Enquanto Kiara se concentrava em esquivar dos ataques, quase não percebeu Christian sendo arremessado para longe. A visão de sua possível derrota aumentou sua adrenalina, e, apesar dos gritos desesperados de Christian para que recuasse, ela não podia ignorar a ameaça iminente. Haires era claramente uma força a ser enfrentada. Avançou em direção a Haires, que estava no meio de um combate intenso contra os membros da alcateia. Sem hesitar, entrou na luta. A primeira troca de golpes fez o som do aço ecoar pelo campo de batalha.
— Kiara, afaste-se! Isto não é um jogo, é uma ordem! — berrou Christian.
Ignorando a ordem, Kiara continuou enfrentando Haires. A velocidade dele era impressionante, mas a determinação dela era inabalável. As espadas se chocavam com força, cada impacto reverberando no ar. A cada golpe, a tensão entre os dois se intensificava. Haires sorriu com malícia cruel, sua expressão iluminada por uma satisfação perturbadora.
— Confiante demais para enfrentar alguém como eu, não acha? Estou em um nível muito acima do seu, menina insolente — zombou ele, os olhos brilhando com uma satisfação cruel.
— E você acha que pode me intimidar com essas palavras vazias? — retrucou Kiara, com voz firme e desafiadora. — Tenho mais habilidade do que você, velhote.
Haires rugiu de frustração e atacou com ainda mais ferocidade. Cada golpe era uma luta pela sobrevivência. As espadas se encontravam em um turbilhão de aço e sangue, o campo de batalha se tornando um cenário caótico de destruição. Kiara movia-se com agilidade, desviando e contra-atacando com precisão. A batalha parecia se estender por uma eternidade, mas sua determinação em não recuar mantinha-a firme.
Finalmente, conseguiu um golpe certeiro, um corte profundo na lateral de Haires que o fez recuar. A expressão dele era uma mistura de frustração e surpresa. Com um gesto rápido, ele lançou uma bomba de fumaça no chão. A nuvem densa e escura rapidamente envolveu o campo de batalha, obscurecendo a visão e dificultando a movimentação. Quando a fumaça começou a dissipar, Haires e sua alcateia haviam desaparecido, deixando um campo de batalha devastado.
A tensão no ar era palpável, e o som da luta começou a diminuir. Christian, visivelmente irritado, lançou um olhar frio em direção a Kiara antes de se virar e voltar para o bar sem dizer uma palavra. A frustração e a impotência eram evidentes em sua postura.
Ricky se aproximou, a preocupação estampada no rosto.
— Kiara, você está numa encrenca — disse ele, a seriedade na voz destacando a gravidade da situação.
Kiara olhou para Ricky, mantendo a calma apesar do caos ao redor. A batalha havia deixado marcas visíveis, mas sua mente estava centrada.
— Estou em encrenca por ter salvado a vida dele? — perguntou, incrédula e um tanto frustrada.
Ricky não respondeu imediatamente, apenas lançou um olhar compreensivo.
Enquanto voltavam para o bar, o ambiente estava carregado com a exaustão e o silêncio após o confronto. O bar, uma vez pulsante de energia e tensão, agora parecia um refúgio sombrio e cansado. A alcateia retornava com expressões esgotadas e feridas visíveis.
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Christian estava sentado em seu lugar habitual, o olhar sombrio fixo no vazio, a frustração evidente. A cena no bar era um reflexo do caos que acabara de se desenrolar, e o silêncio pesado entre todos contrastava com o alvoroço anterior. Exausta, Kiara sentou-se ao lado dele, limpando o sangue da espada com uma toalha manchada. A tensão no ar era palpável, e o peso das palavras e ações daquela noite ainda pairava sobre eles. O bar estava lentamente voltando ao normal, com os membros da alcateia se reagrupando e tratando de suas feridas, mas o ambiente estava longe de ser tranquilo. Christian finalmente quebrou o silêncio, a voz baixa e carregada de frustração.
