CAPÍTULO 4

Joaquina estava ansiosa para fazer sua mudança para Santa Catarina que ela sempre sonhou em conhecer, principalmente as belas praias de Florianópolis.

Jaqueline por sua vez não entendia porque queria sair de uma cidade tão linda e hospitaleira como era Gramado.

— Me desculpa eu perguntar, porque não gosta dessa cidade tão maravilhosa como essa cidade de Gramado?

— Sinceramente eu nunca quis sair dessa cidade, mas também tive vontade de conhecer outras cidades, principalmente Florianópolis, que se diz que é muito linda e que tem muitas praias lindas. E mudar um pouco de ambiente não faz mal a ninguém.

— É verdade, nisso eu concordo.

— Pelo jeito você também não é daqui?

— Como você sabe? — Bradou Jaqueline observando Joaquina falar.

— Não sei se você sabe, mas eu tenho 35 anos de vida e já conheci muita gente que vem de fora de todos os cantos desse país. E todas elas chegam aqui e se encantam pelo lugar, tanto os turistas como quem vem para morar em definitivo.

— Está tão evidente assim?

— E como está! — Riso.

— Tem coisas que eu não quero falar por enquanto, apenas quero trabalhar e me adaptar a essa empresa que finalmente estou no lugar certo, e quero crescer dentro dela.

— Gostei de ver, é assim que se fala, vendo você falar assim, senti firmeza e acredito que o CEO vai gostar de você.

— Você acha?

— Com certeza, ele é um homem que presta atenção em seus funcionários e sabe valorizar o esforço de todos, é por isso que tem prêmios para funcionário padrão para aqueles que se desempenham melhor.

— Jaqueline ao mesmo tempo que estava encantada com a possibilidade de colocar sua filha na escolinha patrocinada pela própria empresa que ela estava trabalhando, deixando ela ansiosa, embora ela ainda precisasse passar pelo período de contrato de três meses para adquirir experiência. E seu maior desafio era segurar a língua e a curiosidade e não dar mais ouvidos para suas colegas fofoqueiras que gostavam de fazer fofoca em todos os setores da empresa.

Ela estava aprendendo a lição de casa ouvindo os conselhos de Joaquina que estava eufórica com a mudança, mesmo gostando de trabalhar onde estava há cinco anos, e Jaqueline pressentia que ela poderia se arrepender. E para isso ela tinha que esquecer disso e se concentrar no seu emprego e mostrar serviço.

Não era apenas um sonho, e sim a necessidade de agarrar aquela oportunidade com unhas e dentes. E esquecer as loucuras do passado que trouxe muita dor de cabeça. Suas aventuras trouxeram muitas confusões como por exemplo, um determinado homem barra pesada que tinha uma obsessão por ela. Ela gostava de brincar com fogo e seduzir e depois caia fora com a maior normalidade, Jaqueline sempre foi assim livre e solta de não se prender a ninguém. Não estava nem aí para as opiniões alheias ao que ela fazia ou deixava de fazer.

Sua personalidade era assim e nada faria ela mudar de ideia. Ela sempre deixou claro para todos os homens que se envolveram com ela.

— Sou uma mulher livre, entretanto não se apaixone por mim!

— E porque não? — Era esses questionamentos que eles faziam. "E porque não?".

— Porque não sou mulher de me prender a ninguém, amo a minha liberdade de viver e pensar. A única satisfação que eu tenho a dar é para minha família. E dos meus erros eu mesma assumo.

— Nossa! Você é fria!

— Não sou fria, sou apaixonada pela vida e as coisas que me dão prazer de viver, e me perdoe se estou sendo sincera, na vida existem outras prioridades do que homem. Quando uma mulher coloca um homem como prioridade na vida, ela se torna uma escrava, fecha a porta para outras oportunidades de ser feliz como ela merece, ela fecha porta para a felicidade. A vida é uma só, mas os contextos são muitos, é você que deve escolher para saber o que é bom ou ruim.

— Pensando assim, ela deixava os homens hipnotizados lançando um desafio despertando o ego e a vaidade. Para os homens que se envolviam com ela, se sentiam desafiados a conquistar, e faziam de tudo para atingirem seus objetivos de conquistar ela. E quando eles percebiam que o resultado era negativo estavam completamente apaixonados por ela, e numa dessas, um deles foi vitimado por uma obsessão sem tréguas. Que passou a persegui -lo de todas as formas fazendo até ameaças de morte, fazia intriga para todos os homens que se aproximavam dela.

Ele era dono de uma Villa do tráfico que ameaçava até a família se ela não ficasse com ele. Jaqueline para proteger sua família e sua filha Natasha resolveu sair de São Paulo e vir morar em Gramado RS.

E agora sua única paixão era sua filha Natasha que mesmo acreditando que foi um deslize inconsequente na época em que engravidou de um desconhecido. Hoje foi um acerto porque com a vinda de Natasha sua vida mudou radicalmente fazendo ela criar juízo não cometendo mais aquelas loucuras da juventude, mas que em nenhum momento ela se arrependeu de fazer o que teve vontade fazer. Era essa a personalidade de Jaqueline de fazer as coisas bem pensadas, medindo todas as consequências dos seus atos. E se existia uma coisa em Jaqueline era que ela não gostava de se fazer de vítima.

Ela sabia muito bem o chão que pisava. Outra coisa que ela detestava era jogar a responsabilidade nas costas dos outros pelos seus erros. Nunca procurou culpados quando alguma coisa dava errado.

Joaquina estava aos poucos descobrindo a personalidade de Jaqueline que embora sendo dez anos mais nova do que ela, mas tinha maturidade o suficiente para saber como funcionava o ambiente da empresa. Aprendeu a não dar ouvidos às fofocas que um fazia do outro, até mesmo do poderoso CEO, por incrível que pareça, Joaquina já estava sentindo falta quando ela fosse embora, que pela primeira vez apareceu alguém que tinha a mesma personalidade que ela. E tinha certeza que o CEO ia gostar muito dela pela mesma personalidade. Embora talvez houvesse alguns conflitos.

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