Capítulo 13

"Ele não esperava ser surpreendido de uma forma tão envolvente, e em resposta a isso, entregou o seu beijo, como a chave de um portão, que guardava os seus mistérios."

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Quando Igor se rendeu ao beijo, ele passou a mão por trás da nuca de Yuta, entrelaçando os seus dedos abertos, nos longos cabelos dele. Enquanto os lábios pareciam ser engolidos, as línguas se encostavam insaciáveis.

Àquele beijo, somente cessou quando os dois já estavam ofegantes.

O olhar novamente conectado, e um suspiro foi o suficiente para voltarem a realidade.

Yuta: Perdoe-me por esse atrevimento.

Ele baixou a cabeça, fugindo do olhar de Igor.

Igor: E seu não quiser te perdoar?

Yuta: Eu entenderia perfeitamente. E manteria a distância que você determinar.

Igor ergueu o queixo de Yuta.

Igor: Não posso te perdoar por exitar, em me presentear com o melhor beijo de toda a minha vida.

Yuta: O que você disse?

Igor: Eu nunca beijei alguém assim. Eu senti muito mais que duas bocas se tocando. Olha só! Eu acho que consegui falar bonito como você não acha?

Yuta: "Muito mais que duas bocas se tocando..." Sim. Falou muito bonito. Foi quase uma poesia.

Igor riu

Igor: Como eu disse antes, você é muito agradável Yuta. A sua presença me passa...

Os dois escutaram o barulho de uma caminhonete entrando pelos portões de madeira, e chegando á frente da casa. Eles olharam, e viram Emily no volante, e outras duas pessoas com ela, incluindo; Cléia.

Igor se deu um passo a frente.

Igor: Hoje pelo visto é dia de visitas?

Emily saiu do volante e foi rapidamente para perto de Igor.

Emily: Red, me perdoe. Eu não consegui vir visitar você antes. E nem sabia que você estava tão mal assim.

Cléia desceu em seguida, e se aproximou com um sorriso no rosto.

Cléia: Eu trouxe as roupas que esqueceu em casa.

Igor olhou para a mulher sem demostrar nenhuma emoção.

Cléia: Viu só? Você passando por tudo isso e querendo vir embora sozinho. Que bom que ficou na minha casa.

Ela entendeu os braços, com as peças de roupa. Seu gesto, foi visto por Yuta, Emily e um homem atrás dela.

Igor pegou as roupas, e continuou olhando para Emily.

Igor: Não se sinta mal. Como pode ver, isso não foi o suficiente para me derrubar. Ainda vou beber a sua cerveja.

Emily: Aí, não fala isso. Ainda me sinto responsável. Sabe o que pensamos? Que pode mesmo ter sido a cerveja.

Ao escutar as palavras de Emily, Cléia ficou apreensiva.

Igor: Não foi a sua cerveja...

Emily: Foi sim. Olha, nós recolhendo os ingredientes para fazer ela. E com isso pode vir outras coisas também. Não é só a chegada, ou o lúpulo, as vezes na hora de colher, pode vir mais coisas junto... Entende? Agora vamos ser mais seletos, não é Ronaldo?

O Homem se aproximou de Igor.

Ronaldo: Não fomos apresentados ainda. Eu sou o dono do bar Madeirão. A Emily é minha sobrinha, sempre fazemos a cerveja juntos. E posso te garantir que a nossa cerveja agora, será a mais pura de todas.

Igor: Se já era boa antes, vai ser melhor ainda. Semana que vem, estarei lá novamente para provar.

Ronaldo: Muito obrigada.

Emily: Trouxemos suco de uva integral. É o melhor de todos. Pega aqui.

Igor: Muito obrigado aos dois.

Cléia: Esse suco é realmente muito bom viu Igor. Eu posso te garantir.

Igor: Se vocês não se importam, eu ainda estou trabalhando em umas coisas. Não vou poder dar muita atenção agora.

Emily: Você deveria descansar, e não trabalhar. Isso sim.

Igor: Não se preocupe, eu tenho um bom ajudante.

Emily: Se é assim vamos embora.

Cléia: Eu posso ficar para ajudar também, não tenho nada de importante para fazer agora.

Igor: Não há necessidade. Pode ir embora.

Cléia parou olhando no rosto de Igor incomodada.

Cléia: Como assim não posso ajudar? Você não acha que uma mulher pode lidar bem melhor com as tarefas domésticas? Eu cuido do lado de dentro, e vocês cuidam do lado de fora. Acredito que é o melhor jeito de...

Igor: Não Cléia. Eu não preciso de você aqui. Por gentileza, aproveita a carona da Emily e vai embora.

Emily: Vem Cléia, não vamos atrapalhar ele.

Cléia: Tá bom. Então vejo você outro dia.

Sem poder questionar mais nada, Cléia entrou no carro visivelmente decepcionada.

Alguns minutos após o carro sair, Yuta foi se direcionando para o portão.

Igor: Espera! Você já vai?

Yuta: Sim. Eu tenho que ir embora.

Igor: Mas não terminamos de conversar.

Yuta: É... Vamos deixar para uma próxima vez.

Igor: Não. Não vai ainda!

Igor correu e passou à frente de Yuta.

Igor: Porque a pressa agora?

Yuta: Não é adequado... Só isso.

Igor: Porque não é adequado? Eu não entendi, a gente estava em uma conversa quando esse pessoal chegou.

Yuta: Eu sei... Mas, eu estava falando muitas coisas sem pensar. Eu tenho mesmo que ir.

Era possível notar no rosto de Yuta, que a sua expressão havia mudado. Ele estava magoado, e isso incomodou Igor. Enquanto ele passava novamente, desviando, para ir embora, Igor o segurou pelo braço.

Igor: Não tenho a intenção de deixar você ir. Você não está dizendo a verdade. E eu lamento muito por isso, porque estava gostando da conversa.

Yuta: Você... estava gostando?

Igor: Não posso ignorar o que aconteceu. Você só está tentando fugir de mim agora, não é?

Yuta: Devo admitir que sim.

Igor: Qual é o problema que você viu assim, de repente?

Yuta: Eu não tenho direito de te questionar nada. Mas, minha mente imaginou muitas coisas, quando eu vi a Cléia trazer as suas roupas.

Igor: Se o que você imaginou... Foi que eu tive alguma coisa com a Cléia, sua imaginação não falhou.

Novamente Yuta baixou sua cabeça, evitando o olhar de Igor.

Yuta: Ela está muito interessada em você. E, bem... Isso é normal...

Igor: Eu não gosto dela. Muito pelo contrário, ela é desagradável e muito incoveniente.

Yuta: Incoveniente... Como você tem algo tão íntimo com alguém incoveniente?

Igor: Eu não sei. Até agora eu não sei como isso aconteceu. Eu só ia dar uma carona até em casa...

Yuta: Igor, você não tem que se explicar para mim. E eu não tenho que saber. Eu só peço que novamente perdoe-me por ser atrevido dessa forma. É a sua vida.

Igor segurou Yuta, e o beijou, porém o beijo não durou muito.

Yuta: Porque me beijou de novo?

Igor: Porque eu gostei. Eu gostei muito do seu beijo. E isso que aconteceu aqui, eu não consigo ignorar.

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