Capítulo-14 A agressão contra Lívia

Naquela segunda-feira, Los Angeles acordou como em tantas outras manhãs. Os raios de sol, insistentes, invadiram o quarto através da fresta da cortina, pintando o chão com tons dourados.

 Will, despertando por volta das 08 horas, sentiu a promessa do dia na brisa suave que entrava pela janela entreaberta. Ele respira fundo e levanta, pois queria entregar a pasta para Mark sem pretensão de demora. Era apenas o tempo de entregá-la e retornar. Ao despedir-se de Lívia, ele a convidou para almoçarem juntos e depois a deixaria na universidade. Lívia, ainda sonolenta, sorriu para ele e aceitou.

Will a beija e sai, deixando-a ainda na cama. Alguns minutos se passaram, e ela ouve a campainha tocar, pensando: 'Will esqueceu alguma coisa.' Ao passar pela porta do quarto, ela vê a pasta com o logo enorme da Adams Records em cima da mesinha de centro, e tem certeza de que era ele. 'Esquecido', pensou ela, esqueceu suas chaves também. Ela atende a porta somente de lingerie, segurando a pasta na mão esquerda e com um lindo sorriso. No entanto, o sorriso logo se apaga ao ver Jenny à sua frente. Lívia ainda tenta fechar a porta, empurrando-a novamente, mas não consegue; Jenny é mais habilidosa que ela.

O olhar de Jenny para Lívia é implacável, cheio de ódio, condenando-a a um grande perigo. Jenny adentra a sala como uma tempestade, empurrando a porta, e Lívia vai junto quase caindo com a pasta que cai ao lado da mesinha de centro.

Lívia, em um instante de lucidez, lembra-se das palavras de Will sobre a corrente de segurança da porta. Se ela tivesse ativado a corrente antes de abrir, Jenny não teria conseguido entrar. 

Jenny olha ao redor, com um ar de superioridade, examinando o apartamento. Com voz rude, ela diz:

— Então, é aqui! Neste apartamentinho asqueroso que William Baker vive com você nos últimos meses? Antigamente, Will era mais seletivo com as mulheres com quem se envolvia! Ele conseguiu me surpreender!

Lívia mostra coragem ao responder à Jenny, mesmo diante da hostilidade.

— A julgar por você, vejo que faz muito tempo que esse senso seletivo dele se perdeu. — respondeu Lívia.

 A tensão entre as duas mulheres é palpável, e o confronto promete esquentar ainda mais. Jenny, com sua atitude autoritária, não parece disposta a ouvir e continua:

— Quem você pensa que é, garota? O que você pensa que um homem como Will quer de você? Se realmente acredita que ele a ama, está sendo muito ingênua. Homens como ele não amam mulheres; eles brincam com os seus sentimentos, se divertem com elas e, quando se cansam, as abandonam.

Lívia retrucou, tentando intimidar:

— Eles brincam com mulheres como você! Mulheres que têm interesse em seus bens e querem tirar proveito… — Antes que Lívia pudesse concluir a frase, Jenny a interrompeu com uma bofetada. Apesar de ser mais baixa que Jenny, Lívia não deixou barato, revidou com outro tapa e gritou:

— Quem você pensa que é para invadir minha casa e me ofender, sua louca!?

— Eu sou Jennifer Stone, uma super top model Internacional, enquanto você é uma simples influencer atrás de fama com o meu homem.

— Quando Will me procurou para sair, ele já não estava mais com você. Vocês já tinham terminado. Se Will fosse seu, eu jamais teria aceitado sair com ele. — disse Lívia, se afastando de Jenny.

Jenny que até então não havia reparado, olhou e observou o anel de noivado no dedo de Lívia. Nesse instante, um ódio mortal por sua rival a dominou, pois Will nunca fez algo parecido com ela. Jenny partiu para cima dela com toda a raiva, empurrou Lívia contra a mesinha de centro da sala, fazendo-a se quebrar e cortar o braço direito, mesmo sangrando, Lívia levantou-se e tentou se defender, mas Jenny era rápida demais, pois fazia aulas de defesa pessoal e conseguiu se livrar dela facilmente.

