Capítulo 08- Encontro das amigas

Ainda deitada, ela pergunta a hora, lembrando de Vick.

— São quase 21 horas. —respondeu Will, olhando no relógio que estava no criado mudo.

Ela pula da cama e corre para pegar o celular na bolsa e vê que tem uma chamada perdida da amiga. Imediatamente, retorna a ligação.

— Anda Vick atende esse celular!— exclamou Lívia. — A amiga demora, mas atende.

— Até que enfim,  Victoria! — exclamou Lívia.  — Achei que não iria conseguir falar com você hoje! Desculpa não ter atendido sua ligação mais cedo, mas estava dormindo.

— Eu imagino por quê? Eu também, na sua situação, estaria dormindo e viveria exausta.

—  A senhora não presta Victoria. — respondeu Lívia, devolvendo um sorriso maroto.

— E falo alguma mentira, dona Lívia?!— rebateu Victoria em tom malicioso.

— Tá! Sua boba. Vamos ao que interessa.

Confirmado o nosso almoço de amanhã? — perguntou Lívia.

— Sim. Amanhã ao meio-dia estarei no Bernard. — respondeu Victoria.

— Até amanhã, então. Teremos tempo para pôr as fofocas em dia. — Lívia disse, ansiosa.

— Até amanhã, amiga —E aproveita, curte muito esse "deus" que está com você.

— Sim, cada segundo e cada milímetro dele irei aproveitar. — Lívia respondeu rindo e olhando para Will ao desligar o telefone.

— Você aproveita cada milímetro de quem? — perguntou ele, rindo. — Temos uma aproveitadora de velhos indefesos. — disse fazendo graça.

— De velho você não tem nada — Indefeso? — Menos ainda! — respondeu ela, ao pular sobre a cama ao seu lado.

Will a puxa para perto e começa a fazer cócegas, provocando risadas tão intensas que ela pede para ele parar, alegando dores na barriga. Deitada sobre o peito dele, os dois brincam com as mãos, entrelaçando os dedos. Lívia, olhando nos olhos dele, sorri e agradece pelos momentos maravilhosos que têm vivido juntos nesses quase cinco meses.

Sentindo-se seguro, ele decide compartilhar pela primeira vez detalhes sobre o relacionamento que teve com Jennifer Stone.

— Sinto que chegou o momento de falar com você sobre Jenny. Posso compartilhar detalhes que ainda não revelei.

Lívia presta atenção, atenta no que ele diz.

— Jenny é uma mulher cheia de problemas. Ciumenta, insegura e obcecada. Desde o início, nossa relação foi conturbada, com discussões frequentes e muita cobrança por parte dela. Ela sempre queria estar grudada em mim, e eu me sentia preso, sufocado! Cheguei a pensar que a amava. Mas, com o tempo, as coisas pioraram drasticamente: agressões, ofensas, barracos, então decidi encerrar aquela vida insuportável que vivíamos. Não era vida para mim, nem para ela. Ela tinha ciúmes dos meus filhos! Eles não podiam vir à própria casa sem que ela ficasse de cara fechada. — Lívia faz uma expressão de espanto.

— Você percebeu? — perguntou ele. — Os meninos e eu, somos muito amigos. Gostamos de fazer coisas juntos, e eu sempre reservei um tempo só para eles, mesmo sendo adultos. Faço questão de manter essa conexão com meus filhos.

— Nossa! Eu jamais imaginaria que tivesse passado por um relacionamento tão doentio assim! Esse tipo de vínculo não é saudável para ninguém.

— E, não é mesmo! Tanto que depois do relacionamento com Jenny, pensei em ficar sozinho e não me envolver com mais ninguém. Até que vi você naquele evento! Sua voz, seu sorriso, seus olhos, seu jeito meigo fizeram meu coração balançar! E aos poucos fui te conhecendo melhor, e você se tornou meu vício, mudando gradualmente todos os meus planos de vida.

— O mesmo aconteceu comigo. Você mudou tudo. Todo o medo que eu sentia em me envolver de novo, você fez com que eu esquecesse e pensasse em só ser feliz, e por isso eu amo você, Will. — disse ela, abraçando ele.

***

No dia seguinte, Will acorda cedinho com o  toque do celular, era Mark para falar sobre a viagem e o show de sábado à noite no Arizona. Ele desliga sem atender e olha para Lívia que estava deitada nua, enrolada no lençol de cetim, ela abre os olhos e sorri.

— Bom dia, minha menina! — disse ele, beijando de leve seus lábios. — Estou com meu dia livre, hoje. — Você quer fazer alguma coisa juntos? — perguntou ele.

