Catherine
Enquanto arrumo os vasos de flores na bancada, minha mente vagueia, revivendo os eventos do fim de semana. A sensação persistente de que estava sendo observada na clareira ainda ecoa em minha mente, uma sombra incômoda pairando sobre meus pensamentos.
Por mais que eu tento descartar esses sentimentos como simples paranoia, os estalos repentinos seguidos pela sensação de ser observada eram muito vívidos para serem ignorados. Cada vez que o vento soprava suavemente pelas folhas das plantas, meu coração dava um salto, como se esperasse por alguma presença oculta nas sombras.
Sacudo a cabeça, tentando afastar esses pensamentos perturbadores enquanto me concentro em meu trabalho. Afinal, hoje é um dia movimentado na floricultura e tenho clientes para atender, pedidos para preparar e flores para cuidar. Mas, apesar da agitação ao meu redor, essa inquietação persistente permanece em meu coração. Talvez seja apenas minha imaginação, ou talvez haja algo mais sinistro se escondendo nas sombras da floresta.
Enquanto estou envolvida no trabalho, vejo uma Sombraul adentrando na floricultura. Ela é a garota ruiva que costuma andar com os outros, e agora, ao observá-la mais de perto, percebo uma semelhança notável com o garoto ruivo. Devem ser irmãos, concluo, enquanto a observo se aproximando da bancada onde estou.
Seus olhos verdes escaneiam o ambiente com curiosidade, e um sorriso genuíno se forma em seus lábios quando nossos olhares se encontram. Ela se aproxima com uma expressão amigável, revelando uma energia tranquila e acolhedora.
Cumprimento-a calorosamente e ela responde com igual simpatia:
— Olá! Eu me chamo, Ana, estou com um pouco de pressa, mas quero fazer um pedido. Eu trabalho na agência de fotografia aqui perto e quero algumas flores para uma sessão de fotos. Será que você consegue ir lá entregar? Eu estou indo resolver uns assuntos, mas tem mais pessoas na agência que podem atendê-la na entrega.
Assinto com um sorriso, compreendendo a urgência da situação. Pegando um bloco de notas, anoto os detalhes do pedido enquanto conversamos sobre as preferências da agência para a sessão de fotos. Ao finalizar, prometo que as flores serão entregues pontualmente e com todo cuidado.
Enquanto ela se despede e parte apressadamente, percebo que não há tempo a perder. Com um rápido movimento, me dirijo aos bastidores da floricultura, onde os arranjos frescos aguardam para serem montados. A agência de fotografia não está longe, mas como os entregadores já saíram para outras entregas, sinto a responsabilidade de levar pessoalmente as flores até lá.
(....)
Com habilidade e destreza, seleciono as flores mais adequadas para a sessão de fotos, garantindo que cada arranjo transmita a essência e o propósito desejados. Enquanto trabalho, minha mente está focada no compromisso de entregar as flores com perfeição e pontualidade.
Depois de terminar os arranjos, reúno-os com cuidado e os coloco em uma cesta de vime, garantindo que estejam protegidos durante o trajeto. Com a cesta em mãos, me encaminho para a agência de fotografia, determinada a cumprir a missão confiada a mim.
Enquanto caminho pelas ruas movimentadas, sinto a brisa suave da manhã acariciar meu rosto, trazendo um senso de calma e determinação. A cesta de flores repousa confortavelmente em meu braço, e eu avanço com passos firmes em direção à agência de fotografia.
Ao chegar ao destino, sou recebida por um ambiente calmo, quase vazio, o que me faz questionar se estou no lugar certo. Verifico novamente o endereço que a garota me passou e constato que está correto. Me aproximo lentamente da entrada, adentro o local e me encaminho até a recepção aparentemente deserta. É então que noto o garoto ruivo, sentado próximo à recepção, concentrado em seu celular.
Meu coração acelera com a simples presença dele ali. O olhar dele se ergue e encontra o meu, e nos encaramos fixamente. Um turbilhão de emoções passa por mim enquanto permanecemos em silêncio, apenas nos observando.
Engulo em seco e me aproximo lentamente, sentindo um nervosismo crescente enquanto tento encontrar as palavras certas:
— É... a garota ruiva... quer dizer, a Ana... Quero dizer, ela pediu essas flores.
Ele parece surpreso com minha chegada, seus olhos verdes brilham com uma mistura de surpresa e curiosidade enquanto me observa atentamente.
— Ah, entendi. Obrigado por trazer — sua voz é calma, mas há uma intensidade subjacente que ecoa dentro de mim, deixando-me intrigada e, ao mesmo tempo, cativada.
Concordo com um aceno de cabeça, tentando disfarçar o nervosismo que se apodera de mim diante da sua presença. Enquanto ele se ergue do assento, deixo escapar um suspiro discreto de alívio, mas minha respiração se torna descompassada quando ele se aproxima lentamente, sua figura imponente preenchendo meu campo de visão.
Um turbilhão de emoções me envolve quando ele estende a mão para pegar o cesto de flores, seu perfume amadeirado invadindo meus sentidos e me deixando completamente desarmada. Sinto-me como se estivesse flutuando, minha mente turva e meu corpo trêmulo diante da intensidade do momento.
Com um esforço concentrado, tento manter a compostura, mas minha mente está em um frenesi, incapaz de processar totalmente a situação. Enquanto ele recebe as flores, nossos dedos quase se tocam, enviando ondas de eletricidade através de mim.
Ele me lança um olhar penetrante, como se estivesse tentando decifrar cada pensamento que passa pela minha mente. Sinto-me vulnerável sob seu olhar penetrante, como se ele pudesse ler minha alma.
— Você é? — sua voz é suave, mas há uma nota de algo oculto em sua pergunta.
Engulo em seco, lutando para manter a compostura enquanto respondo:
— Sou... É... Catherine.
Ele então, parecendo um pouco sem jeito também, diz:
— E eu sou Aldric. Prazer em te conhecer oficialmente, Catherine. Nos víamos só de longe, mas nunca conversamos, não é?
A lembrança do aviso do meu pai para manter distância da sua família, ecoa em minha mente, fazendo-me dar um passo para trás, cautelosa. Aldric parece perceber minha hesitação e seu olhar adquire um toque de compreensão.
— Desculpe se pareço invasivo. Não era minha intenção te deixar desconfortável.
Sua voz é suave e sincera, e isso me tranquiliza um pouco. Respiro fundo, tentando afastar as advertências do meu pai que ressoam em minha mente, enquanto digo:
— Não se preocupe.
Ele assente, aceitando minhas palavras com um leve sorriso nos lábios.
— Bom, de qualquer forma, as flores são perfeitas, obrigado mesmo.
Sinto um calor se espalhar por mim ao ouvir seu agradecimento, e percebo que estou sorrindo involuntariamente.
— De nada. Se precisarem de mais flores, sabem onde encontrar.
Com essa troca de palavras, uma sensação estranha de familiaridade se instala entre nós, e enquanto eu me encaminho para fora da agência, sinto-me intrigada com a conexão inexplicável que parece existir entre nós.
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Atualizado até capítulo 74
Comments
Maria Nice Grudgen
Que lindo 🤩, o amor 💘
2024-12-01
0
Anonymous
Primeiro passo dado com sucesso
2024-10-01
0