Capítulo 08

Com a ajuda da moça do RH do escritório, consegui o endereço da loira do mal e estou indo nesse momento na casa dela, em pleno sábado às 8:00 horas da manhã, junto com Laura e Letícia.

Não fui dormir com Ruan essa noite justamente para poder vir atrás dessa ratazana destruidora de lares, uma coisa é mexer comigo, outra muito diferente é mexer com meus pais, aí ela pegou muito pesado.

Deixei minha mãe sendo cuidada pela tia Liz, minha avó Maria, Clara e Cecília.

Arrastamos Lucas conosco, pois ninguém pode saber que estamos aqui, essa é uma das vantagens do boy da Lelê ser da segurança.

— Se o pai de vocês sonha que eu estou fazendo isso, eu perco meu emprego. — Lucas diz.

— Perde nada Luquinhas. — Letícia diz e dá um selinho nele que sorri para ela.

Esses dois estão tão apaixonados que dá para sentir só de olhar.

— Vocês três são completamente loucas. — ele diz.

— São nossos pais! Jamais vamos deixar isso impune. — Laura diz.

— Aquela cretina vai ter que dizer que é mentira! Eu mesma vou arrancar aquelas cabelos loiros falsos dela! — digo.

— É aqui. — Lucas diz parando o carro.

Descemos do carro e eu toco a campainha e ninguém abre.

Toco várias e várias vezes e nada.

— Parece que não tem ninguém. — Lucas diz.

— Eu não acredito que aquela cretina fez isso e sumiu! — digo.

— Aí que ódio! — Laura diz.

— Eu não acredito que a mamãe e o papai vão se separar de verdade! — Letícia diz já chorando.

— A mamãe é muito ciumenta, se fosse ao contrário, talvez o papai a escutasse e acreditasse nela. — Laura diz. — Por isso eu não dou passagem pra essas coisas, ciúme para mim é algo que não existe.

— Eu também tenho ciúmes, não vou mentir, e era justamente dessa loira falsa. — digo.

— Eu tenho ciúmes na medida também. — Letícia diz e pisca para Lucas.

Esses dois!

— Lucas é um grande ciumento. — Letícia diz.

— Você que provoca. — ele diz.

— E agora o que vamos fazer? Vamos assistir nosso pais se separarem sem fazer nada? — pergunto.

— Conhecendo a mamãe, é exatamente isso que vai acontecer, eles vão se divorciar. — Laura diz.

Meu celular começa a tocar na bolsa, é Ruan.

—Oi amor.

— Oi, minha princesa.

— Aconteceu alguma coisa?

— Seu pai está parado em frente a casa de vocês, gritando pela sua mãe, e está cheio de paparazzis.

— Droga!

— Você pode abrir a porta para nós, já que os seguranças não abriram.

— Não estou em casa amor.

— E onde está uma hora dessas?

— Chegando aí eu te explico.

— Ok, mas vem logo, seu pai está chamando muita atenção.

— Estou indo. — encerro a chamada.

— Vamos para casa, papai está fazendo maior show em frente de casa.

Entramos no carro e Lucas dirige até nossa casa onde encontro o circo armado.

Meu pai gritando no portão e vários paparazzis tirando fotos e fazendo perguntas.

— Abram o portão! — Laura diz.

— Sua mãe disse...

— Eu sei o que ela disse! Abra!

— Senhorita Laura...

— Abra o portão!

Ele abre o portão e nós todos entramos, meu pai está com os olhos inchados de tanto chorar, é triste ver meu pai assim, ainda mais quando temos quase certeza que aquela cretina dopou ele. O ruim é a incerteza se ele ficou ou não com ela, vai que ele ficou alucinando e acabou ficando com ela, vai saber!

— Obrigado por me deixar entrar Lalá! Sua mãe está me tratando pior do que um cachorro, quase vinte e dois anos de casamento e ela não me deixa entrar na minha própria casa.

— A casa é dela papai. — Laura diz.

— Eu sabia que ia ficar contra mim!