— Bom dia, meu amor! Hoje irei almoçar com a minha amiga. Não posso dar bolo na Vick. Me desculpe! Mas, você poderia me levar até meu apartamento e me esperar, após o almoço, você e eu ficamos juntos.

— Tenho uma ideia melhor. — respondeu ele, a abraçando. — Você vai com meu carro almoçar com sua amiga e volta aqui pra casa, assim passamos a tarde e a noite juntos.

— O quê? Eu? Em sua Ferrari sozinha? — respondeu ela surpresa.

— Sim, e qual o problema? — perguntou ele, sem entender.

— Nenhum. Só fiquei surpresa, pois é um carro de milhões! Outro homem certamente não faria isso.

— Eu preciso arrumar minhas malas para a viagem, não vou conseguir levá-la e como sei, que você não gosta de andar com motorista particular, acho justo você pegar meu carro. Mas, se você não quiser, a Ferrari  pode pegar o Mustang ou BMW.

— Tudo bem, meu amor. Aceito ficar com a Ferrari, afinal quem não gostaria de poder dirigir uma máquina dessas!

— Mas antes venha cá. — disse ele, agarrando ela inesperadamente. — Você só sairá depois que matar meu desejo e suprir a falta que já sinto por você.

— Tudo que você quiser, meu amor, tudo! — respondeu ela, beijando-o nos lábios.

Já é perto das 10 horas e Lívia se arruma para o almoço. Ela é o tipo de moça que adora o simples e básico, apenas calca jeans, camiseta branca e um All star, já estava ótimo. Pegando sua bolsa e seus óculos escuros, ela diz que está na hora dela sair, pois o quanto antes quer voltar para casa.

— Voltar para onde? — perguntou ele, satisfeito

—  Aqui. Para sua casa.

— Não. — repete o que você disse anteriormente.

— Voltar para casa? — Ela repetiu, sorrindo.

— É exatamente o que eu queria ouvir! Eu quero que você se sinta em casa, pois a mansão Baker será sua em breve. O que apenas está faltando, é você dizer sim, e agregar o sobrenome Baker ao seu nome.

— Amor, é claro que eu aceito, porém é uma conversa para termos mais para frente, porque é cedo demais para falarmos em casamento.

Will beija a sua testa e diz concordar com ela. Lívia se despede a dizer que precisa ir, pois, já está atrasada.

***

Lívia chega em frente ao café com 20 minutos de atraso, estaciona a Ferrari e vê a amiga na porta, mas Victoria não lhe vê. Ainda dentro da Ferrari, o celular de Lívia toca e ela o atende. Victoria estava ligando para perguntar onde ela estava.

— Estou aqui na frente do café. — respondeu ela, rindo alto dentro do veículo.

— Deixa de ser mentirosa. Aposto que não saiu nem de casa ainda?!

— Estou aqui e estou te vendo.

— Mas cadê seu carro? Não vejo você. — disse Vick, impaciente.

— Estou aqui! — gritou Lívia ao sair da Ferrari acenando pra amiga.

Victória vai correndo em direção dela para lhe dar um abraço. As duas pulam juntas abraçadas. Vick, então diz: — Meu Deus! Quem iria sonhar ver você dirigindo um carro desses? Estou tão feliz por você!

— Calma, Vick! Ele não me deu o carro. Acontece que meu carro está na garagem do condomínio e como eu estou na casa dele, Will me emprestou sua Ferrari.

Ele hoje está em casa de folga e precisa arrumar as malas dele, os instrumentos musicais que levará amanhã para o show no Arizona.

— E você não vai junto de novo, aposto?! — indagou Victoria, contrariada.

— Não. Eu acho que não seja apropriado ainda para expor nossa relação ao público.

— Quando será a hora certa? Você está perdendo grandes momentos ao lado de Will, por conta desse medo bobo.

— Vamos entrar e pedir logo o almoço! — exclamou Lívia, a interrompendo. — Preciso ir até o shopping comprar umas lingeries e você vai comigo na Ferrari. Na volta para a casa do Will, te deixo aqui.

— Ai, nem acredito! Vou entrar numa Ferrari! — Vick, eufórica sorri.

Elas entram no café e falam com Bernard, que o carro de Vick ficará na frente estacionado, pois elas irão almoçar e após o almoço irão ao shopping no carro de Lívia. Bernard faz um sinal com a cabeça que tudo bem. Já que está na correria por conta do horário do almoço.

