O Daddy

Havia se passado três dias e o Daddy não havia me respondido. Na verdade, ele nem viu a minha mensagem.

Essa será a última semana de trabalho no restaurante. Vamos fechar por 30 dias para a reforma e treinamento. Depois reinauguramos com força total. Os clientes aguardam com ansiedade.

Estava na aula quando o meu celular começou a vibrar.

O número era desconhecido por isso não atendi. Mas a pessoa não desistia.

- Que barulho é esse.. Tem um celular vibrando. O responsável desliga de uma vez ou sai da sala e vai atender. Diz o Sr Sardanha, meu professor.

- Desculpe Professor. Vou sair e ver pode ser uma urgência com a minha mãe no hospital. Eu digo e ele apenas assente com a cabeça concordando.

Eu saio da sala, fecho a porta e atendo.

- Alô! Eu digo

- Olivia? Uma voz masculina diz do outro lado.

- Isso! É ela mesma. Quem é? Eu pergunto.

- Desculpe ligar assim. Sou eu Theodore. O Daddy. Quando ele diz isso, o meu coração dispara.

"Porquê você está nervosa garota." Eu penso.

- Oi! Eu digo.

- Estou te atrapalhando? Ele pergunta.

- É que estou na aula. Eu digo.

- Perdão! Eu não sabia. Ele diz.

- Por favor, volte para a aula. Depois falamos. Ele diz

- Pode falar. Eu sai da sala. Eu digo.

- Bem eu vou ser direto. Eu achei o seu perfil no site, me interessei e não penso em outra coisa desde que falamos. Você é linda, inteligente e tem uma história de vida. Eu quero ser seu Daddy. Você aceita? Ele pergunta.

Meu coração erra a batida.

- Eu...eu...é...não sei muito o que isso significa e nem o que eu devo fazer. Eu digo.

- Nós nos conhecemos pessoalmente em um lugar público, depois vamos nos conhecendo melhor. Se você aceitar iniciamos um relacionamento. Que nada mais é que um namoro, com a doçura do açúcar. Ele diz.

- Como assim? Eu questiono.

- Não tem cobrança, não tem pressão, a gente se curte, se diverte, eu te agrado, te mimo e você me agrada. Tudo muito leve e prazeroso para nós dois. Eu sou rico e tenho muito conhecimento, isso pode trazer benefícios financeiro, de conhecimento e também pessoal. Simples assim, você fica comigo e eu te dou o que precisar ou quiser. Ele diz.

- Olha eu não sei muito bem. Mas aceito te conhecer pessoalmente.

- Ótimo. Hoje a noite as 20hs no Shopping em frente a loja Mimi. Ele diz.

- Eu trabalho esse horário. Eu digo.

- Então eu te busco na faculdade, almoçamos e conversamos um pouco. O que acha? Ele pergunta.

- Perto da faculdade tem um restaurante tranquilo e com uma comida bem gostosa. Podemos nos encontrar. Ela diz.

- Perfeito. Salva o meu contato e me manda o endereço. Beijos. Ele diz

- Beijos eu digo e desligo.

Eu retorno para a aula. Quando a aula termina, vou até o banheiro, arrumo o cabelo e sigo até o restaurante. Eu havia enviado o endereço e ele combinou de me esperar do lado de dentro, nas últimas mesas. Ele disse que estaria com uma rosa vermelha na mesa para ajudar a identifica - lo.

Eu estou um pouco apreensiva Nunca fui a um encontro assim, e tem esse lance de ser Baby. Sem falar que Monique que é uma Baby me mostrou a foto do seu Daddy. É um coroa de 45 anos, barrigudo e careca. Não sei como ela consegue estar com alguém assim. Acho que atração é o mínimo que deve existir.

Entro pela porta do restaurante e sigo até os fundos. Quando olho na mesa não havia uma rosa vermelha, mas um buquê enorme de rosas vermelhas.

Quando me aproximo o homem sorri.

- Theodore? Eu pergunto, ele sorri e se levanta.

- Sou eu. Olivia? Ele pergunta.

- Isso. Eu digo sem jeito.

- Prazer em conhece - la. Ele diz e me abraça.

- Prazer. Eu respondo.