— Não estou contra papai, mas o senhor tem que dar tempo a ela. E que coisa feia ficar armando escândalo em frente de casa, já basta suas fotos circulando pela internet, agora isso.

— Não briga comigo Lalá! Desculpa.

— Desculpa, nada papai! Como o senhor vai cair em uma coisa assim? Um homem experiente e vivido!

— Não sei filha.

Passamos todos pela a porta e encontramos minhas mãe sentada no sofá da sala bebendo um chá, minha avó Maria sentada perto dela, tia Liz brincando com as três crianças dela e com Davi e Noah, os dois correm para abraçar meu pai, esses meninos são loucos por ele e nosso pai também por eles.

— Oi papai. — Davi diz. — Estava com saudade.

— O papai também garotão.

— Eu também estava. — Noah diz.

— O papai também sentiu muita saudade.

— Vamos trocar de roupa para ir para a piscina? Tio Bê está chegando e tia Bella também vem com os priminhos e tio Raul. — tia Liz se apressa para tirar as crianças da sala, principalmente Davi e Noah.

— Quem te deixou entrar, Caio? — minha mãe pergunta

— Eu mamãe. — Laura diz.

— Está do lado dele, Laura?

— Não estou do lado de ninguém mamãe, amo os dois igualmente, são meus pais e são pais incríveis, então não estou do lado de ninguém! Apenas quero que se resolvam e parem de brigar.

— Seu pai me traiu Laura!

— Eu mais do que ninguém sei como é isso, sei exatamente como está as sentindo, mas mamãe, meu pai nem se compara com aquele embuste do meu ex, meu pai é incrível mamãe e a senhora também é. É uma dádiva ser filha de vocês. Nem imaginam como é para mim ver vocês dois brigando. — Laura diz.

— Seu pai me trai, sai fotos da b*nda dele em todas as redes sociais, fotos dela agarrada ele. Você quer o quê Anna Laura?

— Eu quero que sejam razoáveis e parem de brigar e ajam como dois adultos e que resolvam seus problemas sem gritos e agressões.

— Eu não tenho nada para conversar com esse homem!

— Esse homem é seu marido, mamãe, pai dos seus filhos, seu companheiro há quase vinte e dois anos. — Laura diz.

— Se serve de consolo, nós fomos procurar ela na casa dela e olhem só que surpresa, ela não está lá. — digo.

— Não deveriam ter feito isso, não sabemos do que as pessoas são capazes. — meu pai diz.

— Eu sei usar uma arma. — Laura mostra a pistola na cintura, nem sabia que essa doida estava armada.

Nós três sabemos atirar, nosso pai nos ensinou.

— Me dê essa arma! — meu pai pede.

— Papai eu atiro melhor do que alguns de seus seguranças. — ela diz orgulhosa e pior que é verdade, Laura atira muito bem.

— Eu sei princesa, mas não deve ficar com isso por ai, dê pro papai. — ela entrega a arma ao meu pai e ele entrega ao segurança.

— Eu vou falar uma coisa mamãe, aquela loira armou feio pro papai. — digo. — Eu acho que ela tem algum problema com nossa família, ela queria só uma brecha para entrar, o alvo dela a princípio era o Ruan, até vimos ela com ele no dia da inauguração da boate do Danilo. — minha mãe me olha atentamente. — Mas aí Ruan e eu voltamos aquele dia e ele se afastou dela, até que assumimos isso publicamente, ela andou uma vez ou outra falando uma besteiras para mim e eu acho que ela vazou essas fotos porque eu disse umas verdades pra ela, acho que fez isso para se vingar e agora sumiu.

— Está vendo vida, ouça sua filha. — meu pai diz e o semblante da minha mãe suaviza um pouco.

— Quem me garante que você não fez nada?

— Eu não posso garantir, mas eu peço que ao menos me dê o benefício da dúvida. Raquel, você sabe o quanto eu te amo, não precisa duvidar do meu amor por você. Posso te contar algo que nunca te contei.

— Mais uma mentira! E essa é de anos, vai Caio conta logo.

