CAPÍTULO 9

Guilherme Matos estava pensando seriamente em se despedir das noitadas, quis fazer mais uma festa, só não sabia como seria. Queria se despedir em grande estilo. Então ele lembrou que quando foi para São Paulo e lá foi que conheceu alguém especial que marcou a sua vida para sempre, ela seguidamente surgia em seus pensamentos. Queria entender porque ela marcou tanto a sua vida? Quando na verdade era um homem cercado por lindas mulheres, mas que apenas satisfaziam o seu ego e sua vaidade. E essa garota deixou marcas profundas em seu coração e em sua mente, uma garota linda de cabelos castanhos claros, olhos verdes, lábios carnudos e um olhar sereno. Embora naquela noite não dava para saber quantos anos ela tinha porque na verdade era um uma festa de formatura da qual ele foi convidado por um dos seus amigos. E todos estavam de máscara que cobria o rosto e somente dava para ver os lábios e os olhos, mesmo assim aquele olhar da jovem que segundo dissera que se chamava Renata. Ela não queria envolvimento sério com ninguém pelo que ela havia falado para ele.

— Porque você não quer se envolver com homem algum?

— Porque tive muitos problemas com homem.

— E desculpa a pergunta, eles te magoaram? — Ela deu uma gargalhada gostosa que deixou ele enfeitiçado.

— Porque está rindo?

— Por nada, mas respondendo a sua pergunta. Na verdade ninguém me magoou e sim fui eu que magoei muitos.

— Como assim? Você traiu ou mentiu? Ela deu mais uma gargalhada.

— Desculpa, é que os homens são tão engraçados!

— Porque é engraçado?

— Porque mentir e enganar e magoar, é para os fracos, eu já não sou esse tipo de mulher que precisa mentir para magoar alguém!

— Como assim? Não entendo aonde quer chegar, porque pelo que sei a maioria das mulheres sofrem quando são enganadas ou abandonadas por um homem?

— De fato! Não é meu caso, sou uma mulher livre e desimpedida que não me prendo a homem algum, só que a maioria dos homens não aceitam uma mulher que não quer nada com eles, e eles se sentem desafiados, às vezes para satisfazer os caprichos do ego tornam se vitimas da própria obsessão. E a maioria das mulheres que não sabem disso acabam acreditando que realmente eles estão apaixonados por elas, mas na verdade elas estão se iludindo, e acabam aceitando aquele amor quando na verdade nunca foi amor como elas imaginam e sim uma obsessão.

— Guilherme estava encantado com o que estava ouvindo de uma jovem linda e determinada com tanta personalidade e inteligência. Ele não queria admitir, mas estava convencido que ela estava certa, até porque ele estava se sentindo desafiado por ela. Mas não estava interessado em fazer joguinhos de sedução. O que ele queria mesmo era conquistar a garota que mexeu muito com ele. Ela era diferente de todas as que ele conheceu na sua vida, e não foi só por causa da beleza da jovem que chamou atenção, e sim a forma como ela encarava a vida sem se fazer de vítima como ele já conheceu.

Os dois estavam de máscaras e não faziam idéia de quem era quem, e nem sabiam da onde surgiu, ele apenas estava na cidade de São Paulo a negócios e nessa ocasião foi convidado por um amigo a participar de uma festa de mascaras na formatura do amigo, e foi aí que ele conheceu a misteriosa jovem, ficaram juntos a noite inteira dançando e bebendo e trocando idéias e quando viram estavam em um motel.

E para Guilherme Matos tudo não passava de uma aventura, ao voltar para Porto Alegre não tirava ela da sua cabeça um minuto, estava se achando estranho porque nunca sentiu algo tão poderoso como estava sentindo. Um sentimento forte que não tinha coragem de contar para ninguém.

Tudo porque não admitia hipótese alguma estar apaixonado. Apaixonado? Essa palavra era proibida no seu vocabulário, o que os amigos iam pensar dele se soubessem que ele estava apaixonado por uma garota que ele nunca viu na vida, mas que marcou para sempre. E ele esses anos todos fazendo festas saindo com umas e outras e tendo todos os tipos de mulheres na sua coleção de conquistas, mas somente aquela garota que se quer deu o nome dela e muito menos o número do telefone e nem disse o que fazia. Assim como ele também fazia. Saia com uma mulher seduzia e transava depois dispensava como uma qualquer sem remorso algum, e se vendo com aquela garota dizendo que nenhum o homem fez ela sofrer e sim era ela que fazia eles sofrer por ela ser sincera e direta quando dizia que não queria compromisso, e seu lema era passar uma noite sentir prazer e depois me esqueça. E para homens machistas e conquistadores era como se uma bomba estivesse caindo em seus ouvidos, atingindo o ego violentamente deixando eles perdidamente apaixonados correndo atrás dela como cãozinho de estimação. E quanto mais ela o desprezava, mais eles corriam atrás.

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