Aldric
Aqui estou, encarando o pai de Catherine enquanto ele fala sobre vigilância e lobos; parece que está me expondo diante de todos. Por um momento, duvidei se ele sabia a verdade sobre mim e minha família. A conversa que tive com meu pai, me deu coragem para vir aqui. Quando ele me disse que eu teria que fazer escolhas e decidir se lutaria pelo que queria, tomei um banho rápido e vim.
Nunca me imaginei, entrando neste lugar, mas realmente quis vir, talvez por curiosidade ou o desejo de entender melhor a garota que ocupa meus pensamentos. Sem querer parecer mais inconveniente do que já estou sendo, avisto um lugar vago e me sento, tentando não chamar mais atenção para mim.
Enquanto observo o culto prosseguir ao meu redor, meu olhar inconscientemente busca Catherine entre os fiéis. Ela está ali, não muito longe, seus olhos castanhos encontram os meus por um instante, antes de desviar rapidamente. Uma corrente elétrica parece percorrer meu corpo com nosso breve contato visual, deixando-me desconcertado e ao mesmo tempo ansioso por mais.
Contudo, devo me concentrar. Estou em uma igreja, lugar de reflexão e espiritualidade, não posso permitir que pensamentos confusos e emoções tumultuem meu discernimento. Respirando fundo, concentro-me nas palavras do pastor, buscando encontrar algum significado ou orientação para minhas próprias dúvidas e inquietações.
Enquanto o culto continua, sou tomado por uma sensação de calma e serenidade, como se as paredes da igreja fossem um refúgio contra as incertezas do mundo lá fora. Talvez, aqui, eu possa encontrar as respostas que tanto procuro, ou pelo menos a clareza necessária para enfrentar o que está por vir.
Enquanto o culto avança, minha mente oscila entre a mensagem sendo compartilhada e os pensamentos tumultuados sobre Catherine. É como se estivesse dividido entre dois mundos: o espiritual, representado pelo sermão do pastor, e o pessoal, onde Catherine domina meus pensamentos.
Tento concentrar-me na mensagem espiritual, absorvendo as palavras de sabedoria e reflexão. No entanto, a presença dela na mesma sala, tão próxima e ainda tão distante, continua a me distrair. É difícil não pensar nela, em suas palavras, em seu sorriso, em como ela mexe comigo de maneiras que não consigo explicar.
Aos poucos, percebo que talvez esteja buscando respostas aqui na igreja não apenas sobre minha espiritualidade, mas também sobre meu próprio coração. Será que há espaço para o que sinto por Catherine em meio a tudo isso? Será que é possível reconciliar minha natureza com a dela?
Essas questões ecoam em minha mente enquanto o culto chega ao fim, deixando-me com uma mistura de confusão e esperança. Talvez, ao final, eu encontre não apenas clareza espiritual, mas também a coragem de seguir meu próprio caminho. Ao observar as pessoas se retirando, percebo que Catherine se juntou ao seu pai para se despedir dos fiéis. Engolindo em seco, respiro profundamente e me aproximo deles.
À medida que me aproximo, uma aura tensa envolve o ambiente, como se cada movimento fosse calculado e observado de perto. O olhar do pai dela parece, buscar revelar os segredos que guardo. Catherine permanece ao lado dele, sua presença irradiando uma combinação de emoções que me deixa intrigado. Nossos olhares se cruzam por um instante, e nesse breve momento, sinto como se nossas almas se conectassem de alguma forma, como se ela entendesse os dilemas que me assombram.
Estendo minha mão em cumprimento, tentando ocultar o nervosismo que se agita dentro de mim. Minhas palavras saem com uma ponta de ansiedade, enquanto tento expressar respeito e cortesia:
— Foi uma mensagem poderosa, senhor, cheia de significado. Sou Aldric. Um prazer conhecê-lo.
O olhar firme do senhor parece me atravessar, sondando cada parte da minha essência, como se buscasse compreender verdadeiramente quem eu sou. Ele mantém seu olhar penetrante por mais alguns segundos, como se avaliasse minhas palavras e minha presença. Sua expressão permanece séria, mas há um leve brilho de curiosidade em seus olhos.
— Vicente. Um prazer conhecê-lo também. — Ele responde finalmente, estendendo a mão para cumprimentar a minha com firmeza. Seu aperto é forte e caloroso, transmitindo uma sensação de autoridade e benevolência ao mesmo tempo.
Sinto um alívio momentâneo ao perceber que ele aceitou meu gesto de cumprimento. No entanto, a tensão no ar ainda é palpável, como se houvesse uma barreira invisível entre nós, pronta para ser atravessada a qualquer momento.
Catherine permanece em silêncio ao lado do pai, observando nossa interação com uma expressão indecifrável. Seus olhos parecem refletir uma mistura de curiosidade e apreensão, como se ela estivesse tentando decifrar meus verdadeiros sentimentos e intenções.
Enquanto isso, uma sensação de urgência cresce dentro de mim, como se o tempo estivesse se esgotando e eu precisasse tomar uma decisão importante. Decido quebrar o silêncio desconfortável e expresso:
— Agradeço sinceramente pela mensagem inspiradora, senhor. Foi uma experiência única estar aqui esta noite.
Ele me observa por um momento, parecendo avaliar minhas palavras, antes de assentir com um leve sorriso.
— Fico feliz que tenha achado útil, Aldric. Estamos sempre disponíveis para acolher aqueles que buscam conforto e orientação.
Sorrio aliviado. Então, acrescento:
— Até logo, senhor. Espero nos encontrarmos novamente em breve.
Ele responde com um suave aceno de cabeça, enquanto lanço um olhar rápido para Catherine enquanto me afasto. Percebo que a tensão no ar parece ter diminuído um pouco. Ainda há muitas perguntas sem resposta, mas por enquanto, estou grato pelo breve momento de conexão que compartilhamos.
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Atualizado até capítulo 74
Comments
Maria Nice Grudgen
Torcendo pra que tudo corra bem e eles possam ser felizes.
2024-12-01
0
Angela Valentim Amv
Hummm o que será que vai acontecer?
2024-08-07
1