— Kiara, precisamos conversar, venha comigo — disse ele, levantando-se e dirigindo-se para uma sala privativa nos fundos do bar.
A sala de Christian era uma mistura de escuridão e opulência. As paredes eram forradas com tapeçarias pesadas, e a única fonte de luz vinha de uma lâmpada baixa, lançando sombras dançantes sobre os móveis elegantes. Christian fechou a porta atrás deles, o som do tranco ecoando na sala silenciosa. Ele se virou para Kiara com um olhar duro e acusador, cruzando os braços sobre o peito.
— Você é insubordinada, Kiara, ignorar minhas ordens em um momento crítico, desafiando minha liderança na frente de todos... — a voz dele era como gelo, cortante e cheia de desdém — Isso não pode passar sem consequências.
Kiara o encarou com firmeza, a respiração ainda acelerada da batalha. O cansaço e a tensão eram evidentes, mas ela não ia recuar.
— Não posso simplesmente me esconder atrás de ordens quando vejo uma ameaça que precisa ser enfrentada, se a liderança se baseia apenas em poder e controle, então a sua abordagem é fraca — respondeu, a voz firme e desafiadora.
— Em um momento de crise, a ordem é a única coisa que mantém todos seguros e sua atitude desafiadora não ajuda ninguém — disse Christian, os olhos penetrantes e inflexíveis.
— E você acha que comandar por medo e desrespeito vai levar a alcateia a algum lugar? — retrucou Kiara, a voz mantendo a firmeza, apesar da tensão crescente. — Liderar significa inspirar, não apenas impor.
Christian avançou em direção a Kiara, os olhos escurecendo com uma mistura de raiva e autoridade. Ele a empurrou para trás, encurralando-a contra a parede fria da sala. A proximidade entre eles era intensa, e Kiara podia sentir a tensão elétrica no ar. A cabeça dela estava cheia de pensamentos conflitantes, mas a determinação era clara. Ela olhou diretamente para ele, desafiando-o com uma intensidade igual à dele.
— Cuidado com suas palavras, Kiara. Desafiar minha autoridade não é algo que vou tolerar, especialmente quando coloca todos em perigo — a voz dele era uma ameaça velada, o tom carregado de um sentimento de controle absoluto.
Kiara não recuou, a raiva e a frustração a alimentavam. O confronto estava se tornando mais do que uma disputa de liderança; era uma batalha de princípios e intenções.
— Se a sua liderança se baseia em intimidar e controlar, então talvez você esteja mais perdido do que pensa. Não estou aqui para ser sua submissa ou para aceitar seu desrespeito.
Christian fez um gesto brusco, a expressão endurecendo enquanto pressionava ainda mais. A mão dele estava a centímetros do rosto dela, a pressão física e emocional criando um campo de batalha íntimo e feroz.
— Você ainda vai me fazer enlouquecer, coisinha — rosnou, os olhos penetrantes a poucos centímetros dos dela, enquanto a encurralava contra a parede.
A proximidade e a intensidade eram esmagadoras. Kiara sentia a pressão física e emocional da presença dele, o calor da raiva. Mas sua determinação não vacilou. Ela olhou diretamente para ele, a expressão desafiadora e impassível. O clima na sala estava carregado de uma tensão quase palpável, como se o ar estivesse prestes a se romper. Christian e Kiara estavam a poucos passos de uma explosão completa, as sombras projetadas pela fraca iluminação destacando os contornos dos rostos tensos.
Christian finalmente recuou um pouco, o olhar ainda fixo nela, mas agora com uma mistura de frustração e reflexão. O silêncio entre os dois era carregado, e ambos sabiam que a dinâmica entre eles havia mudado para sempre.
A conversa não tinha terminado, mas ambos sabiam que o caminho à frente seria complicado e repleto de desafios. Enquanto saíam da sala, o peso do confronto continuava a pairar sobre eles, a incerteza do que viria a seguir os rodeando como uma sombra.
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Atualizado até capítulo 141
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