Adelaide
Diante das suas palavras e do seu toque, sinto-me inerte, sem saber como reagir. Neste momento, a única coisa que consigo fazer é clamar a Deus. Minha voz sai trêmula entre lágrimas, enquanto digo:
— Meu Deus, proteja-me, Senhor. Livrai-me de todo mal, livra-me deste cativeiro, Senhor.
A fragilidade da minha voz contrasta com a intensidade da minha súplica, enquanto minhas mãos tremem em desespero. Imploro a Deus por proteção, ansiando por libertação deste cativeiro opressivo. As lágrimas escorrem pelo meu rosto, enquanto minha alma clama por uma intervenção divina, uma luz que dissipe as trevas que me cercam.
A voz de Dominic irrompe no silêncio da cabana, como um trovão que corta o ar pesado e carregado de tensão. Suas palavras são um golpe em meu coração já abalado, uma frieza que penetra até a alma.
— Acha mesmo que rezando você se livrará de mim? — Ele lança sua pergunta como um desafio, sua voz ecoando pelas paredes da cabana. — Me diga, seu Deus te respondeu? Não, não é?... Ele nunca responde.
As palavras dele reverberam em meus ouvidos, cortantes como lâminas afiadas, enquanto a sensação de desamparo me envolve como um manto sombrio. A sensação de desespero me domina, como um abismo sem fundo se abrindo sob meus pés. Sinto-me como uma presa encurralada, sem esperança de escapar das garras desse homem implacável.
Dominic observa minha agonia com um sorriso torto, como se estivesse se deleitando com meu sofrimento. Seus olhos frios penetram em mim, tirando qualquer ilusão de segurança ou liberdade.
— Você é minha agora, Adelaide, ainda não percebeu? Não há escapatória. — Sua voz é um sussurro sinistro, ecoando como um veredicto irrevogável. — E não adianta recorrer ao seu Deus. Ele não virá te salvar. Eu sou seu destino, seu único destino.
A cada palavra, sinto-me afundando ainda mais na escuridão, presa em um pesadelo do qual não consigo acordar. Sua risada ecoa sinistra na cabana, preenchendo o espaço com uma aura de ameaça. Seu olhar penetra o âmago da minha alma, e eu sinto um calafrio percorrer minha espinha.
— Na verdade, Adelaide — ele continua, sua voz carregada de ironia —, acho que devo agradecer ao seu Deus, não é mesmo? Ele te enviou até mim. Enviou seu anjo diretamente para os braços do diabo.
Cada palavra que ele profere é como uma punhalada no peito, aumentando minha sensação de desamparo e desespero. Percebo que estou diante de um homem sem escrúpulos, um verdadeiro predador que se deleita com o sofrimento alheio.
Mas então, minhas palavras saem impulsionadas por uma força interior que eu mesma desconhecia. Encaro-o com firmeza, desafiando-o com meu olhar.
— Não brinque com Deus, seu demônio — declaro, minhas palavras carregadas de uma convicção que me surpreende. — Acha que conhece os planos dele? O poder que você julga ter, diante dele não é nada. E quando ele decreta algo, até o diabo obedece.
Apesar do medo que ainda ecoa em meu peito, sinto uma chama de determinação se acender dentro de mim. Não posso me curvar ao terror que ele tenta me impor. Ao ouvir minha resposta, um lampejo de surpresa atravessa o semblante de Dominic, mas logo é substituído por uma expressão de desdém.
— Você é mais corajosa do que aparenta, Adelaide. Mas saiba que aqui, neste mundo, o poder é exercido pelos que o possuem. E neste momento, o poder está em minhas mãos — ele retruca, sua voz carregada de autoridade e soberba.
Apesar da bravura que tento manter, sinto uma onda de incerteza me invadir. Dominic não é um inimigo a ser subestimado, e sua presença imponente parece obscurecer qualquer esperança de libertação.
Enquanto me afasto do seu toque, sussurro:
— Por que está fazendo isso? Mal nos conhecemos... Fui sequestrada por engano. Por favor, deixe-me ir.
Ele estreita os olhos, como se ponderasse minhas palavras por um breve momento. Então, se aproximando novamente, sua expressão é séria e impiedosa, enquanto diz:
— Você não entende, Adelaide. Ninguém sai facilmente da minha família. E agora você é minha responsabilidade.
Envoltando-me em lágrimas compulsivas, abraço-me num gesto de proteção e murmuro:
— Nesse caso, prefiro que me mate.
Ele ergue uma sobrancelha, como se ponderasse minha sugestão por um momento. Seu olhar frio parece penetrar minha alma, avaliando cada nuance da minha expressão.
— Matar seria fácil demais, Adelaide. Eu prefiro que você viva, que sinta cada momento de submissão e controle. Você é minha esposa, minha propriedade. E, como minha propriedade, aprenderá a obedecer — ele responde, sua voz carregada de autoridade e determinação.
Dominic me encara intensamente por um momento que parece se prolongar além do tempo, suas palavras ecoando em minha mente como um som distante. Num movimento brusco, ele vira-se e deixa a cabana, deixando-me sozinha com meus pensamentos tumultuados e o vazio que sua presença deixou para trás.
O som da porta batendo reverbera no ambiente, ecoando como um golpe final, isolando-me ainda mais nesta atmosfera de desespero e incerteza. Envolta pelo silêncio opressivo, sinto-me perdida em meio ao caos que me cerca, sem saber o que o futuro reserva para mim.
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Atualizado até capítulo 97
Comments
Maria Lacerda
vai virá um cachorrinho lambendo os dela /Drool/
2024-10-05
3
Amélia Rabelo
eita
2024-09-27
0
Bred
uau!/Blush/
2024-06-29
3