Will e Lívia estavam em seu apartamento, conversando sobre tudo e nada ao mesmo tempo. Ele, então, a convida para ir até a produtora onde ele é sócio, pois quer apresentar Mark, seu amigo e também produtor musical. Ela aceita.
— Boa tarde, Nancy! — disse Will, acompanhado por Lívia.
— Boa tarde, Sr. William! Os senhores podem entrar; o Sr. Mark já os espera.
— Obrigado! — respondeu ele, pegando Lívia pela mão e seguindo em direção à sala do amigo. Ao entrarem pela porta, Mark os recebe sorridente e, levantando-se de sua cadeira de couro, os cumprimenta:
— Enfim, trouxe a incrível Lívia!
— Sim, esta é a Lívia de quem lhe falei.
— Ah! A famosa Lívia! — ele a olha como se a despisse com os olhos.
Ela sorri sem graça e estende a mão direita para saudá-lo.
— Prazer em conhecê-la! William tem razão, você é uma mulher muito linda!
— Obrigada! — ela respondeu, sentindo seu rosto corar.
Mark então os convida para se sentar e pergunta se querem beber alguma coisa.
— Água, por favor — diz Will. — E você, meu amor, vai... — Mark o interrompe, dizendo: — Aqui temos um chá gelado maravilhoso; minhas filhas adoram, acredito que você também vai gostar.
— Tudo bem — aceito.
Mark faz o pedido à sua secretária pelo telefone e volta a atenção para os dois. Enquanto os dois estão sentados lado a lado e de mãos dadas, se olham, Will passa a mão no rosto de Lívia, ajeitando seu cabelo atrás da orelha,ela sorri e lhe dá um leve beijo nos lábios.
Mark fazia o tipo conservador e defensor da moral e dos bons costumes, aquele homem de família tradicional, mas cheio de segredos que Will conhecia muito bem. Com 1,95m de altura, peito largo, robusto e de corpo malhado. Carregava ao lado direito do pescoço uma tatuagem tribal que, mesmo por trás daquele terno azul de linho italiano, se notava. Com cabelos loiros e belos olhos azuis, era o conjunto perfeito para atrair qualquer mulher, exceto Lívia. Ela já estava com o homem dos seus sonhos ao lado e não tinha olhos para mais ninguém, a não ser seu amado William.
Mark tenta disfarçar enquanto conversa com Will, mas não consegue tirar os olhos dela. O celular de Lívia toca, é Beatrice sua mãe ligando por chamada de vídeo. Ela reluta em atender, pois sabe que certamente Beatrice virá com a mesma conversa de sempre, apesar do tempo que os dois já estão juntos, sua mãe continuava não sendo a favor do seu namoro com Will.
— Vá, até a sacada, pode atender seu telefone, não irá nos atrapalhar. —diz Mark, louco que ela se levante e vá, para ele poder enfim, contemplar seu corpo mais uma vez.
Ela levanta do sofá, dá um beijo em Will e diz já voltar. Ele sentado ao sofá, se move de forma a poder ficar admirando cada passo dela até a sacada e percorre o olhar em cada curva de sua amada. Mark, mais uma vez tentando disfarçar sem ter êxito, faz o mesmo.
Will, então diz a ele: — Quer um babador?
— O que? Você está de brincadeira comigo, Will?
— Eu percebi que desde que entramos na sala, você não tirou os olhos dela, Mark.
— É tão evidente assim?
— Mais que evidente. Acho que até mesmo ela já notou.
Mark se aproxima de Will e diz baixinho, agora compreendo essa sua paixão por ela. —Ela é uma mulher encantadora!
Sorrindo, Will pergunta novamente se ele precisa de um babador? Ele abaixa a cabeça e responde: — Cale-se!
Lívia retorna e senta ao lado de seu amor. Ele pergunta se está tudo bem com sua família e ela responde que sim, graças a Deus!