Faz algum tempo que elas não saíam para conversar e Vick estava curiosa para saber de tudo. Então, Lívia começa contando:

— Ele tem ensinando-me tanta coisa nesse pouco tempo que estamos juntos, que em quatros anos vivendo ao lado de JC não aprendi. William é um homem cavalheiro até na hora do sexo. Generoso, carinhoso, gostoso. —Lívia fica quieta com a presença de Bernard, trazendo-lhes o almoço.

— Prontinho, meninas! O almoço de vocês: Salada com molho de iogurte e frango grelhado, como vocês pediram.

— Obrigada, Bernard! — elas agradecem em coral. Assim que ele sai, Lívia continua:

— Eu preciso te contar uma bomba. — disse olhando a amiga por cima do copo de suco. — Ontem ele me levou na produtora para conhecer o tal Mark, sócio e amigo dele. Acredita que deu em cima de mim na frente do Will?

— Não brinca! Sério? — perguntou Victoria, sem acreditar.

— Um tremendo canalha! Casado há anos e com duas filhas adolescentes.

— Pobre da esposa! — respondeu Victoria.

— Quando saímos de lá, Will me contou que vivia uma vida completamente louca! Bebedeira pós-shows, sexo com várias mulheres. Me contou tudo isso ontem! — Eu fiquei surpresa! Eu tinha uma certa ideia de tudo, até porque, vemos o que sai nas redes. Mas, aí, ele contar com requinte de detalhes, é muito diferente.

— E o que você disse para ele, Lívia? Tem que ficar atenta, vai que te faça proposta, de você e o amigo dele juntos!

— Deixei ele bem ciente que eu não sou dessas.

— Melhor assim, vai que ele queira ver você e o gostoso do amigo dele! Ah! não dá nem para imaginar né! — respondeu Victoria, debochando.

— Cala a boca, Victoria! Você não presta mesmo. — disse Lívia, rindo.

A conversa no café não se estende muito, pois Lívia queria ir ao shopping. Saindo de lá, elas vão direto em direção a Ferrari, Vick ao entrar no carro fala:

— Meu Deus! Olha este carro! Eu vou tirar fotos nossas para postar na minha rede social. Olha pra cá, Liv!

Elas tiram algumas fotos e Lívia liga o carro, seguindo para o shopping. O celular dela toca, acendendo a tela.

— Abra e veja pra mim se é alguma coisa urgente! — pediu Lívia, a amiga.

— Alô! Não, não é a Lívia, Brandon. É a Victoria. Lívia não está podendo falar no momento, pois estamos no trânsito. Sim, claro. Eu peço sim. —desligando o telefone com ar de mistério, Vick começa a contar o que sabia sobre Brandon.

— Amiga, preciso muito te contar uma coisa sobre Brandon.

— O que houve? Ele está doente? — perguntou Lívia, preocupada.

— Sim, muito doente, amiga!

— Não brinca Vick, sério? Fala logo, é grave?

— Brandon é apaixonado por você! Ele me contou no dia que você ligou sobre o evento do quatro de julho, naquela noite, eu disse a ele que você estava fechada para o amor, desde a decepção com o JC.

— Ai, meu Deus! Não queria magoar o Brandon, ele é muito importante pra mim.

— Desconfio que ele queira se abrir e falar de seus sentimentos à você.

— Espero que ele não faça isso! Não saberei reagir a uma situação dessas, de estar frente a frente com ele, ouvindo falar de seu amor. Eu não posso e nem quero fazê-lo sofrer.

O que você irá fazer? Vick pergunta a ela séria, e logo responde por Lívia:

— O que você tem a fazer é dizer a verdade a ele, que não o ama como ele gostaria. Você está com Will, está apaixonada e feliz ao lado dele. Não tem como dar uma resposta diferente à Brandon, sem ser de que você não o ama.

— É claro, Victoria, terei que ser sincera com ele. Mas, isso me deixaria mal por saber que eu o fiz sofrer. Não podendo corresponder aos seus sentimentos.

— Ora, Lívia! Essas coisas acontecem! Como sempre digo a você, são os desencontros que acontecem na vida de todos nós.

— Nossa, Victória! Essa sua maneira fria de você ver as coisas, me assusta!

— Não sou fria, sou prática e realista! Veja meu caso: estou apaixonada por um colega, mas ele não demonstra interesse. E o pior de tudo: ele é casado! Recentemente, descobri que o casamento dele está cada vez pior. Por um lado, acho bom, pois isso me permite me aproximar mais dele. Por outro lado, estou cansada de ouvi-lo falar sobre sua esposa. Ele realmente a ama, mas ela não o ama mais. Pelo que parece, ela quer liberdade para viver uma vida que ele não pode oferecer.