 Lívia tentou defender-se como pôde e agarrou Jenny pelos cabelos, e as duas caíram no chão, nesse momento Lívia montou sobre Jenny e a esbofeteou, porém, em um golpe, Jenny a empurrou, fazendo Lívia saltar de cima de si e cair de costas. Jenny então, monta sobre ela pegando em seus cabelos e bate muitas vezes a nuca de Lívia contra o piso de porcelanato da sala, até que Lívia acaba desmaiando.

Jenny levanta em um rompante superior e como se nada tivesse acontecido, pega sua bolsa e sai do apartamento de Lívia tranquilamente fechando a porta, deixando Lívia desacordada e muito ferida.

Foram vinte minutos de discussão, ofensas e agressões. Tempo suficiente para que ela fosse embora antes de Will retornar. Ele havia esquecido a pasta do contrato que deveria levar para Mark e, ao perceber isso, voltou imediatamente ao apartamento de Lívia. Ao abrir a porta, deparou-se com ela desacordada ao lado de uma poça de sangue no chão, que inclusive havia sujado a pasta da Adams Records. Desesperado, Will verificou se ela estava respirando e, em seguida, ligou para a emergência, informando que sua noiva estava inconsciente e gravemente ferida, inclusive na cabeça.

O paramédico tenta fazê-lo se acalmar e pede que ele permaneça na linha informando sobre o estado de Lívia até a chegada do atendimento.

Em apenas 7 minutos, a ambulância chega para levá-la. Will, muito nervoso, pede para acompanhá-la junto à ambulância. Os paramédicos realizam os primeiros socorros, mas Lívia continua desacordada, o que aumenta o desespero de Will. Ao chegarem ao hospital, eles empurram a maca rapidamente pelo saguão e adentram o corredor, onde Will não pode mais acompanhar. Ele fica ali, vendo seu amor, sua menina, ser afastada dele, sentindo-se impotente diante da situação. Ele sentou-se na poltrona da sala de espera assustado e nervoso, sem nenhuma ideia de quem teria feito aquilo com Lívia. Ele cogitou a possibilidade de algum assaltante ter entrado para roubar, mas não queria imaginar algo ainda pior além das graves agressões que ela já havia sofrido. Pegou o celular e ligou para o filho mais velho, pedindo que ele fosse até o hospital onde se encontrava.

 Nicholas, do outro lado da linha, demonstrou preocupação e perguntou:

 — O que aconteceu?

 Will, abalado, respondeu apenas que estava aguardando Lívia ser atendida.

Quando Nicholas chegou ao hospital, 15 minutos depois, abraçou o pai ao vê-lo em pé, nervoso, olhando para a rua no canto da sala. Dava para sentir o peso que ele carregava e a dor que sentia.

— Como está Lívia, pai? O que aconteceu com ela?

— Ela está em atendimento, ainda não sei nada sobre o estado dela. Também não tenho informações sobre o que aconteceu. Eu havia saído do apartamento por uns vinte ou trinta minutos talvez, e retornei momentos depois para buscar a pasta de documentos que havia esquecido. Ao entrar, a vi sangrando, machucada e desacordada no chão.

— O prédio não tem segurança, pai? — indagou Nicholas, tentando encontrar algo que possa explicar o ocorrido.

— Tem o porteiro, ninguém passa por ele, mas não falei com ele. Minha preocupação de momento é Lívia. Era trazê-la o mais rápido para o hospital.

— Compreendo, pai. O bem-estar físico de Lívia é a prioridade agora.

O telefone de Will toca, e é Mark cobrando se ele estava em lua de mel ou havia esquecido do encontro deles.

Com a voz trêmula, Will atende e pede desculpas ao explicar que está no hospital com Lívia.

— Desculpas, peço eu, Will! O que aconteceu com ela? — perguntou Mark, curioso.

— Não sabemos. O apartamento dela foi invadido, e alguém a machucou muito. Ela está desacordada.

— Meu Deus! — exclamou Mark ao tomar um susto! Por mais que pensasse em cobrar Will ou zoar, não imaginava uma situação dessas.

— Se precisar de algo, Will, não hesite em chamar, e mantenha-me informado, por favor! Quanto à pasta, não precisa ter pressa.

— Obrigado, Mark. — disse Will, desligando o celular em seguida.

Três horas de muita preocupação e aflição haviam se passado. Will, coitado, estava inconsolado. Nicholas não saíra de perto do pai; permaneceu ali, ao seu lado, dando apoio e segurando sua mão.

