"Turbulência de Emoções"

Catherine

Enquanto trabalho, a lembrança do culto de ontem vem à tona com força total. Foi realmente uma experiência marcante. Revivo mentalmente cada momento, desde a chegada de Aldric à igreja até o instante em que ele veio falar com meu pai. Aquela troca de olhares, as palavras cuidadosamente escolhidas, tudo ainda ecoa em minha mente.

Fiquei surpresa comigo mesma por não saber como reagir. Por sorte, Aldric foi discreto e respeitoso, evitando qualquer constrangimento diante do meu pai. Distraída em meus pensamentos, sinto meu celular vibrar no bolso, interrompendo minha reflexão. Uma notificação na rede social captura minha atenção, e vejo a mensagem:

"VOCÊ RECEBEU UMA SOLICITAÇÃO DE AMIZADE DE ALDRIC"

Ao ler a notificação, meu coração dá um salto. Uma onda de emoção misturada com nervosismo percorre meu corpo. A simples ideia de Aldric querer me adicionar como amiga já é o suficiente para fazer meu estômago revirar.

Fico encarando a tela do celular por alguns segundos, sem saber ao certo o que fazer. Será que devo aceitar? Seria estranho recusar? Mil perguntas surgem em minha mente, enquanto pondero sobre as possibilidades. Finalmente, tomo uma decisão e com um leve suspiro, pressiono o botão para aceitar a solicitação de amizade.

Agora, cabe a Aldric decidir o que fazer a seguir. Após aceitar a solicitação de amizade dele, uma sensação de expectativa e nervosismo toma conta de mim. Não posso evitar de me perguntar o que isso significa e para onde isso pode nos levar. Será apenas uma amizade virtual ou poderia evoluir para algo mais?

Olho para o celular por um momento, esperando ver alguma reação imediata, talvez uma mensagem dele. Mas nada acontece. Respiro fundo, lembrando-me de que nem tudo precisa acontecer rapidamente. Decido me concentrar no trabalho, mas minha mente continua voltando para Aldric e para a nova dinâmica que pode se desenvolver entre nós. Enquanto organizo os arranjos de flores, minha mente fica dividida entre os afazeres e os pensamentos sobre ele. Será que está pensando em mim também? Será que vai enviar uma mensagem em breve?

Por mais que tente me concentrar nas tarefas, é difícil não ficar ansiosa com a possibilidade de uma interação virtual com ele. Cada vez que o celular emite um som, meu coração dá um salto, na esperança de que seja ele.

No entanto, o tempo passa e nenhuma mensagem de Aldric chega. Respiro fundo, tentando não me deixar levar pela ansiedade. Afinal, a vida segue seu curso, e talvez seja melhor não criar expectativas excessivas. Enquanto trabalho com as flores, meu pai se aproxima com um ar reflexivo.

Levanto os olhos para ele, preocupada, e pergunto:

— Está tudo bem, pai?

Ele me observa atentamente antes de responder:

— Aquele rapaz, o tal Aldric, ele é um Sombraul. Fiquei pensando, o que um Sombraul estava fazendo na igreja? E mais, notei como ele olhava para você, como se houvesse algo entre vocês dois.

Engulo em seco, desviando o olhar para as flores enquanto tento controlar minha ansiedade. Com uma leve hesitação, respondo:

— Pai, não sei do que está falando. Eu já o vi passar por aqui algumas vezes, só isso. Não há nada entre nós, acredite em mim.

Enquanto continuo arrumando as flores, meu pai permanece, pensativo. A conversa paira no ar, criando um clima de tensão entre nós. Não posso negar que a presença de Aldric na igreja me deixou intrigada, mas não sei o que pensar sobre as observações do meu pai.

Decido mudar de assunto, tentando dissipar a atmosfera carregada.

— Pai, preciso fazer uma entrega de flores mais tarde. Acha que pode dar uma olhada na agenda para mim? — pergunto, esperando desviar a atenção para algo mais prático.

Ele parece aliviar um pouco diante da mudança de assunto e concorda em verificar a agenda para mim. Enquanto o mesmo se afasta para buscar a agenda, respiro fundo, tentando afastar as dúvidas e incertezas que pairam sobre minha mente.

Tento retomar o foco no trabalho, concentrando-me nas tarefas do dia. Enquanto arrumo e preparo os buquês para as entregas, minha mente vagueia entre os acontecimentos recentes. A lembrança do olhar de Aldric na igreja ainda ecoa em minha mente, deixando-me curiosa sobre suas intenções e sobre o que isso pode significar.

Ao mesmo tempo, uma sensação de desconforto se mistura com a excitação de uma possível conexão inesperada. Decido deixar esses pensamentos de lado por enquanto e focar nas tarefas à minha frente. Afinal, há clientes esperando pelas suas encomendas e meu trabalho aqui na floricultura exige minha atenção total.

Enquanto termino de arrumar os últimos buquês, sinto-me grata pelo trabalho que me mantém ocupada e me ajuda a afastar as preocupações por um tempo. Mas no fundo, sei que a presença dele na minha vida está longe de ser esquecida. E uma, mistura de emoções toma conta de mim. Incerteza, curiosidade, esperança... todas elas dançam juntas em minha mente, deixando-me ansiosa pelo que o futuro reserva.

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