Capítulo 13

Devido aos últimos acontecimentos, meu pai achou melhor nós ficarmos um pouco mais reservados.

Nós que estudamos estamos tendo aulas online e também não estamos indo trabalhar.

Estamos todos aqui na casa dos meus pais, inclusive nossos namorados, menos o da Cecília, já que terminaram o namoro, o moleque aprontou com ela.

No final das contas meu pai tinha mesmo razão, o carinha não valia nada e só iludiu minha irmã.

— Pronto! Está tudo resolvido, já coloquei aquele moleque no lugar dele e disse que se ele ao menos ousar em pensar em você eu mesmo acabo com a raça dele.

— Moreno! Sabe que não pode fazer nada contra ele e nem pode ameaçar as pessoas por aí, você sabe muito bem, é advogado.

— Eu sei, mas antes de ser advogado, eu sou pai e minha filha vem antes de qualquer coisa! Palhaçada isso que ele fez, isso sim é coisa de criminoso, eu só não o coloquei na cadeia porque a mãe dele se jogou nos meus pés e me implorou e eu não aguento essas coisas, mas o aviso eu deixei, se ele ousar ao menos pensar na Cecília ele vai se ver comigo.

Cecília está sentada no sofá desolada e chorando muito, Clara, Laura, Letícia e eu estamos perto dela tentando consolá-la.

— Eu não queria te ver assim filha, isso me parte o coração, eu odeio ver vocês sofrendo, ainda mais por causa de homem safado. — meu pai diz e Cecília se joga nos braços dele e o abraça muito forte.

— Desculpa papai. — ele pede chorando.

— Não se desculpe, minha princesa, você não tem culpa.

— Tenho! Por não ter ouvido o senhor.

— Tudo bem, minha princesa já passou, você tem sua família aqui e isso é o que importa.

— Eu trouxe o brigadeiro! — minha mãe diz. — Também tem salgadinhos e pipoca. Vamos assistir um filme e comer besteiras. — Cecília se solta do abraço do meu pai e sorri.

Aqui é sempre assim, quando algo acontece com alguma de nós, fazemos um brigadeiro e outras besteiras e comemos enquanto assistimos a algum filme.

— Eu posso participar também? — meu pai pergunta.

— Não senhor! É só pras meninas. — minha mãe diz.

— E eu vou fazer o quê?

— Chame Davi e Noah e vão fazer alguma coisa. — minha mãe diz.

— Ok, a senhora quem manda. — ele diz pra minha mãe, dá um beijo nela.

Esses dias não temos saído de casa para nada, o máximo que saímos é pra dar uma volta na pracinha do condomínio e sempre cercados de seguranças.

Os únicos que estão saindo são os homens para trabalhar, inclusive meu pai, ele diz que não tem medo de nada, Ruan segue esse mesmo padrão, Lucas trabalha aqui dentro, mas as vezes sai para ver a mãe e Gabriel faz o mesmo, sai para trabalhar e ver a mãe, mas a noite eles vem dormir aqui, já que não podemos sair, pois meu pai está muito preocupado com nossa segurança.

Não sei se meu pai está sabendo de algo e não disse, mas ele está preocupado de verdade com essa situação, para nos deixar em casa deve ser algo muito sério.

— Vamos! Estamos excluídos do programa das meninas. — meu pai diz para Davi e Noah e eles saem.

Nós vamos para a sala de vídeo e colocamos uma animação da Disney Pixar que é o que Cecília gosta de assistir, geralmente assistimos alguma comédia, mas ela gosta de animações.

— Esse filme foi lindo. — Cecília diz quando o filme termina.

— Foi sim, se sente melhor meu amor? — minha mãe pergunta.

— Estou mamãe, obrigada por estarem comigo, vocês são a melhor família do mundo. — ela diz nos abraçando.

Saímos da sala de vídeo e ao chegar na sala encontramos meu pai jogando dominó com os meninos.

— As mulheres mais bonitas desse mundo já terminaram? — meu pai pergunta.

— Já sim, amor.

— Eu queria comer aquela pizza que o senhor faz papai. — Laura diz.