Finalmente, um médico se aproximou deles:

— Boa tarde! Quem é o responsável pela jovem Müller Costa?

— Boa tarde, doutor! Sou eu, William Baker. Sou noivo de Lívia.

— Sou Dr. Mikael Mancini, neurocirurgião, e fiz o atendimento de Lívia. Fizemos vários exames e, por um milagre, ela está bem.

— Graças a Deus! — exclamou Will, aliviado sorrindo.

Continuou Mikael, — A pessoa que a agrediu pretendia acabar com ela.

— Ela está acordada, doutor? Eu quero vê-la. — pediu Will.

— Não, ela está sedada e permanecerá assim por algumas horas. Ela teve um corte profundo na cabeça, onde levou 10 pontos; na sobrancelha também; e um corte profundo no braço causado por algum tipo de material cortante, que lhe rendeu 18 pontos, além disso, 03 costelas quebradas. Mas, apesar de tudo o que ela passou, temos duas boas notícias. Mikael respondeu aliviado:

— Constamos que não houve violência sexual, e o bebê está perfeitamente bem!

— Bebê!? Eu serei pai? — perguntou Will, surpreso.

— Sim, senhor William. — respondeu o doutor batendo em seu ombro.

— Parabéns, pai! Isso é incrível! Quem sabe agora teremos uma menininha correndo pela casa! — respondeu Nicholas, feliz com a novidade.

— Ela está grávida de três semanas — explicou Mikael, ainda não sabemos o sexo.

— Obrigado, doutor! — agradeceu Will, emocionado, o abraçando.

— Fique tranquilo, Sr. Will. Ela vai ficar bem.

— Doutor, será que posso vê-la agora?

— Sim, claro. Venha, que vou levá-lo até ela.

Mikael conduz Will até o quarto onde Lívia está, deixando-o sozinho com ela. Will se aproxima da cama e segura sua mão, ao observar o rosto de Lívia machucado, ele pede perdão por não estar lá, na hora das agressões. Lágrimas caem dos lindos olhos azuis, e ele promete que o responsável pagará caro, pois mexeu com sua família.

Will, sente-se abalado ao vê-la assim, mas, também, feliz por saber que será pai do filho que ela espera. Ele beija a barriga de Lívia e, em seguida, seus lábios, sussurrando em seu ouvido que a ama.

Nesse momento, Nicholas entra no quarto e fica assustado ao ver a situação de Lívia.

— Pobre, Lívia! Ela está muito machucada, pai! Mas quando ela acordar poderá dizer quem fez isso com ela.

 — Nick, faça o favor de buscar meu carro, está no condomínio onde Lívia mora. Eu vou avisar o porteiro Andreas que você irá buscá-lo.

— Claro, pai. Farei isso agora. O senhor precisa de mim?

— Não filho. Eu preciso que pegue o meu carro e leve para casa. Eu vou ficar por aqui está noite. — respondeu Will ao puxar a poltrona para próximo da cama, a modo que ele consiga ficar o mais perto de Lívia possível.

— Ok, pai! Vou chamar um táxi até lá, pego o seu carro e vou para nossa casa. O senhor fica com as chaves do meu carro, caso precise.

— Obrigada, filho! Até amanhã!

Will fica ali, parado e zelando por Lívia, enquanto acaricia o seu rosto e às vezes sua barriga.

***

Enquanto isso, no condomínio Costa de La Rivera…

— Boa tarde! Sou Nicholas Baker. Estou aqui para pegar o carro do meu pai que está na garagem.

— Boa tarde! Prazer, Andreas. Sim, seu pai avisou, pode entrar. E como está a senhorita Lívia? Eu vi que ela saiu muito machucada, como aconteceu a queda? — perguntou Andreas, preocupado.

— Ela está bem. Mas não houve queda. Lívia foi agredida. Teve seu apartamento invadido e foi agredida na sala. O senhor deixou alguém passar? — perguntou Nicholas. 

Andreas fica tentando puxar pela memória, qualquer fato que possa ser relevante.

— Não. Mas fui atender a moradora do apartamento 201, a pessoa pode ter passado quando um morador saiu ou entrou no prédio.

— Tem sistema de câmeras no prédio?— perguntou Nicholas. 