— Nossa! Coitado! — disse Lívia, com pena do rapaz. — Sobre não corresponder ao Brandon, posso afirmar que o culpado por isso é o JC, que conseguiu destruir uma parte de mim por um longo tempo, a ponto de eu não querer me relacionar com mais ninguém. Até que surgiu o Will, que me ajudou a curar as cicatrizes deixadas por um amor doente, e aos poucos fez com que eu visse a vida e o mundo com outros olhos. — respondeu Lívia.

— Amiga, quem viu você sofrer tanto com aquele monstro do JC e vê você hoje, tão segura de si e dos seus sentimentos, não diria que é a mesma pessoa! Vou ser sincera, tenho medo de você se machucar com o Will, mas ao mesmo tempo penso, e daí? Nós sofremos e nos machucamos tanto com esses babacas. Por que não se machucar com alguém como Will? Ao menos ele te levará para lugares nunca antes vistos e você terá vivido momentos inesquecíveis ao lado de um homem maravilhoso. Sem contar que chorar em Paris é um preço justo! Mas Will que não se atreva a fazê-la sofrer, eu coloco fogo na Ferrari dele!

— Do jeito que você é Victoria, não tenho dúvidas disso. — as amigas riem juntas.

— Confesso que eu não tenho medo de nada disso, não. — respondeu Lívia. — Eu penso em viver cada segundo que posso ao lado dele tirando o máximo proveito de sua companhia. Estar ao lado dele é incrível! Eu sinto a energia entre nós muito forte! É algo que não sei explicar.

— Chega agora de falar nesses homens, estamos há 15 minutos falando deles — diz Victoria.

Ao sair da Ferrari, Lívia apressa a amiga. — Vem, vamos entrar logo, e vamos direto na loja de lingerie. Mas, já aviso que não vou comprar muita coisa!

— Ah, Não Lívia! Não vai ser mão de vaca! Você precisa usar calcinha todos os dias.

— Cala a boca Vick! Olha o segurança! — disse Lívia ruborizada.

— Vi sim. Como não ver um homem daqueles?!

— Pelo amor de Deus! Você não tem jeito, Victoria!

O telefone de Lívia vibra e ela antes de atendê-lo chama atenção de Vick, para que ela não fale besteiras, pois é Will em uma chamada de vídeo.  Ela o atende toda contente.

— Meu amor, que bom que você ligou.

— Minha menina, liguei só pra saber se você está bem?

— Estou sim. Estamos nos divertindo muito. Deixe eu te apresentar, Victoria, minha melhor amiga.

— Prazer em conhecê-la, Vick. Você é muito famosa aqui em casa. — disse ele sorrindo.

— Prazer é meu! Você também tem uma fama à parte da sua entre nossas conversas.

— Então, os dois vão ficar dizendo que os meus assuntos se resumem em falar um do outro? Vocês se acham! — disse Lívia rindo e retorcendo os olhos. —risos entre eles.

— Admita Lívia, nós somos muito importantes para você. — respondeu Victoria, rindo.

— Você se acha Victoria! — Lívia brincou ao responder.

— Amor, vou terminar de comprar, e volto voando pra casa.

— Não precisa correr, você não está acostumada com esse carro! — Will chama sua atenção para segurança na direção.

— Está bem. Prometo ir devagar. Até mais, meu amor.

— Até logo, meninas.

Lívia desliga o telefone e Victoria continua a falar sobre Will com ela.

— Ele é muito lindo! Ele te chama de minha menina. Que romântico! — diz Vick, debochando.

— Vamos boba!  Vamos pagar logo e vamos tomar nosso suco.

Sentadas na praça de alimentação e distraídas, elas conversam sobre a rede social de Lívia, de repente elas escutam uma voz masculina a chamar por elas, era Brandon, vindo da loja de malas.

— Meninas! Vocês por aqui?!

— Braaandooon! — Elas falam juntas.

— Você não deu o recado a ela não é, Vick?

— Que recado? — pergunta Lívia, desconfiada.

— Eu acabei esquecendo. Você sabe como são nossas conversas... atropelamos tudo! Não era nada demais, era só pra avisar você de ligar para ele.

— Vou sentar com vocês, posso? — indagou ele.

— Claro que pode Brand. — respondeu Lívia dando um beijo em seu rosto e sorrindo. — Estava com saudades do senhor! Não temos nos visto muito ultimamente. Você não liga mais pra mim? — Lívia o questiona manhosa.

— Você que agora está namorando um famoso e não liga mais para os amigos!— exclamou ele, com a voz trêmula.

