CAPÍTULO 17

Guilherme Matos estava envergonhado por ter pedido ela em casamento sem ter certeza se realmente queria que fosse ela, mas não tinha como voltar atrás, ainda mais que ele era um homem de palavra para assumir a sua responsabilidade, precisava decidir porque tinha que ser ela? Era um homem sem rodeios e ia direto ao assunto. E para não alongar muito aquela conversa tentou ser mais objetivo possível.

— Não era minha intenção te pedir em casamento, mas surgiu um negócio que eu não posso perder. É um contrato bilionário com países árabes e eles exigiram que quando eu fosse para fechar contrato levasse a minha esposa, não sei se você sabe, mas eu sou solteiro ainda, não me casei. Então eu preciso conseguir uma esposa pelo menos por uns seis meses depois do contrato fechado e aí sim você pode fazer o que você quiser na sua vida. Podemos fazer o contrato e você poderá viajar pelo mundo conhecendo novos lugares e novos países. Eu pagarei quatro vezes mais do que você ganha como secretária? — Era uma proposta tentadora, o salário como secretária já era bom, um dos melhores que ela já ouviu falar que pagam em outras empresas.

Ela tinha um porém, e Guilherme Matos precisava saber, ela tinha uma filha de 4 anos que por coincidência do destino nem ela e nem ele sabiam que era filha dele.

— Senhor, eu gostaria muito de poder aceitar, mas não vou poder aceitar!

— Desculpe-me, não sabia que era casada! Eu acho que me precipitei!?

— Acontece que, eu não sou casada e nem namorado tenho, o que acontece que sou mãe solteira, tenho uma filha de quatro anos. Guilherme ficou espantado, pensando em silêncio. “Como pode uma mulher linda como essa não ter namorado?”.

— Você disse que tem uma filha de quatro anos, e que não tem namorado?

— Sim, senhor! — Guilherme Matos mais uma vez ficou surpreso, ainda se perguntando. “Como uma mulher de classe elegância linda está solteira e sem namorado e além do mais o currículo invejável?”

E aquelas pernas tirando o sossego, de repente um desejo tomou conta dele que foi difícil segurar a vontade de chamar ela para sair.

— Você mora com quem? Tem parente, tipo mãe ou pai?

— Moro com a minha tia!

— O que ela faz da vida? — Jaqueline teve que segurar a língua, porque se existia uma coisa que ela odiava era quando ficavam perguntando muito sobre sua vida. Lembrou das palavras de sua amiga Joaquina. E se deu conta que ele estava no direito dele perguntar.

— Minha tia é aposentada, ela não trabalha, senhor!

— Ótimo!

— Como assim, ótimo?

— Que tal um milhão de dólares para ser minha família de mentirinha?

— Como assim? — Perguntou Jaqueline espantada.

— É isso mesmo que você ouviu. — Para convencer os árabes a fazer negócio preciso fingir que tenho uma família que tem uma esposa e sua filha será como se fosse minha filha, pelo menos por 6 meses. Depois você faz o que quiser da sua vida.

— É muito dinheiro, senhor. Isso inclui ser sua submissa também?

— Não, é só fingir que é minha esposa! Eu vou imprimir o contrato e você lê com atenção, e aí decidi se quer aceitar ou não, caso não quiser vou procurar outra pessoa que com certeza não vai se negar! — Sem entender porque Jaqueline sentiu se desapontada quando ele dissera que vai procurar outra pessoa, ela não gostou nada disso, se sentiu excluída, sentiu raiva de si mesma porque estava fazendo um joguinho, sentiu raiva por pensar que estava sendo egoísta não pensando no bem estar da sua filha e da sua tia que pagava aluguel e que aposentadoria era um salário mínimo, sentiu vontade de se explodir.

— Eu vou analisar com carinho, a única coisa que eu não aceitarei se for a me submeter a humilhações e violência doméstica.

— Guilherme Matos riu.

Imagina se vou colocar em risco a minha reputação de empresário. Você vai ter um tratamento de rainha. — Jaqueline riu. — Hum!

— Não sei se é uma boa ideia! Me desculpa, eu acho que estou exagerando!

— Sem problemas, eu vou imprimir o contrato e assim que ele tiver pronto vou pedir para você ler com carinho, por enquanto é só isso, pode voltar ao trabalho.

— Sim, senhor, com licença. — Jaqueline voltou para sua sala ainda tonta com o que estava acontecendo na sua vida. Estava difícil se concentrar após ter recebido a proposta de casamento por seis meses, sendo esposa de um homem milionário. Nunca quis se casar e nunca pensou nessa possibilidade, amava a sua liberdade, sabia que cedo ou tarde ela ia querer encontrar o homem da sua vida e dar um lar para sua filha, ou quem sabe ainda tinha esperança de encontrar o verdadeiro pai de sua filha. Mesmo sabendo que seria quase impossível saber por onde ele andava. Jaqueline amava a liberdade, mas também sabia que não ia ficar solteira para sempre.

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