— Sim, mas somente o pessoal da empresa de segurança tem acesso ao sistema. Posso solicitar a eles, se o senhor quiser.

— Não, obrigado Andreas! — Isso iria sair em todas as mídias e os nomes do meu pai, de Lívia, inclusive do condomínio sairiam prejudicados. Só me passe o telefone deles, vou ver o que podemos fazer.

— Tudo bem, já compreendi. Vou pegar o cartão deles para o senhor, só um momento.

— Obrigado! — agradeceu Nicholas, entrando na Ferrari.

— Aqui está. Eu anotei o nome do chefe da segurança, caso precise. Mande lembranças para senhorita Lívia. 

— Obrigado senhor Andreas! — disse Nicholas guardando o papel no bolso de sua camisa.

***

De volta ao Pronto Socorro de Los Angeles...

Era por volta das 22 horas, e Lívia começa a dar os primeiros sinais de que irá acordar. Will achando que algo está errado, aperta o botão de emergência do quarto. A enfermeira que está de plantão vai até o quarto e certifica-se de que está tudo certo com Lívia e explica:

— Está tudo bem com ela. É somente o efeito do sedativo que está mais fraco. Ela pode acordar, falar algumas palavras e cair no sono novamente. Ela acordará definitivamente, só amanhã. Por que o senhor não vai para casa descansar? — indagou a enfermeira observando o monitor cardíaco de Lívia.

— Não, prefiro ficar e estar aqui quando ela acordar. — respondeu Will, com um meio sorriso. — Se for para casa não irei dormir preocupado com ela.

— Entendo. — disse a enfermeira. — Mas o senhor pode ficar tranquilo que ela está bem, mas quando acordar, ela sentirá um pouco de dor, porém nada que medicamentos não resolvam.

Will fica ali no quarto velando por Lívia e adormece sentado e com sua cabeça recostada sob a mão de Liv. Quando de repente, na madrugada, ele acorda com a voz dela o chamando por seu nome.

— Will! Will, por favor! — ela estava com a voz fraca e baixa.

— Meu amor, estou aqui!— respondeu ele às pressas.

— Onde estou? Minha cabeça dói muito! — disse ela, tentando se levantar da cama. No entanto, foi impedida por uma terrível dor na altura das costelas, que a fez chorar. Entre lágrimas, ela explicou que estava com uma dor insuportável. Will chamou a enfermeira, que veio atendê-la imediatamente.A enfermeira explicou que as dores intensas eram devido às costelas fraturadas e à pancada que ela havia sofrido na cabeça e a medicou na veia.

A enfermeira retirou-se, assegurando que poderiam chamar a qualquer momento.

— Querido, que horas são? O que aconteceu? — perguntou ela, confusa.

— Meu amor, já passa das 03 horas da manhã. Você está no hospital desde ontem pela manhã, após ter sido brutalmente agredida.

Ela começa a ter lapsos de memória, mas ainda não lembra ao certo o que aconteceu.

Will a olha com tanto carinho e amor neste momento e diz: — Tenho uma grande surpresa para você. Ele pega a mão de Lívia e coloca junto da sua sobre a barriga dela, dando-lhe um beijo na testa:

— Aqui está a prova do nosso amor, desenvolvendo dia a dia dentro de você. Por isso os seus enjoos em Vegas. Você está grávida, meu amor!

— Eu grávida! Não acredito! O bebê está bem? Eu serei mãe, Will! — disse ela, sorrindo e em lágrimas de emoção.

Lívia chora, desta vez, de imensa alegria, e Will a acompanha na mesma emoção.

Naquela manhã, o Dr. Mikael foi verificar como ela estava por volta das 7h30.

— Bom dia, senhorita Lívia! Como está se sentindo?

— Bom dia, doutor! Estou com dor de cabeça, e minhas costelas doem bastante.

O médico assentiu. — Vou receitar alguns medicamentos que ajudarão na sua recuperação em casa. Você receberá alta hoje à tarde. Mas antes, preciso saber o que realmente aconteceu. Como médico, vejo muitos casos de agressões em relacionamentos, mesmo entre pessoas como o Sr. Baker.

Lívia respondeu com firmeza: — Não, não foi o Will. Ele jamais faria isso comigo ou com qualquer outra mulher!