Ele observa a chave da Ferrari, e diz a ela:

—  Vejo que as coisas estão sérias entre vocês, está com a chave da Ferrari dele nas mãos.

— Na verdade, dormi na casa do Will e o meu carro está no condomínio, por isso ele me emprestou a Ferrari para vir até aqui. E sim, as coisas entre nós, estão sérias, porém não acho que você possa julgar pelo fato de eu estar dirigindo seu carro. — disse ela encarando ele. E continuou a questioná-lo:

— Quantas vezes você deixou eu dirigir o seu? Muitas vezes, não é mesmo ? E nunca chegamos nem perto de estar namorando. — ela respondeu franzindo a testa e a sua voz mudou de tom.

Ele nota em sua fala um tom agressivo. E realmente, Lívia não se sentiu confortável com a observação feita por ele. Então, Brandon pega na mão dela sobre a mesa e a fita nos olhos e pede desculpas por se expressar mau. Ela apenas o observa em silêncio. Então, ele pergunta:

— O que vocês vieram fazer no shopping?

— Lívia comprou lingerie para seduzir Will.

— Cale a boca, Vick! — respondeu Lívia, corada.

— Não ligue, eu sei que Victoria é debochada! — disse Brandon sorrindo e tocando nas mãos de Lívia mais uma vez.

— Amiga, é brincadeira. — respondeu Victoria a abraçando.

Lívia com o rosto corado respondeu:

— Eu convidei essa mala para vir comigo e conhecer a nova loja de sapatos que inaugurou.

E mais um vez Victoria não perde a oportunidade de brincar com a amiga:

— Mentira! — disse Victoria, rindo. — Brandon sacode a cabeça e sorri.

— E você? xxO que o traz ao shopping, Brand? — perguntou Lívia.

— Estou de folga hoje e aproveitei pra comprar uma mala, em janeiro estou indo embora para Espanha.

— Então você vai mesmo? — Indagou Lívia.

— Sim, não tenho nada que me prenda por aqui!

— Como não? E quanto a mim? — brincou Lívia.

Ele a olha com ternura e diz que, claro, ela seria o motivo principal para ele ficar, porém agora, ela já está acompanhada, logo não precisa mais dele para cuidar dela.

Lívia o retruca a dizer: — Como não? O senhor sempre será meu protetor! Mas entendo que tenha que ir, precisa alçar voos mais altos, pois o estado da Califórnia tornou-se pequeno para você.

Brandon apenas a observa sem dizer nada. Seus olhos brilhantes e as mãos frias suadas continuam a tocar nas mãos de Lívia.

As horas passam voando e quando Lívia percebe, levanta e se despede dos amigos, pois realmente havia ficado tempo demais.

— Você me deixa no café, Brandon? — Meu carro está no estacionamento do Bernard. Assim, não preciso ir com a Liv, e ela vai direto daqui para casa de Will.

— Claro que sim. Mas vamos acompanhar Lívia até o carro. — respondeu ele.

Brandon tenta curtir cada segundo ao lado daquela que meche com seu coração.

Chegando no carro, Lívia abre a porta e põe suas compras sobre o banco, entrando em seguida,  e pergunta:

— Como estou? Fico ou não fico linda dentro dele?

Brandon, fitando-a nos olhos e com seu coração em disparo, diz a ela: —Você é linda! Essa Ferrari perto de você perde todo seu encanto.

As amigas se olham e Victoria sorri discretamente dando a entender com o olhar que Brandon está caidinho pela amiga.

— Bem, pessoal, tenho que ir. Adoro estar com vocês dois, mas preciso voltar. — respondeu Lívia, saindo da Ferrari.

— Brandon aproxima-se dela, a abraça e a questiona sobre marcar de almoçarem juntos, pois precisa falar com ela.

— Vamos ver para semana que vem. Eu ligo pra você. —respondeu Lívia.

— Brandon ajeita o cabelo dela atrás da orelha e passando a mão em seu rosto diz: —Você sabe que gosto muito de você, não sabe?

— Sei sim. — respondeu ela, apoiando-se sobre o peito forte e malhado de Brandon.

Vick a puxa pelo braço notando que eles estão próximos demais e diz: — Se cuide! Não faça nada do que eu não faria! E me liga assim que chegar na casa do Will!

Saindo com a Ferrari, Lívia olha no retrovisor, enquanto se afasta lentamente dos amigos no estacionamento, ela sente uma sensação estranha de angústia, um aperto no peito, mas não entende o porquê?

A caminho da casa de Will, ela nem imagina o que está prestes a acontecer por lá.

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