- Sente - se. Ele diz e eu me sento.

- São para você. Ele diz e me entrega o buquê.

- Obrigada. São lindas. Eu digo e cheiro sentindo o perfume das rosas.

Eu coloco na cadeira ao lado.

- Vamos escolher o que vamos comer. Pode pedir o que desejar, fique a vontade. Ele diz.

- Obrigada. Eu respondo.

Não tinha como negar ele é muito lindo. Embora tenha 32 anos. Não parece ter essa idade, ele é forte, alto, branco, cabelos negros em um corte moderno. A sua voz é marcante, e barba bem feita, o que o deixa ainda mais jovem. E seu perfume...é hipnotizante.

Pedimos os nossos pratos e logo os garçons nos trazem.

- Theodore eu havia lhe mandado mensagem e você nem havia visualizado..Pensei que tivesse desistido. Eu digo.

- Por favor me chame de Theo. Eu estava viajando a trabalho e não consegui entrar no site. Quando vi sua mensagem te liguei e acabei atrapalhando sua aula. Ele diz sorrindo.

- Foi bom você ter ligado. Eu digo.

Ele me.olha pensativo.

- É...por quê...é..assim fico sabendo que você viu a mensagem. Eu digo sem jeito.

- Você é ainda mais linda pessoalmente e tem um jeitinho meigo. Ele diz e eu fico vermelha.

- Desculpe! Não queria envergonha - la. Só disse o que estou vendo. Ele diz.

- Mas já que nos conhecemos o que diz. Podemos ter um relacionamento? Ele pergunta.

"Cof, Cof, Cof"

Eu engasgo.

- Você está bem? Beba água. Ele diz.

- Estou...é que você é...direto. Eu digo.

- É...eu sou assim. Não gosto de enrolação, sou preciso. Ele concluí.

Eu continuo comendo sem dizer nada.

- O que me diz Olivia? Ele insiste na pergunta.

- Eu...vou tentar. Eu digo.

- Tentar não existe Olivia. Ou você quer estar comigo, ou você não quer. Ele diz.

- Me diz o que você precisa, eu te dou..Vou cuidar de você. Quero te dar presentes e te mimar. Me diga algo e eu te darei...para provar que falo sério. Ele diz.

- Eu não sei. Não quero nada. O que eu precisava você já fez.

- Então o que é? Ele pergunta.

- Eu...eu acho que precisamos de atração e...

Ele se inclina sobre a mesa, me puxa pela nuca e me beija com desejo. Eu retribuo seu beijo e me esqueço que estou em um restaurante. Seu beijo é bom, é intenso. É gostoso.

- Vocé é perfeita Olivia. Eu quero você! Ele diz.

Eu apenas aceno com a cabeça concordando. Enquanto me recupero do beijo surpresa, que me deixou sem fôlego e vermelha. Uma coisa não posso negar, ele é lindo e beija muito bem.

Eu olho para o relógio.

- Droga. Eu digo

- O que foi? Ele pergunta.

- Esqueci da hora Theo. Preciso buscar os meninos na escola. Já está na hora. Desculpe eu preciso correr. Eu digo e ia saindo ele segura o meu braço.

- Eu te levo, estou de carro é mais rápido. Ele diz.

- Não! Não precisa. Eu pego o ônibus. Eu digo e vou andando.

- Seu buquê! Ele diz.

Eu volto e pego. Ele coloca o dinheiro sobre a mesa e acena para o garçom. E vem andando comigo. Quando chego perto da porta vejo o meu ônibus passar.

- Ah não! Meu ônibus. Eu corro, mas ele vai embora. O outro só daqui 15 minutos.

Eu levo a mão a cabeça irritada.

"Bibi"

Quando olho um carro preto de luxo a minha frente. Era Theo, ele abre a porta e diz:

- Vem! Te dou uma carona.

Melhor aceitar do que a escola chamar o conselho por mais um atraso meu.

- Obrigada! Eu digo.

- Coloque o cinto. Ele diz, eu coloco e ele acelera.

- Onde é? Ele pergunta.

- No Colégio São Luiz. Fica perto do...

- Eu sei onde é. Ele diz me interrompendo e acelera ainda mais.

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