Pelo pouco que consigo me recordar, doutor, foi a ex… neste momento, ela é interrompida pelo barulho da porta, era Will, entrando no quarto, pois havia ido pegar um café, ele olha para Lívia e ela continua: — Foi Jenny, ex-namorada, do Will. Eu atendi a porta pensando que fosse você, ela fita os olhos de Will e sua voz fica embargada, mas ela continua novamente: — Achei que você estivesse esquecido algo, então vi a pasta da Adams, e pensei ter a certeza que era você, mas infelizmente era a Jenny.

— A senhorita, pode fazer ocorrência criminal, aqui mesmo no hospital. O que lhe aconteceu foi uma tentativa de homicídio.

— Tudo bem, doutor, eu vejo isso depois.

Will, depois que o médico sai do quarto, diz em voz alta:

— Maldita! Como não pensei nela?!

Como pude esquecer sua ameaça? Você irá fazer essa ocorrência, Lívia! — disse ele, nervoso.

— Vamos falar sobre isso mais tarde, amor,  por favor! Estou com muita dor de cabeça e me sentindo tonta. — Lívia manhosa, rebate.

— Tudo bem, meu amor. Desculpe-me! Descanse. — respondeu Will, abraçando-a com carinho.

Eram por volta das 16 horas quando dr. Mikael, adentra no quarto e informa a Will e Lívia, que ela está liberada. Ela já poderia voltar para casa, porém com certos cuidados, e sem esforço físico devido suas costelas. — REPOUSO ABSOLUTO! — disse Mikael. — Nem mesmo sexo!

— Tudo bem, doutor. — respondeu Will, sério. Enquanto Lívia fica com o rosto ruborizado e abaixa a cabeça.

Will o agradece pelos cuidados com ela. Lívia também o agradece, e assim que Mikael sai do seu quarto. Will, ajuda a vestir-se. Devido à fratura ela tinha muita dificuldade e muita dor ao movimentar-se.

— Eu costumava tirar suas roupas, mas vesti-las é algo novo, é um passo grande em nossa relação. — Will disse, soltando um riso alto.

— Meu amor, não me faça rir, por favor! Eu sinto dores até para rir.

— Coitadinha! Minha menina, se eu pudesse, eu trocaria de lugar com você, meu amor! — respondeu ele, fazendo um afago e dando um beijo suave nos seus lábios.

Will a leva em uma cadeira de rodas até o estacionamento e ajuda a entrar no Mercedes. Ela com dificuldades entra no veículo e senta-se no banco da frente, enquanto Will dirige. Lívia passa todo o percurso do hospital até a mansão Baker, tentando um jeito melhor de não sentir tanta dor com o balançar do carro. Ao notar o incômodo por ela sentido, ele põe a mão em sua perna e lhe diz:

— Eu irei reparar tudo que você está sentindo, eu prometo a você! — Isso é tudo minha culpa! 

— Não diga isso, querido! Jenny precisa de tratamento médico, ela precisa de ajuda. Você não é culpado pelo surto dela. Como você pode se culpar por algo que não estava ao seu alcance? Você não poderia imaginar que ela saberia onde me encontrar.

— Eu deveria ter imaginado que de alguma forma escusa iria descobrir.

Pronto, chegamos. Agora você poderá repousar como o doutor recomendou.

Ao entrarem na sala, os filhos de Will, estão à sua espera junto com Margot, para lhe desejarem as boas-vindas. Philipe entrega um buquê de flores-do-campo com rosas-brancas e amarelo, e lhe deseja uma excelente recuperação. Lívia, os agradece emocionada.

— Vamos, meu amor, você precisa descansar. — disse Will ao encostar suavemente a mão nas suas costas.

— Margot, por favor! Faça algo leve para Lívia se alimentar.

— Amor, não estou com fome!

— Você precisa alimentar-se corretamente. Não esqueça, o bebê. — disse ele, pondo carinhosamente a mão sobre a barriga dela.

Margot, muito feliz, os parabeniza pelo bebê que chegará à família. Philippe e Eric, já sabiam, pois, Nicholas, já havia contado e os rapazes demonstraram alegria, afinal, o seu pai estava feliz.

Já no quarto, ela pede ajuda para tomar um banho, pois precisa tirar aquele cheiro de hospital de seu corpo. Will com carinho e paciência a ajuda, ela não conseguiria sozinha nem mesmo tirar a calça de algodão que usava.

