Adelaide
Casamento? Suas palavras caem sobre mim como uma sentença, e o peso do que ele acabou de dizer me atinge como um soco no estômago. Me encontro aterrorizada diante desse homem. Sua presença é intimidadora, e embora seus traços sejam marcados por uma beleza indiscutível, há algo sinistro em seu olhar que me deixa gelada. É como se estivesse encarando o próprio mal em pessoa.
Enquanto tento conter o tremor em minhas mãos, ele permanece impassível, como se minha angústia não fosse nada além de uma distração insignificante. Me sinto completamente perdida, como se tivesse sido arrastada para o meio de um pesadelo.
— Eu só quero voltar para casa, senhor. Onde estou? O que está acontecendo? — Minhas palavras saem trêmulas, ecoando meu desespero enquanto imploro por respostas que talvez ele não queira me dar.
Ele continua observando minha agonia com uma frieza perturbadora, como se minha aflição fosse apenas uma peça de teatro que ele assiste sem se importar com o desfecho. Meus pensamentos se embolam em meio ao medo, e uma sensação de desamparo toma conta de mim.
— Por favor, senhor, me diga o que está acontecendo. Eu não deveria estar aqui. — Minha voz vacila, mas insisto em buscar uma resposta que me traga algum alívio, mesmo que seja apenas momentâneo.
Mas ele não cede, seus olhos penetrantes sondando os meus como se estivesse lendo meus pensamentos mais profundos. Eu me sinto encurralada, presa em uma teia de intrigas da qual não sei como escapar.
Ele se aproxima ainda mais de mim, sua imponência me faz sentir como um animal acuado diante de um predador. Seus dedos frios seguram meu queixo, virando minha cabeça de um lado para o outro como se estivesse avaliando um objeto.
— Você é bonita, Adelaide. Ingênua também. — Sua voz é calma, mas carrega uma ameaça velada que faz meu coração disparar ainda mais. — Será perfeita para ser a mãe dos meus filhos. Irei te disciplinar. Nos casaremos amanhã.
Disciplina? A ideia parece absurda e assustadora ao mesmo tempo, e percebo que estou enredada em algo muito maior do que jamais poderia imaginar. Tomada por um misto avassalador de desespero, raiva e fúria, reúno toda a coragem que consigo encontrar e, sem hesitar, libero um cuspe cheio de repulsa em sua face.
— Jamais me casarei com você! Eu nem sequer o conheço! Estou aqui contra minha vontade. Me deixe ir embora! — Grito, minhas palavras carregadas de determinação e desespero ecoam na sala.
No entanto, minha tentativa de fuga é rapidamente interrompida quando chego à porta e me deparo com a barreira impenetrável de seus seguranças bloqueando a saída. Recuo em desespero, minha respiração irregular ecoando no silêncio tenso da sala. Em um movimento brusco, meus passos cambaleantes me levam a colidir com algo sólido e imponente. Ao me virar, encontro seu olhar gelado fitando-me, enquanto ele limpa calmamente o cuspe de seu rosto com um lenço, emitindo uma risada desdenhosa.
— Voe, passarinha. Está livre para ir. — Ele diz com um tom sinistro que me arrepia até os ossos, enquanto seus capangas afastam-se da porta.
Mas minha mente está mergulhada em pânico quando percebo que, mesmo com a aparente oportunidade de escapar, não consigo sair daqui sozinha. Desamparada, expresso minha angústia:
— Não consigo sair sozinha... Eu não falo a língua... Não sei onde estou...
Em resposta, sua voz calma ressoa no ar, mas a serenidade que transmite envolve um temor mais profundo:
— Você pertence a mim agora. Ainda não entendeu?
Diante da assustadora confirmação de que estava verdadeiramente aprisionada por ele, sinto uma onda de desespero e impotência me inundar. As palavras dele ecoam em minha mente como um sinistro lembrete de minha condição, enquanto tento assimilar a terrível realidade que se desenrola diante de mim.
— Não... — Sussurro, minha voz tremendo com o peso do medo e da incerteza. — Por favor, deixe-me ir... Eu não pertenço a você...
Mas minhas súplicas caem em ouvidos surdos, enquanto ele mantém seu olhar penetrante sobre mim, seu domínio sobre a situação inabalável. Em um gesto de desespero, dou um passo para trás, minhas pernas tremendo sob o peso do medo avassalador que me consome.
— Eu... Eu quero ir embora... — Murmuro, minhas palavras quase perdidas no ar tenso da sala. Entretanto, mesmo diante de minha angústia palpável, ele permanece impassível, sua expressão fria e calculista revelando uma determinação sombria.
E é então que a cruel realidade de minha situação se instala em meu coração, deixando-me envolta em um vórtice de desespero e desamparo. Eu não tenho escolha, não tenho controle sobre meu destino. Eu pertenço a ele, presa em seu mundo sombrio e implacável.
Frente ao abismo de desespero que se abre, sinto-me consumida pela vertigem da realidade brutal que se impõe. Cada passo é dado com tremor, minhas pernas quase cedendo sob o peso avassalador do medo e da incerteza. Ajoelhando-me diante dele, minhas palavras brotam em um murmúrio trêmulo, impregnado de desespero e súplica.
Com voz trêmula e olhos marejados, imploro em um suspiro de esperança:
— Por favor, senhor... Imploro-lhe... Pelo amor de Deus, não faça isso comigo. Pela santidade de tudo o que é sagrado, rogo-lhe, tenha misericórdia de mim.
Cada palavra transporta o peso de uma súplica desesperada, enquanto minha alma luta contra a escuridão que ameaça consumi-la por completo. Neste momento de angústia, busco desesperadamente uma centelha de humanidade em seus olhos impiedosos, ansiando por qualquer lampejo de compaixão.
Seu olhar penetrante corta minha alma com a frieza de uma lâmina afiada. Suas palavras, impregnadas de autoridade e desdém, ecoam como um veredito cruel sobre meu destino.
— Você não tem escolha. Acha que me importo com sentimentalismo? Acha que um homem como eu tem coração? Eu não peço o que quero, Adelaide, eu tomo. E amanhã de manhã, seremos marido e mulher. Até lá, aceite seu papel como minha futura esposa.
Com essas palavras gélidas, ele se retira da sala, deixando-me sozinha com meus pensamentos tumultuados e o vazio opressivo que preenche o ambiente. O som da porta se fechando ecoa como um golpe final, aprisionando-me na solidão gelada desta sala fria e mal iluminada.
Enquanto o desespero e o medo me consomem, busco refúgio em minhas preces, clamando pela intervenção divina que possa me libertar das garras cruéis do destino que se desenha diante de mim. Em meio à escuridão que ameaça me engolir, ergo minhas súplicas aos céus, implorando por um raio de luz que possa guiar-me para fora deste abismo sombrio.
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Atualizado até capítulo 97
Comments
Sandra Maria Silva
ela não merecia isso é uma menina de bom coração que só ajuda o próximo
2024-07-11
3
Tânia Silva
Ela vai amansar esse homem!
2024-10-10
1
Amélia Rabelo
ele vai usar a menina como bem quiser
2024-09-27
0