Capítulo 6

Quem; dentre tantos ali, naquele tempo, seria capaz de ir tão fundo, sem medir esforços, para garantir que a vitória fosse da vida.

_____________ II ___________________

Igor viu várias folhas de caderno boiando no rio verde escuro, então saltou naquele lugar. Enquanto submergido, procurava com as mãos e pés encontrar alguma coisa.

Alguns segundos depois, Cléia chegou na beirada do rio, e ficou olhando sem entender.

Cléia: Igor! O que está fazendo?

Igor escutou a moça, no momento que havia ido para a superfície do rio.

Igor: Deve ter correntes mais para o fundo, preciso encontrar elas.

...Cléia: Está maluco? Seja o que for, o rio já levou. Não se arrisque tanto!...

O fazendeiro mergulhou.

Cléia: IGOR! Céus! Que maluco!

Por duas vezes, Igor voltou a superfície para pegar respirar e mergulhou em seguida.

Cléia: IGOR!

Haviam passado Dezenove minutos, Cléia ainda na beirada do rio, pode ver o momento exato que Igor apareceu na superfície puxando uma pessoa para fora da água.

Cléia: Yuta!!?

Igor tentou reanimar ele.

Cléia: Céus!? Ele está morto!? Só pode estar. Foi muito tempo de debaixo da água. Quem conseguiria sobreviver a isso? Como foi que ele caiu?

Ignorando a conversa de Cléia, Igor continuou fazendo a reanimação.

Cléia: Igor, não tem mais o que fazer. Acho que ele já morreu. Igor?

No próximo instante, assim que os lábios de Igor, foram tocar mais uma vez os de Yuta, na tentativa de o fazer respirar, ele tossiu expulsando a água para fora de seu corpo.

Cléia: Ele está vivo!

Igor: Calma, devagar.

Igor apoiou Yuta o virando de lado.

Cléia: Caramba, eu nem acredito. Ele realmente conseguiu.

Igor continuou apenas olhando para Yuta, e não se afastou em nenhum momento.

Igor: Você consegue falar?

O rosto pálido daquele jovem, recuperava lentamente a cor, quando ele virou para olhar para Igor, ainda atordoado.

Yuta: Eu... Dói.

Igor: Dor? No peito?

Yuta assentiu com a cabeça.

Igor: Você tem que ir para um hospital. Vem, se apoia em mim.

Yuta tentou se levantar, mas não teve forças.

Igor: Tudo bem, eu peguei você.

Cléia se aproximou

Igor: Moça, Onde é o hospital aqui?

Cléia: É no centro. É bem pequeno e nem sempre o médico está lá.

Igor: Se ele não estiver, me guie até a casa dele.

Igor saiu andando com Yuta em seus braços, até chegar em sua caminhonete estacionada em frente ao cercado de porcos.

Igor: Entra moça!

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O Hospital era uma casa grande com quatro quartos. A sala grande, tinha um balcão de madeira, onde uma enfermeira gentil sorria.

Igor entrou no lugar, carregando Yuta em seus braços. Enquanto, Cléia, vinha caminhando ao lado deles.

Cléia: Susane, o Doutor Harold não está?

Igor: Senhorita, ele se afogou. Precisa ser examinado urgente! Por favor, seja rápida.

Enfermeira Susane: Coloque ele na cama.

Cléia: Susane!? Onde está o Doutor Harold?

Enfermeira Susane: Ele só foi tomar um café, já deve estar voltando. Vou examinando ele por enquanto.

A moça gentil, começou a examinar Yuta.

Igor: Ele sentiu dor no peito depois que fiz a reanimação nele.

Enfermeira Susane: Entendi, vamos fazer um raio-x para verificar melhor.

Igor: Certo.

Enfermeira Susane: Vocês podem esperar sentados alí, tá bom?

Igor: Certo.

Cléia: Vem Igor, vamos.

Igor e Cléia se sentaram.

Cléia: Que situação hein? Eu só não consigo imaginar porque o Yuta estava naquele rio, se ele não sabe nadar, deveria passar bem longe de água não acha?

Igor: Ele pode ter caído por acidente.

Cléia: Não acha engraçado ele estar perto da sua fazenda? De repente, ele cai no rio do fundo da sua fazenda. Que coisa...

Igor: Não tem nada engraçado em uma pessoa quase perder a vida moça. Eu até imaginei que era ele, quando vi as folhas de caderno. Por isso, eu não ia desistir.

Cléia: E você já sabia que ele estaria ali?

Igor: Exatamente dentro do rio, não. Mas sei que ele caminha por aquela região para buscar inspiração. É perto da minha casa, por sorte. Caso contrário; ninguém poderia ouvir ele.

Cléia: É verdade. Olha ali! O Doutor Harold acabou de chegar, ele vai cuidar do Yuta agora. Acho que podemos voltar.

Igor: Pode ir se você quiser. Eu vou esperar um pouco mais.

Cléia: Ah, se você vai esperar, eu também vou esperar com você.

Igor: Não precisa.

Cléia: Mas eu faço questão.

[...]

Pouco mais de uma hora, O Doutor veio até a sala acompanhando de Yuta.

Igor e Cléia se levantaram.

Doutor Harold: Se lembre de tomar essa medicação, para ajudar a expulsar todo o vestígio de água remanescente nos pulmões. Se você se sentir mal, pode me ligar.

Yuta: Muito obrigada Doutor.

Igor: E então? Tudo bem?

Yuta: Sim. Estou bem. Devo a minha vida a você. Não sei nem como lhe agradecer.

Doutor Harold: Pelo que entendi, além de herdeiro do senhor Walker, você é um Herói. É um prazer conhecer!

O Doutor de cabelos encaracolados, cor de mel, estendeu a mão para Igor.

Igor: Eu não sou herói. Apenas fiz o que era correto. Só isso.

Doutor Harold: E ainda por cima, é muito modesto. Bem, eu tenho que atender um senhor teimoso, com licença.

Assim que o médico saiu. Yuta ficou parado olhando para Igor.

Igor: Você quer me falar alguma coisa?

Yuta: Não. Só agradecer... De novo.

Igor: Posso levar você até a sua casa?

Yuta: Ah... Não precisa. Eu já dei muito trabalho...