Livia deita-se, e Will fica ao seu lado fazendo-lhe um afago e conversando com ela, em seguida ela adormece e Will desce as escadas por volta das 17h, os meninos continuam em sua casa, ele os avisa que precisa sair e pede que Phil fique de olho em Lívia no quarto, caso ela precise de alguma ajuda: — Não irei demorar. — disse ele, se movendo rápido em direção à porta. Ao sair pela porta de entrada, Eric e Nicholas se olham, prevendo que o pai vai fazer alguma besteira e decidem ir juntos, mas não conseguem alcançá-lo a tempo. Então eles entram no carro de Nicholas e seguem o pai.

Will foi procurar por Jenny, ele vai até a casa dela, furioso e preparado para fazer qualquer coisa que fosse para salvar sua família. O segurança do condomínio onde Jenny mora, lhe disse que ela teria viajado no dia anterior, antes do almoço.

— Tá de sacanagem! — exclamou ele, encarando o segurança.

— Sim, senhor William, senhorita Jenny viajou ontem antes das 12 horas.

— Maldita! É claro, ela sabia que eu a procuraria, por isso caiu fora! — diz ele virando as costas.

Foi ótimo Jenny não ter estado em casa, vai saber, o que teria ocorrido. Will é um homem que não gosta de escândalos e muito menos de se expor negativamente na mídia, mas se Jenny estivesse em casa certamente ele não responderia por si! Ele estava com os nervos à flor da pele.

Ao ver o pai entrar no carro e partir, os dois garotos fazem o mesmo e voltam para a mansão Baker e lá irão conversar sobre o ocorrido com Lívia. Pois, Nicholas já tinha as imagens de segurança e agora é só uma questão de tempo para denunciar Jenny a polícia.

***

Quase duas semanas haviam se passado, e Lívia estava em plena recuperação. Apesar de ainda sentir um pouco de dor nas costelas, o que era normal para esse tipo de ferimento, ela se sentia muito bem. Os exames do pré-natal indicavam que tudo estava perfeito, e o bebê se desenvolvia normalmente.

Will chegou ao jardim e se aproximou de Lívia, que estava sentada no banco à sombra da árvore. Ele a beijou e perguntou: — Como você está se sentindo? O semblante alegre e sorridente de Lívia havia dado lugar a uma expressão cansada e apagada, e ela respondeu: — Estou cansada e entediada de ficar presa em casa. Mal posso esperar para retomar minha rotina!

Will segurou sua mão e disse com suavidade: — Meu amor, minha pequena. Tenho pensado muito nos últimos dias, e acho que seria melhor você morar definitivamente aqui em casa. E eu ficaria mais tranquilo se você aceitasse o Paolo como seu guarda-costas. Só de pensar em você voltando para o seu apartamento e ficando sozinha, sinto calafrios. Não quero reviver o medo de te perder.

Lívia retrucou: — Amor, fiz a ocorrência policial, acredito que seja suficiente para afastar Jenny. Não vou aceitar ter seguranças seguindo-me o tempo todo.

Will, nervoso, respondeu alto: — Você é muito teimosa! Como vou ficar em paz ao te deixar sozinha? Decidi que você vai ficar aqui em casa! E ao se apartamento não voltará mais!

Lívia não se deu por vencida e retruca:

— Então você pretende me manter em cárcere privado? Não aceito ficar trancada!

O embate continuou, com Lívia argumentando que não queria ser controlada e Will preocupado com sua segurança. Mas finalmente, ele cedeu:

— Está bem, Lívia. Respeitarei sua escolha, mesmo que isso custe minha tranquilidade e paz. Espero que não me arrependa! — respondeu preocupado.

Prometendo cuidar de si mesma, Lívia abraçou Will. Ela acreditava que Jenny a deixaria em paz após receber a notificação judicial, afinal, ela não seria louca de tentar qualquer coisa contra ela novamente. Pensou Lívia. E lamentávelmente, pensou errado!

Algumas semanas se passaram, e Lívia se recuperou completamente. Voltou à faculdade e à rotina, indo e voltando sozinha para a casa de Will. No entanto, logo descobriria que não estava tão sozinha quanto pensava...

***

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