Raphael Castellani
Três anos se passaram e durante esse tempo tudo mudou. Não consigo esquecer as lembranças dolorosas que carrego comigo; os pesadelos continuam. Raphael mudou completamente e raramente o vejo. Ele está se afundando nas bebidas e suspeito que possa estar seguindo o mesmo caminho dos nossos pais, usando drogas.
Eu estudo e trabalho em um mercado nos tempos livres. Ao chegar em casa, meu irmão está andando de um lado para o outro, visivelmente nervoso e com cheiro de bebida, o que é horrível. Assim que entro, ele me encara.
— Preciso de grana? — falo impaciente.
— Estou sem — seus olhos estão vermelhos e sei que andou fumando porcaria. — Raphael, quando vai largar essa vida? Você vai acabar tendo o mesmo fim dos nossos pais — digo, sentindo um nó na garganta.
— Caralho, larga minha vida! Faço o que eu quiser nesse caralho — Ele eleva o tom de voz. — Você precisa cuidar apenas da sua vida e largar a minha. As decisões que tomei terão consequências, mas só eu sofrerei.
Vou até a cozinha e, ao voltar, sinto uma sensação estranha. Percebo um cheiro forte e alguém colocando algo no meu nariz, fazendo-me perder a consciência.
Depois de testemunhar a horrível cena dos meus pais mortos, não foi fácil me reerguer, pois eu ainda era muito jovem. Tive que mudar de casa e assumir a responsabilidade pela minha irmã, que agora dependia unicamente de mim como sua única família. Os primeiros meses foram difíceis, especialmente quando minha irmã tinha pesadelos terríveis com tudo o que ela viu. Eu precisei trabalhar mais para não deixar nada faltar para ela, mas essa vida estava se tornando exaustiva. Os trabalhos que conseguia não duravam muito; sempre acabava sendo demitido. Passaram-se três anos, cada um mais difícil que o anterior, e meu único trabalho não estava sendo suficiente para cobrir os gastos. Eu queria aproveitar a vida e não ficar preso em um emprego que não me dava tempo para nada. Em uma noite em que saí para me divertir, alguns conhecidos no local me ofereceram drogas, e eu aceitei sem pensar muito. Eu queria entender por que meu pai havia caído nessa vida, que acabou destruindo nossa família naquela maldita noite. Eu fumei a primeira e quis mais e mais, começando a comprar regularmente. Nada melhor para acompanhar do que bebida, sentindo o álcool queimar na garganta.
Meu dinheiro só dava para comprar drogas e bebidas. Muitas vezes, quando chegava em casa e minha irmã estava acordada, brigávamos, mas eu não me importava com a opinião dela. O vício se tornou meu único alimento; nos dias sem dinheiro, eu precisava vender algo para suprir meu desejo pela droga. As contas da casa estavam atrasadas, e o pouco que Malu ganhava só dava para ela. O dono que me fornecia drogas estava cobrando uma dívida alta que eu havia acumulado. Eu precisava encontrar uma saída para pagar essa dívida e conseguir mais drogas. Hoje, só fumei uma e estou inquieto. Aproveitando que minha irmã não está em casa, vasculho suas coisas, mas não encontro nada de valor, muito menos dinheiro. Desço para a sala e fico lá, as horas passando sem sinal dela.
Meu telefone recebe uma notificação de um parceiro meu. Abro a mensagem imediatamente porque achei interessante.
Mensagem: “Você pode conseguir todo o dinheiro que precisa para seus problemas. Se não pagar amanhã, vai acabar no mesmo lugar que seus pais. Usar a delícia da tua irmã, aquela garota só te dá trabalho.”
Penso por um momento e respondo.
— “Minha irmã não tem grana. Só está me estressando esses últimos dias.”
Eu precisava urgentemente de drogas, mas como conseguir? Logo chega outra mensagem.
Mensagem: “Venda sua irmã. Se ela for virgem, acabará com seus problemas. Conheço o dono de um bordel que pagará alto por uma jovem linda como ela, que nunca foi tocada.”
Não sei por que me interessei nesse negócio. Teria dinheiro para resolver todos os meus problemas e não teria mais ela reclamando das minhas escolhas.
— “Mande o número que vou falar com ele. Se for uma boa proposta, aceito e resolveremos meu problema de vez.”
Ele me responde.
Mensagem: “Não é fácil. Quero 10% do que você receber. Se aceitar minha proposta, te passo o número.”
Sabia que esse cara queria algo em troca, porque nada vem de graça.
— “Tudo bem, aceito. Agora pare de enrolar e mande o número. Me espere na esquina da casa. Quando minha irmã entrar, você pode ficar na frente. Se necessário, a levaremos ainda hoje.”
Recebo o número e mando mensagem imediatamente. Precisava ser esperto e rápido. O cara do bordel pede uma foto dela. Sabia que ela nunca havia sido tocada por um homem, pois não tinha amigas e não passava muito tempo fora de casa. O cara gostou do que viu e me ofereceu mais dinheiro do que eu imaginava. Sorri porque finalmente acabaria com meus problemas. O bordel estava localizado em outro país. Ele avisou que sua equipe viria buscar a "mercadoria" em um determinado ponto e trazer meu dinheiro. Fechamos o negócio, e eu me sentei irritado, esperando minha irmã chegar.
A porta se abre, e ela me encara. Queria dinheiro e, como sempre, ela negou. Disse que não ia sustentar meus vícios. Ela saiu para a cozinha, e quando voltou, a surpreendi, tapando seu nariz com um pano embebido em líquido, fazendo-a desmaiar nos meus braços.
A peguei no colo, e meu parceiro abriu a porta para mim. A coloquei no banco do passageiro e entrei no banco do motorista.
— Vamos, eles nos deram meia hora para estar no local.
— Beleza, já chegamos. Sabia que você não iria pensar duas vezes antes de resolver seus problemas — Falou Otávio enquanto dirigia
— Seria eu ou ela. Melhor me livrar dela.
O caminho todo foi feito em silêncio. Demoramos alguns minutos e chegamos ao aeroporto abandonado, onde um jatinho nos aguardava. O cara veio em nossa direção quando o carro parou e bateu no vidro.
— Trouxe a mercadoria? — o soldado me perguntou.
— Trouxe, está no banco do passageiro.
— Aqui está o pagamento que o Sr. Smith mandou. — Ele me entregou a maleta. Abri e conferi, mexendo em todas as notas. Não queria ser feito de trouxa. — Pode pegar ela. Destravei a porta.
Ele a pegou no colo, e eles foram para o jatinho, que decolou em seguida, nos levando de volta para casa. Precisava resolver minhas pendências.
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Atualizado até capítulo 86
Comments
Aline Priscila 🎀
Ah Raphael...poderia ser tudo tão diferente 🥺 imagino que não era fácil pra você tudo o que viveu, mais você optou por um caminho muito perigoso e triste pra seguir
2024-07-29
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Luisa Nascimento
Queria que esse safado, cafajeste ficasse sem um tostão. cabra safado!🤬🤬
2025-03-23
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Valcicleia Ribeiro
Rafael foi mais cruel que o pai . Vender a própria irmã para um bordel.?
2025-03-17
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