— É desejo minha princesa? — meu pai pergunta.

— Não sei papai, é vontade, não sei a diferença.

— É desejo! — meu pai e minha mãe falam juntos.

— Eu vou fazer minha princesa, só vou terminar essa partida. — ele diz se referindo ao dominó que está jogando.

— Obrigada papai, o senhor é o melhor pai do mundo. — Laura diz e o rosto do meu pai se ilumina.

Meu pai ama quando falamos isso para ele, é importante para ele ouvir que nós o achamos o melhor pai do mundo. As vezes ele é meio duro e interfere em nossa vida, mas nós sabemos que é para o bem, é só preocupação de pai.

— Vamos cozinhar? — meu pai convida e nós o seguimos para a cozinha.

Ele coloca uma música, meu pai só cozinha à base de música, e sempre é Michael Bublé, meu pai gosta muito. A escolhida da vez é Feeling Good.

Meu pai canta a música lindamente, ele tem uma voz maravilhosa, meu pai é incrível, procuro um defeito nele e não encontro. Somos muito abençoadas por ter um pai como ele e minha mãe uma sortuda por ter encontrado um homem que a ama e é capaz de tudo por ela.

Meu pai não tem vergonha e nem medo de mostrar para a minha mãe o quanto a ama, digo isso, pois quando aquela loira dos infernos tentou separá-lo da minha mãe ele se jogou aos pés dela e chorou e implorou pelo o seu perdão. Aquilo partiu meu coração, mas também me fez ver o quanto ele ama minha mãe e que ele não tem vergonha de chorar por ela e mostrar que é capaz de qualquer coisa para tê-la ao seu lado.

Como sempre, meu pai distribui funções para nós quando vamos cozinhar e eu fiquei com a parte de cortar os peperonis, que tem que ser finíssimos.

A música ecoa pela cozinha e meu pai puxa minha mãe para dançar, os dois dançam muito bem e se olham nos olhos, eles têm uma conexão de milhões, de longe nota-se o quanto se amam. Espero ter isso com Ruan, que mesmo com o passar dos anos dois ainda continuemos nos amando como se ainda estivéssemos no começo do namoro.

Falando nele, meu amor entra na cozinha usando um de seus ternos azul marinho, esse homem de terno é um espetáculo, um verdadeiro colírio para os olhos.

— Estão fazendo uma festa aqui? — ele pergunta.

— Pizza para a gravidinha. — digo e ele me dá um selinho.

— Vou tomar um banho e volto para ajudar.

— Ok.

— Não quer vir tomar banho comigo? — ele pergunta.

— Quero! Mas não posso, estou ajudando aqui e meu pai não iria gostar de nós dois fugirmos para tr*nsar. — sussurro em seu ouvido.

— Mais tarde você não me escapa. — ele sussurra de volta, me dá outro selinho e sai da cozinha.

E como eu fico? Em chamas e molhada, morrendo de vontade de ir "tomar banho" com ele.

Após todos os recheios prontos e as massas pré assadas, começamos a montagem.

— Vai querer de qual sabor princesa? — meu pai pergunta para a Laura.

— De frango, com bastante mussarela e requeijão cremoso, ovo e muita azeitona.

— É desejo! — meu pai e minha mãe dizem juntos e sorriem.

Meu pai monta a pizza da grávida e entrega para ela, os olhos dela chegam a brilhar.

— Eca Laura! — digo quando ela enche tudo de mostarda, maionese, ketchup e molho de alho.

— Está uma delícia, prova aqui.

— Misericórdia! Muito obrigada, quero não. — digo e isso está embrulhando meu estômago.

— Quer um suquinho filha? — minha mãe pergunta para Laura.

— Quero sim mamãe, obrigada. — ela responde e segue comendo sua pizza estranha.

Logo Ruan volta e depois chegam Lucas e Gabriel.

Meu pai tem muito ciúmes de nós, mas faz de tudo para nos ver felizes, pois nossos namorados estão morando aqui já que não podemos sair para ficar com eles. No fundo meu pai só quer nossa felicidade.

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