Escuta-se uma batida na porta, é Nancy com as águas e o chá gelado. Ela larga a bandeja no barzinho e sai.
Mark se mostrando cavalheiro entrega o chá gelado para Lívia, tocando suavemente sua mão ao entregá-lo. Ela percebe a intenção dele, mas apenas o agradece: — Obrigada, senhor Adams!
— Por favor, garota, me senti um velho de 70 anos, agora! — Mark respondeu sério e com cara de quem não gostou nadinha. — Will assiste tudo e não diz uma só palavra.
— Desculpe! Não vejo outra forma de dirigir a palavra, sendo o senhor quem é, não poderia deixar a educação de lado.
Mark estava acostumado a dar em cima das namoradas de Will, assim como Will estava acostumado em vê-lo dar em cima de suas namoradas, pois na verdade, as mulheres as quais eles se envolviam eram justamente casos, amantes e não relacionamentos sérios. Apesar de Mark estar casado há anos, mesmo assim, mantinha uma vida secreta e totalmente libertina. Cada vez que havia turnês, na maioria dos shows sempre rolava uma festinha com garotas de programa, as mais belas mulheres, Mark contratava.
É perceptível que os dois estão acostumados a fazer joguinhos com as mulheres que se envolvem. Não que Will oferecesse a mulher que ama para seu amigo, mas como eles têm a mania de competir internamente entre eles, isso passou a ser natural. E o Will, queria ver até que ponto Lívia aceitaria.
— Bem, é isso! Nossa agenda de shows está lotada. Teremos muito trabalho pela frente, muitas novidades e surpresas fresquinhas nos aguardam. — disse Mark com um sorrisinho malicioso. Lívia a essa hora já estava escorada na porta da sacada prestando atenção em cada palavra que ele dizia.
Will levanta do sofá de couro preto, chama por Lívia e diz que já está indo.
Mark não perde a oportunidade e a abraça ao se despedir, dizendo que foi um grande prazer conhecê-la. E que a produtora está de portas abertas para ela, caso quisesse vir tomar um chá, ou até mesmo uísque com ele.
Séria, Lívia responde que não vê propósito atravessar a cidade para ir na produtora para beber um chá ou uísque com o melhor amigo do seu namorado, mas agradece o convite.
Já no corredor, Will a pede que segure o elevador, pois esqueceu seu celular na sala de Mark. Porém, era apenas um pretexto para conversar a sós com ele. Ao entrar na sala novamente, Will foi até a mesa onde se encontrava o amigo, e vai direto ao ponto dizendo:
— Com Lívia não tem competição! Ela é adereço de luxo e uso exclusivo meu! Com ela não, Mark! Que isso fique bem claro!
— Tudo bem, Will. Foi só um de nossos joguinhos, sem maiores interesses. E claro, sem contar que a garota é geniosa. Não seria fácil domar essa fera.
— Você não presta, Mark. — Will solta um risinho debochado.
— Eu não presto? Você trouxe a garotinha indefesa na toca de dois lobos velhos e sedentos, e eu que não presto?
Ao chegar na porta, Will enfatiza. — Não esqueça, ela está fora!
Ele sai e desce o elevador com Lívia em silêncio. Chegando no carro, Will abre a porta para ela entrar, e em silêncio ela senta.
Ao girar a chave da Ferrari, ele diz sorrindo que adorou o que ela fez com o Mark, colocando-o no lugar dele, lembrando que ele é seu namorado.
Will também admite que desde jovens, Mark faz jogos de sedução com qualquer mulher bonita que conhece, pois ele não resiste um rabo de saia.
— Você percebeu os olhares dele? Ele não tirou os olhos de você! — disse ele, com um sorriso de satisfação.
— Eu percebi, e confesso que não gostei nem um pouco! — respondeu ela, séria.
