Ana
Assim que eu e Adrian realizamos nossa rotina matinal, fomos diretamente até o quarto do nosso filho. Eu então bato suavemente na porta dizendo:
— Filho, somos eu e seu pai. Podemos entrar?
A porta se abre revelando Aldric, que nos recebe com um sorriso tímido. Seus olhos ainda carregam a sombra da agitação da noite anterior. Ele nos convida a entrar com um gesto e nós entramos no quarto. O ambiente parece tranquilo, mas ainda é possível sentir a tensão no ar.
Então, sem hesitar, eu digo:
— Seu pai me contou tudo sobre o que aconteceu ontem.
Aldric olha para mim com surpresa, seus olhos revelando uma mistura de emoções.
— Ele te contou? — ele pergunta, sua voz um pouco tensa.
Entretanto, no momento em que estou prestes a responder, escutamos sorrisinhos ecoando pelo corredor e, em seguida, Adrian diz:
— Haldor e Isabela, saiam já daí. Eu sei que são vocês dois.
Isabela surgiu, com os braços cruzados e um sorriso travesso, enquanto Haldor, com um chiclete na boca, mal conseguia esconder sua diversão.
Isabela, ainda sorrindo, comentou:
— Ah, vô, só queríamos ver o Aldric levando bronca.
Aldric, com um olhar carrancudo, os repreendeu:
— Qual é o problema com vocês!? Saíam daqui, seus pentelhos.
Lancei-lhes um olhar severo e ordenei:
— Os dois fora agora. Haldor, se continuar com gracinhas, te puxo pela orelha, garoto.
Haldor respondeu indiferente:
— Você é uma chata, Ana. Só porque é minha irmã mais velha não manda em mim.
Arqueei uma sobrancelha e avancei em direção a eles. Isabela escapou correndo, com um sorriso travesso, enquanto eu peguei Haldor pela orelha e o arrastei para longe do quarto.
Ele gritou de dor:
— Aiii, para Ana. Mãe! Olha aqui a Ana...
Minha mãe e Voraker apareceram, preocupados com a confusão. Minha mãe perguntou, perplexa:
— O que está acontecendo!?
Soltei a orelha de Haldor e expliquei:
— Adrian e eu precisamos conversar com Aldric, mas ele e Isabela, estavam bisbilhotando.
Voraker olhou para Haldor e ordenou:
— Venha me ajudar a preparar a carne para o almoço.
Haldor, esfregando a orelha, resmungou:
— Ah, pai, eu nem tomei café da manhã ainda.
Mas Voraker insistiu:
— Vamos logo, garoto. Se preocupou mais em espionar do que comer.
Haldor saiu resmungando, acompanhando o pai. Minha mãe, preocupada, perguntou:
— Está tudo bem com o Aldric, filha?
Suspirei, olhando para ela, e respondi:
— Sim, mãe, as coisas estão agitadas, mas vão ficar bem. Não se preocupe.
Ela concordou e se afastou, indo atrás deles para a cozinha.
(....)
Ao retornar para o quarto, encontro Aldric deitado sobre sua cama, perdido em pensamentos enquanto mantém, seu olhar fixo no teto. Adrian está de pé próximo à janela, com o olhar perdido na floresta lá fora.
— Parece que eles não resistem a uma boa confusão — comentei, tentando aliviar um pouco a tensão.
Adrian se virou para mim, com uma expressão séria, e respondeu:
— É o que alguns jovens fazem, não é? Mas, agora precisamos mesmo conversar.
Assenti, concordando com ele, enquanto ambos dirigimos nosso olhar para Aldric. Percebendo nosso olhar, ele se levantou lentamente, permanecendo sentado na cama, sua expressão carregada de incerteza.
Aldric olhou para nós com uma expressão que misturava preocupação e expectativa. Parecia estar se preparando para o que viria a seguir, enquanto Adrian e eu nos aproximávamos, formando um círculo de família no centro do quarto.
— Filho, nós sabemos que ontem foi um dia intenso para você — começou Adrian, sua voz calma e reconfortante, mas firme o suficiente para transmitir a seriedade do assunto.
Aldric assentiu levemente, seu olhar fixo agora no chão, como se não pudesse encarar nossos olhos.
— Estamos aqui para você, Aldric. Não só nos momentos bons, mas em todas as fases da sua vida — acrescentei, tentando transmitir todo o amor e apoio que sentia por ele.
Aldric ergueu o olhar, encontrando o nosso, e pude ver neles uma mistura de gratidão e apreensão.
— Eu sei que não é fácil lidar com tudo isso, filho. Mas você não está sozinho — concluiu Adrian, colocando uma mão reconfortante no ombro do nosso filho.
Aldric respirou fundo, absorvendo as palavras de apoio e conforto que nós, seus pais, lhe oferecemos. Apesar da tensão inicial, um senso de alívio pareceu se instalar no ambiente, conforme ele se abria para compartilhar suas preocupações conosco.
— Eu... eu realmente não sei por onde começar — admitiu ele, sua voz um sussurro carregado de emoção.
Compreendendo a dificuldade do momento, permanecemos em silêncio, dando a ele o espaço necessário para reunir seus pensamentos. Adrian e eu trocamos um olhar de cumplicidade, reafirmando silenciosamente nosso compromisso de estar ao lado de nosso filho em cada passo do caminho.
Finalmente, Aldric começou a falar, desenrolando a complexa teia de sentimentos que o assombra. Ele compartilha suas angústias, medos e inseguranças, revelando o peso que carrega em seu coração. Ao ouvir suas palavras, sinto um aperto no peito, desejando poder aliviar suas preocupações com um simples gesto. Mas sei que este é um desafio que ele precisará enfrentar por conta própria, com nosso amor e apoio inabaláveis ao seu lado.
Quando Aldric finalmente terminou de falar, o quarto mergulhou em um silêncio reflexivo. Adrian e eu nos olhamos novamente, nossos corações transbordando de amor e orgulho pelo nosso filho corajoso que tinha diante de nós.
— Estamos aqui para você, meu amor. Sempre estaremos. — digo, estendendo minha mão para ele.
Ele sorriu, um brilho de gratidão em seus olhos, enquanto aceita nossa oferta de apoio. Nesse momento de conexão familiar, sinto uma profunda sensação de gratidão por nossa família e pelo vínculo especial que nos une. Então, com um sorriso discreto, começo a elaborar em minha mente uma forma de dar um empurrãozinho na conexão entre ele e Catherine, confiando que o universo irá cuidar do resto para concretizar isso.
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Atualizado até capítulo 74
Comments
Margareth Santana
eita que já temos um cupido aqui
2024-05-16
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