Capítulo 4

" A Sutilidade com a qual ele apreciava tudo, se tornava imperceptível, Deixando dúvidas sobre o que ele realmente tinha em mente."

_____________ II ___________________

Igor havia deixado Yuta constrangido. As bochechas vermelhas queimavam, sem nenhum sinal de que cessaria tão cedo.

Igor: Bem, pelo que eu vejo, você ainda não pediu nada para beber ainda? Quer que eu pegue uma caneca para você? Vou pegar mais uma para mim.

Yuta: Ah, sim... Pode ser. Eu quero.

Igor caminhou até o bar novamente.

Yuta: {Ele entendeu o que eu disse, mas eu, não consigo entender se ele está flertando ou só sendo gentil.}

Os olhos de Yuta, seguiram Igor até o balcão, enquanto esperava.

Igor: Emily! Você pode me ver mais duas canecas por gentileza?

Emily: Sim, com certeza.

Igor: Eu acho que a sua cerveja não é tão forte como você disse, afinal.

Emily: É mesmo. Você está na quarta caneca, e nem está falando mole. Meus parabéns estou admirada com você.

Cléia: Você está bebendo com o Yuta? Que legal! Eu vou me juntar a vocês.

Emily: Nossa, como você pode ser tão atirada garota? Tem que perguntar para eles primeiro, se eles querem a sua presença.

Cléia: Você é tão desagradável Emily. É... Tem algum problema com isso Igor?

A mulher sorriu para Igor, como se já fosse uma amiga de tempos.

Igor: Tanto faz para mim. Os lugares são públicos certo?

Com uma caneca em cada uma de suas mãos, o ruivo atraente, seguiu o caminho de volta a sua mesa, deixando Cléia parada por alguns segundos.

Emily: Depois dessa resposta, eu não iria.

Cléia: Ha, porquê? Ele não disse nada de mais. É verdade não é? Os lugares são públicos, foi um jeito de dizer que ele queria a minha presença, sem ter que falar isso.

Emily: Eu suponho que não.

Cléia: Você não entende nada! O Pessoal da cidade é assim. Eles falam com ironias.

Emily: "Tá bom."

[...]

Igor voltou para a mesa, e colocou a caneca de cerveja na frente de Yuta.

Yuta: Obrigada.

Cléia: Olá Yuta, como vai?

Cléia se sentou ao lado de Igor, deixando a cadeira vazia, entre Yuta.

Yuta: Boa noite senhorita Cléia.

Cléia: Nossa, você está tão vermelho. Será que é febre?

Igor olhou para Yuta, e colocou a mão sobre a testa dele.

Igor: Está quente, mas não é febre ainda.

Tentando aliviar a tensão, Yuta segurou a caneca com as duas mãos, e foi virando todo o líquido de uma vez.

Igor: É melhor ir com calma...

Cléia também ficou observando a situação. E de repente, Yuta acabou derrubando a cerveja na barriga, e nas calças.

Yuta: Ah! Droga...

Igor: Eu disse para ir com calma.

De repente, aquele ruivo gentil, estava prestes a fazer algo que deixaria Yuta ainda mais nervoso. Mesmo não sabendo o que, Yuta se levantou mais rápido da cadeira e foi se afastando.

Yuta: Eu... tenho que ir agora...

Igor: Você acha melhor? Está tão molhado assim?

Yuta: E... Estou. Agradeço a sua presença agradável, é... "Companhia", eu quis dizer, senhor Igor mas, devo ir agora mesmo.

Yuta saiu correndo do bar.

Igor: Ele foi mesmo.

Cléia: Não liga para ele não. Ele costuma ser assim mesmo, todo estranho.

Igor: Você conhece bem ele então, pelo visto.

Cléia: Sim. Embora ele se vista e fale como um velho, ele só tem vinte e seis anos.

Igor: Eu tenho a mesma idade.

Cléia: Ah, mas você parece ter bem menos.

Igor: Ele me disse que é escritor.

Cléia: Sim. Ele publicou alguns romances na cidade dele, É uma cidade grande, cheia de prédios, eu não me lembro o nome. Imagine você, que ele morava em uma casa com cinco quartos e uma piscina. O Pai dele é um advogado conhecido lá, e eles tem muito dinheiro. Ele largou tudo para viver nesse fim de mundo!? Quem faz uma besteira dessa?

Igor: Eu.

A mulher olhou constrangida.

Cléia: Ai, nossa. Mas... Você é diferente. Você veio pelas suas terras. O Yuta mora em uma cabana, bangalô sei lá, bem pequeno na frente da praia.

Igor: Deve ser delicioso dormir e acordar ao som do mar.

Cléia: Ah, isso sim. Mas é uma coisa triste ficar sozinho. Eu sei por experiência própria. Nem tenho mais família.

Igor: Eu lamento.

Cléia: E você? Não pensa em ter a sua família também? É um rancho bonito para ver crianças correndo não?

Igor: Sim, é verdade.

Cléia: E ter ajuda para cozinhar, para as tarefas dentro de casa também seria ótimo não é?

Igor: Sim. Você tem razão.

Cléia: E então?

A mulher jogou o cabelo de lado, e sorriu maliciosamente.

Cléia: O que pretende fazer a respeito?

Igor: Vou trazer os meus dois irmãos.

Cléia: Irmãos!? Como assim? Você tem irmãos? Então... São três herdeiros Walker?

Igor: Isso mesmo.

Cléia: Ual!? Isso é ótimo. E quando eles vêm?

Igor: Daqui a três, ou quatro anos. Eles estão na faculdade.

Cléia: "Três Anos!?" Mas enquanto isso? Você vai continuar trabalhando sozinho? Isso é muito tempo!

Igor: Eu adoro trabalho moça. E quando eles vierem, quero que todas as alterações e melhorias já estejam feitas.

Igor sorriu e virou a caneca.

Cléia: Você pode me deixar em casa?

Igor: Sim, mas eu não vou embora ainda. Quero mais uma cane...

De repente, uma caneca cheia de cerveja foi colocada a frente de Igor.

Igor: "Ual!" Mais uma caneca...

Emily: Imaginei que ia pedir a saideira Red!

Igor: Você...

Igor olhou para àquela moça, de cabelo preto azulado, sorrindo a sua frente, e sorriu de volta admirando ela.

Igor: Emily... Você adivinhou meus pensamentos mesmo. Eu gostei disso. Amanhã, venho aqui, só para te ver de novo.

Emily sorriu satisfeita.

Emily: Vou esperar ansiosamente.

Cléia: Podia trazer outra para mim também não é?

Emily: Não. Você já bebeu o que aguenta Cléia. Eu não quero dar trabalho ao Red, em ter que te levar carregada para casa. Já que antes dele aparecer, você nunca tinha se comportado assim.

Cléia: Red!?

Igor: É o meu apelido.

Cléia: Ah!? E você disse para ela, e não para mim?

Emily: Chega disso Cléia! Dá um sossego para ele, já que quer fazer o bom homem te levar em casa, com essa sua nova modinha.

Cléia: É você que não presta a atenção! Eu já fui levada para casa várias, vezes! Muitos cavaleiros me levam para casa.

Emily: Isso já é problema seu. Eu não me gabaria de ter "vários cavaleiros" me levando para casa. Seria uma vergonha.

Cléia ficou em silêncio constrangida. E sem ter mais assunto, a situação, ela ficou esperando Igor terminar de beber sua cerveja, entediada.

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