— Eu conheço o tipo do Mark, é um pai amoroso, marido exemplar e por trás de suas viagens de trabalho, esconde uma vida baseada em luxúria com tudo o que seu dinheiro pode comprar; Mulheres, sexo, orgias, bebidas e quem sabe drogas. Eu sei exatamente como funciona! Inclusive você, Will. Sei que você sabe de todos os deslizes dele e ele os seus. Porém, já aviso ao senhor, Sr. Baker. Eu não faço joguinhos e não aceitaria, mesmo vindo de você.
Ele fica espantado e olhando para ela, sem ação. Então, estaciona o carro próximo a uma praça e diz que sim, ela estava certa sobre Mark, e acaba confessando sobre sua vida totalmente desregrada no sentido do sexo, pois já havia feito muitas loucuras! Entretanto, de uns tempos para cá, ele pensava em parar e, depois de tê-la conhecido, esse sentimento ficou mais latente dentro de si.
— E posso te garantir uma coisa, meu amor. Nem por um segundo me passou pela cabeça fazer esse tipo de jogo com você. Jamais deixaria alguém tocá-la ou ver você tocando em outro. Você é minha. E eu amo você. — enfatiza ele.
— Quantas mulheres, Will, vocês já trocaram?
— Muitas. Exceto Perla, mãe dos meus filhos e Jenny. Todas outras passaram por essas fantasias comigo, mas foram porque quiseram viver experiências novas. Porém irei repetir novamente à você. — ele fala tocando em seu rosto e olhando-a fixamente nos olhos. — Com você não! Nunca faria uma proposta dessas a você — Não seria capaz de ver cenas que presenciei com outras mulheres, ver acontecer com você — Você é a minha, menina! — Só minha!
Lívia demonstra seriedade e no fundo de seu olhar um certo receio, e após ouvir tudo que ele lhe disse, vem à memória sua mãe dizendo: — Que Will não tem apreço por ninguém! Ela então, diz a ele que gostaria de deixar as coisas entre os dois o mais claro possível.
— Quero deixá-lo ciente de que não aceito traição. Em minha relação anterior eu passei por isso, e não aceitarei ser traída por você.
Ele a segura no rosto e lhe dá um beijo, em seguida diz: — Tudo bem, minha menina. Confie em mim! Eu amo você. Agora vamos para minha casa, não aguento mais estar perto de você e não poder tocá-la do jeito que estou imaginando.
***
...O telefonema...
O telefone residencial toca, Margot o atende com um rosto não muito feliz e em tom de voz desanimador. Ela sabia que os dias de paz na vida e na casa de Will estavam contados.
— Chame o William, agora! —diz a voz do outro lado grosseiramente.
— Ele não está, senhorita Jenny.
—Você está mentindo, sua cobra velha.
—Não, ele não está em casa. — respondeu mais uma vez, Margot.
— Mais tarde eu ligo, sua inútil! — E Jenny desliga o telefone sem dar tempo de Margot responder.
— Que Deus nos ajude! — diz Margot nervosa.
Ao entrar em casa com Lívia, Will vai até a cozinha e pede para Margot que ela sirva algo para eles no jardim. Ela não contou nada sobre Jenny ainda, pois ele estava tão feliz, que ela não gostaria de estragar seu dia.
Will chega por trás de Lívia e a abraça dizendo :
—Daqui você não sai, hoje! Passei a tarde sendo torturado por você com essa roupa, não pense você, que irá me deixar só na vontade, não!
Ela ri alto e diz a ele: — Não vou meu amor, você será recompensado por cada segundo de tortura. —risos.
Will a toma nos braços e fitando seus olhos completamente apaixonados, ele declara-se mais uma vez:
— Eu amo você, menina. Eu nunca imaginei estar tão ligado a alguém, e em tão pouco tempo, como estou por você.
De repente chega Margot com o telefone na mão: — Telefone para o senhor.
Ele pergunta quem é? Mas ela não quer dizer na frente de Lívia que é sua ex-namorada Jenny. Porém, por sua inquietude, Will percebe e pega o telefone.
