Capítulo 09

Malu Castellani

Acordo com alguém me acariciando e me assusto, sento no colchão encolhida abraçando minhas próprias pernas. O homem me olha com um olhar que me causa medo e pavor, deixando escapar um sorriso malicioso.

— Vou me divertir com você antes de ser tocada por qualquer homem — Ele fala, segurando o meu maxilar apertando. Sinto meus olhos lacrimejarem. — Vou foder essa boceta apertada, serei eu que irei te corromper.

Ele passa sua barba pelo meu pescoço, me causando náuseas. Fecho os olhos, tento falar, mas um nó se forma na minha garganta. Abro e fecho a boca, queria gritar e pedir socorro, mas as lembranças da minha mãe sendo abusada me vêm à mente e revejo o seu desespero enquanto ela é abusada brutalmente. Fecho os olhos e sinto as lágrimas quentes deslizarem pelo meu rosto. Ouço uma voz feminina que me faz sair das lembranças mais dolorosas.

— Está louco, solta ela, se tocar nela sabe que perderá a cabeça — Ela fala irritada. — Saia daqui, ela precisa se arrumar — Ele sai em passos rápidos do quarto. A mulher me encara e joga uma roupa ao meu lado. — Se vista, vá ao banheiro e tome um banho decente. Temos um evento daqui a pouco e você será a principal atração, será vendida e fodida por todos os tipos de homem, os mais asquerosos. Eles irão te tratar pior que uma cadela — Ela cospe as palavras na minha cara e sai do quarto, me deixando completamente perdida. Antes de trancar a porta, ela me olha novamente. — Melhor estar pronta quando voltar aqui e não me irritar.

Ela saiu e me deito abraçada ao meu próprio corpo, choro sem conseguir entender onde que errei para meu irmão fazer isso comigo, não sei quantas horas fiquei no mesmo lugar,vieram deixa comida para mim e não quis,me levanto e vou no banheiro tomo um banho gelado e pego a pequena peça de roupa e só agora entendo que é uma lingerie sexual e nada exagerado,me seco com uma toalha e coloco aquele pedaço de pano,passo as mãos pelos meus cabelos e tiro a presilha os deixando solto os jogando de lado.

Um segurança vem me pegar no quarto e me puxa pelo braço, certeza que ficará a marca com sua força. Entramos em um salão e os homens me olham como se eu fosse um pedaço de carne que eles desejam comer. O dono começa a me vender e vários dizem valores altíssimos para uma única noite. Meus olhos vagam pelo salão tentando achar uma saída,meu olhar se encontra com o de um estranho, um olhar sombrio e escuro que me causa medo. Abaixo a cabeça e não olho para mais nenhuma direção, pedindo a Deus mentalmente para colocar alguém para me tirar desse inferno em que me jogaram.

Uma disputa começa entre dois senhores, e por um instante olho e são os velhos com idade para ser meu pai, cada um dá um lance mais alto e nesse momento minha respiração fica desregulada, pensando que terei que ser tocada por um velho nojento que ainda nessa idade frequenta um local como esse. Queria poder gritar e pedir socorro, mas as palavras não saem da minha garganta,e talvez se tenta algo seja o meu fim. Ainda de olhos fechados, ouço uma voz rouca e grossa ecoar pelo grande salão e sinto meu corpo estremecer, o evento foi encerrado, me levam de volta para o quarto e mandam me preparar para, daqui a alguns minutos, ser entregue ao homem que comprou a noite comigo.

Tiro a máscara que usava e observo um vestido fino em cima da cama, me sento ao lado e deslizo a mão por ele, sinto meus olhos arder e tento controlar as lágrimas. Preciso aceitar o meu destino que será a partir de agora, vou ao banheiro e me jogo uma ducha de água, fico um tempo deixando as lágrimas se misturarem com a água fria do chuveiro e penso nos momentos bons com a minha mãe, por ela, não vou desistir de sair desse lugar imundo. Termino o banho e enxugo-me, visto o vestido que destaca o meu corpo me deixando igual as demais mulheres que trabalham aqui, deixo os cabelos soltos e fico esperando meu destino ser cumprido, não tenho como fugir dele mesmo, logo a porta do quarto é aberta brutalmente.