— Há muito tempo atrás, no dia em que descobri a traição da Bárbara, eu estava indo para casa e passei em frente a uma boate e entrei, queria achar alguém para ficar, entrei, sentei e vi uma mulher de costas e ela me chamou atenção, tapem os ouvidos filhas... — nós sorrimos. — Precisamente a b*nda dela me chamou atenção, muito bonita! Quando ela se virou, aí que eu vi beleza mesmo, lábios bonitos e os olhos... Ah! Os olhos eram lindos, de uma cor diferente, o único defeito dela é que estava acompanhada, mas mesmo assim eu ofereci uma bebida enquanto o otário que estava com ela saiu, pedi ao garçom para levar e oferecer a bebida para ela em meu nome e ela aceitou e sorrio para mim, e que sorriso... Mas ela deu um sorriso muito mais bonito para o otário que estava com ela, depois ela foi embora e eu decidi ir embora também, naquela noite eu queria a loirinha, mas como ela não estava disponível eu fui embora. Passei alguns dias indo naquela boate, mas nunca mais encontrei a loirinha, mas o destino preparou tudo e um ano depois você caiu de paraquedas no meu escritório, como minha estagiária, te reconheci na mesma hora, mas você não se lembrou de mim. Então amor, o que quero dizer com tudo isso, é que eu gostei de você desde o primeiro momento em que te vi, só lutei muito contra isso. — minha mãe olha para ele surpresa.

Tanto eu quanto minhas irmãs estamos encantadas com a estória, principalmente Letícia, que é a mais romântica de nós três.

— Então amor, eu não jogaria nosso casamento fora por nenhuma mulher e nem por nada nesse mundo. Eu não posso afirmar com certeza que não fiz nada, infelizmente, mas eu posso te garantir que se eu estivesse em minha sã consciência jamais faria algo assim com você.

— E se tiver feito?

— Se eu tiver feito, não foi em minha consciência, não era eu! Se eu ao menos me lembrasse, mas eu não lembro de nada. Será que eu não mereço esse voto de confiança amor? São quase vinte e dois anos de casamento. Me dê essa chance, por favor? Minha vida é uma droga sem você, eu não vou suportar ficar longe de você amor, essa noite não dormi, não como desde ontem.

— Seu estômago Caio. — minha mãe diz, preocupada com ele.

— Pouco importa isso, essa dor é pequena diante da que estou sentindo com sua rejeição, não há dor maior que essa.

— Você precisa se cuidar, é pai de sete, as meninas já são adultas, mas Davi e Noah são crianças ainda, precisam de você, aqueles meninos te amam Caio.

— E você, amor, me ama?

— Óbvio que eu amo Caio, ninguém deixa de amar de um dia para o outro.

— Me perdoa.

— Olha nós vamos deixar vocês conversando em paz, mas nada de violência viu mamãe. — Laura diz.

— Melhor vocês irem para o quarto de vocês. — Letícia diz.

— Vem amor? — meu pai estende a mão para ela e minha vó olha para ele, ela não disse uma palavra até agora. — Eu não fiz nada dona Maria, eu não lembro, me desculpe.

— Não faça minha filha sofrer Caio, gosto muito de você, como se fosse um filho, mas eu sempre vou ficar do lado dela.

— Eu sei, não esperava menos da senhora.

— Vão conversar. — ela diz.

— Vó? — Laura chama minha avó.

— Oi Lalá?

— Faz bolo?

— Faço sim meu amor.

Vamos para a cozinha seguindo minha avó para babar ela, enquanto faz bolo para nós. O bolo de chocolate dela é o melhor.

— A mãe do Lucas faz um bolo parecido com o seu vó, só que não tem calda, pode me dar a receita para eu dar para ela? — Letícia diz.

— Claro, depois te dou.

— Obrigada vó. — ela diz.

Nossa avó prepara o bolo e nós ficamos tagarelando ao redor dela, amo quando minha vozinha está aqui.

Espero que meus pais se acertem, não gosto nem de pensar nos dois separados.

Uma hora essa verdade vai aparecer e quando isso acontecer eu mesma vou arrancar os cabelos daquela loira do mal.

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