E com uma voz seca e com total desprezo, pergunta:
— O que você quer?
— Isso é jeito de me tratar? Estou com saudades! — diz Jenny gentil.
— Eu não, nem um pouco. Nem passa pela minha cabeça este reencontro.
Lívia olha para ele e se mantém calada, pega sua bolsa que está na cadeira. Ele a segura pela mão e desliga o telefone sem se importar que Jenny ainda estava na linha.
— Você não precisa ir!—disse ele, tocando em seu rosto.
— Eu não iria a lugar nenhum, a não ser até seu quarto. Quero e preciso de um bom banho. Você me acompanha num delicioso banho de banheira com direito a massagem? — disse ela, tocando Will, nos lábios.
Largando o aparelho de telefone em cima da mesa ele responde:
— Sim. Não perderia por nada um momento desses.
Lívia na verdade sabia que era sua ex-namorada, e não lhe entregaria Will assim de mão beijada. Ele é o homem de sua vida, ao qual ela já entregou seu coração. Entretanto, Lívia não tem ideia de quem é Jenny! E o perigo que ela pode representar.
Jenny liga novamente para casa de Will e aos gritos ordena à Margot que o chame.
— Ele não está, saiu assim, que recebeu seu telefonema.
— Sua bruxa velha! Chame-o ou pego o primeiro avião e vou até aí.
— Ele não está, eu já disse!
— Para onde ele foi, Sua cobra?
— Não faço a menor ideia. — respondeu Margot, já indignada.
— Você nunca sabe, sua velha maldita!
Margot desliga o telefone na hora, e liga para a portaria dando ordens de barrar a entrada de Jenny, caso ela apareça. E, é para dizer que Will está viajando para o exterior.
***
Enquanto estão no quarto, Will e Lívia se divertem em meio a um belo banho de espuma, regado a sais com cheiro de baunilha. Will está deitado entre as pernas de Lívia, recostado com as costas enquanto ela massageia seu peito com dedos longos e mãos macias. Ela acaricia seus cabelos entrelaçando seus dedos em meio os fios castanhos levemente grisalhos. Ele vira-se de frente para ela, olha nos olhos e agradece por ela ser uma mulher incrível!
Ela sorri e desliza as mãos até seu peito largo, puxando-o lentamente enquanto fita seus olhos. Ali, diante dela, ele se revela vulnerável e completamente entregue aos seus desejos.
Will recosta a cabeça de Lívia em seu peito e enquanto faz um carinho lhe diz, que toda vez que eles fazem amor, é fabuloso!
— Acho melhor sairmos da banheira. Olhe para minhas mãos, parecem uvas passas. — risos.
— As minhas já são como uvas passam sem ficar na água. — brincou ele.
— Não diga isso! Você tem as mãos mais lindas e delicadas que eu já vi. — respondeu ela, ao pegar nas mãos dele e depositar-lhe um beijo sobre elas.
Lívia levantou-se da banheira e, após vestir uma camisa dele, avisou que iria se deitar, pois estava exausta. Ao se deitar para relaxar, perguntou se ele se importaria que ela comesse no quarto naquela noite. Ele concordou, pois era exatamente o que estava pensando. Ele desceu até a cozinha e pediu a Margot que preparasse duas refeições deliciosas. Margot, apreensiva, contou que teve um desentendimento com a senhorita Jenny, que ameaçou pegar o primeiro avião de Nova York para Los Angeles.
Margot também pede desculpas, pois tomou a liberdade de impedir a entrada dela na residência e mandou dizer, caso ela apareça, que ele viajou para o exterior — Margot, não sei o que seria de mim sem você?! Você fez exatamente o que eu iria pedir ao Paolo. Obrigada, Margot! Não quero que essa louca se aproxime de Lívia e nem desta casa!
— Pode ficar tranquilo, ela não chegará perto da senhorita Lívia no que depender de mim.
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Atualizado até capítulo 26
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