo à frente, olhando para Kiara. A ferida estava fechada, mas ela ainda parecia pálida, os olhos fechados enquanto respirava de forma mais regular, mas ainda visivelmente exausta.
— Eu cuido disso daqui em diante — Christian disse com firmeza, pegando Kiara nos braços novamente. Ele olhou para Erwin com um aceno curto, um agradecimento silencioso e brusco.
Erwin simplesmente assentiu, retornando ao balcão como se nada de extraordinário tivesse acontecido.
Christian carregou Kiara até um dos quartos nos fundos do bar, determinado a garantir que ela tivesse o descanso que precisava para se recuperar totalmente. Colocando-a cuidadosamente na cama, ele puxou uma cadeira para sentar-se ao lado, os olhos fixos nela, como se pudesse velar seu sono com pura força de vontade.
Naquele momento, ele decidiu que não iria deixá-la sozinha, pelo menos até que ela estivesse forte o suficiente para continuar com seus planos. E enquanto ela dormia, ele começava a pensar em como enfrentar Haires e sua alcateia com mais precisão e menos riscos.
Ele não poderia permitir outro erro como o dessa noite.
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Atualizado até capítulo 141
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