Capítulo #11

Olho para as mãos sem saber o que dizer, confesso que fiquei apreensiva com a sua pergunta, e acredito que ele percebeu, pois pega no meu queixo e levanta o meu rosto, fazendo eu olhar nos seus olhos, coisa que só foi possível porque eu estava sentada e ele em pé.

Alex: — Se te deixa desconfortável, não precisa responder.

Os seus olhos estão passando verdade, não sei bem o porquê, mas me sinto segura quando estou com ele.

Eu: — Está tudo bem, e respondendo a sua pergunta sim, eu sou virgem.

Falo com um pouco de tremor, o olhar dele muda para algo que não consigo descrever.

Alex: — Por que tenho a impressão que a sua escolha de esperar tenha um motivo?

Fico impressionada de como ele é perspicaz, nem a Nati que cresceu comigo percebeu na época o que aconteceu, e nem estranhou o fato de eu querer esperar para ter relação com alguém.

Eu: - É bem observador senhor Walter.

Alex: - Tenho que ser, mas não mude de assunto, se quiser me contar, ficarei feliz em ouvi-la.

Respiro fundo antes de começar a falar.

Eu: - Primeira coisa, eu nunca contei isso para ninguém, então nenhuma palavra para os meus amigos, promete?

Alex: — Sério? Quantos anos tem?

Eu: — Se não prometer não conto!

Alex: - Está bem, prometo.

Eu: — Então vamos lá, (mais uma vez respiro fundo) eu estava no início do ensino médio, tinha quinze anos, um dia na aula fiquei ajudando o professor a fazer o fechamento do bimestre, e sim, eu era a maior nerd, quando o sinal tocou para troca de aula percebi que acabei me atrasando para copiar a matéria da lousa então o professor foi embora e eu permaneci na sua mesa copiando, para não perder tempo.

Paro de falar por um momento, não pensei que seria tão difícil finalmente falar sobre isso, Alex percebe a minha hesitação e pega a minha mão como sinal de apoio, então resolvo continuar.

Eu: — O professor seguinte entrou na sala, quando ele me viu na sua mesa informei o motivo de estar ali e que em alguns minutos sairia, ele sentou-se ao meu lado e eu continuei a copiar a matéria, de repente ele pegou a minha mão livre e colocou em cima da sua calça e começou a esfregar, eu fiquei sem reação, na época era muito ingênua, não tinha boca para nada, quando ele tentou colocar a mão dentro da minha calça um amigo olhou e viu a minha expressão de horror, ele achou estranho e me tirou de lá com uma desculpa qualquer.

Na hora que conto Alex fica com uma expressão de ódio, ele levanta e começa andar de um lado para o outro passando a mão no cabelo.

Alex: — Amélia isso é muito sério, como não contou para ninguém? Esse cara deveria estar na cadeia!

Eu: — Ele tinha um filho de oito anos, a coisa mais linda, que as vezes levava para escola, eu pensei nele, em deixa-lo sem pai, e também a minha mãe era muito severa na época, sinceramente se eu contasse ela não iria acreditar, e mesmo que acreditasse eu não tinha como provar, seria a minha palavra contra a dele, eu ia acabar ficando como a oferecida que se esfregou no professor.

Alex: - Então aguentou tudo sozinha?

Eu: - Sim, no começo fiquei revoltada, não queria mais saber de escola, as minhas notas caíram, mas depois de um tempo passou, não sou traumatizada e nem nada do tipo, aprendi a defender-me e a abrir a minha boca, sou mais forte hoje em dia. Então, esse é o motivo, como a primeira vez que encostei num homem foi nessas circunstancias, decidi não estar com ninguém até encontrar a pessoa certa, não quero que seja algo somente físico, eu quero amar a pessoa que eu estiver me entregando!

Alex que estava do outro lado da cozinha, de tanto que ficou andando de um lado para o outro, voltou e me abraçou, fui pega de surpresa com o seu abraço, mas retribuo, me senti protegida nos seus braços, como se nada nesse mundo pudesse me afetar. Depois de um tempo abraçados ele me fala:

Alex: — É a mulher mais incrível que já conheci, e pode ter certeza, eu vou ser essa pessoa que você vai amar!

Quando ele fala isso as minhas pernas viram gelatina, esse homem vai acabar comigo.

Eu: - Vai? Pensei que me odiasse.

Alex: — Jamais, só gosto de provocar a atrevida com a coragem de me contrariar.

Continuamos conversando o restante da tarde, Alex não tentou mais avançar o sinal, mas confesso que deixei que ele me roubasse alguns beijos, afinal não sou de ferro, um homem desses na minha frente, quando me dou conta já são 19 h, levanto-me para ir embora, mas Alex insiste em me levar.

Fomos o caminho inteiro nos conhecendo mais e riamos bastante com as descobertas, quando finalmente chegamos na minha casa estávamos num debate eletrizante.

Alex: — Como assim você gosta de RBD?

Eu: — Como você não gosta, as músicas deles são ótimas.

Alex: - Isso é coisa para adolescente.

Eu: — Então gosto deles desde a adolescência, se der uma chance vai se apaixonar também.

Alex: — Pode ter certeza que não!

Eu: — Veremos, agora deixa eu entrar que se bem conheço a Nati, ela está na janela nos observando.

Alex: — Então melhor darmos motivo para ela falar.

Alex diz isso e me dá um beijo de tirar o fôlego, depois me solta e se despede como se nada tivesse acontecido.

Alex: — Boa noite, até segunda.

Eu: — Até. (Falo sem jeito.)

Desço do carro e vou para casa, quando entro, assim como esperado a Nati e a Grazi estão me aguardando.

Eu: — Dessa vez trouxe até reforços para o interrogatório?

Nati: — Claro, precisava de outra testemunha daquele beijo de desentupir pia.

Eu: — Vocês viram?

Nati: - Vimos e não acredito que está pegando o gato do nosso chefe.

Eu: — Não estou pegando ninguém foram só alguns beijos e olha quem está falando, pelo que sei o Augusto não dormiu na casa dele ontem.

A expressão da Nati é de uma criança que foi pega no flagra.

Nati: - Aí amiga, ele é tão encantador, resolvemos tentar um relacionamento sério, estou muito feliz.

Eu: — Fico feliz por vocês, e você Grazi, pensa que escapou de nos contar os detalhes sobre o nosso querido amigo Dilan.

Dilan: — O que tem eu? (Ele fala descendo as escadas.)

Nati: - A Amélia quer saber como você é de cama, e, na verdade eu também.

Dilan chega na sala e se senta ao meu lado, colocando as pernas no colo da Grazi.

Dilan: - Sou incrível, fala para elas amor.

Grazi: — Dilan!

Dilan: — Brincadeira.

Nati: — Amélia, para de desconversar e conta logo.

Dilan: — Contar o quê?

Grazi: — Ela estava de amassos com o nosso chefe.

Eu: — Não era amassos, era só um beijo. Não vão me deixar sair dessa né?

Grazi/Nati: — Claro que não.

Conto-lhes tudo o que aconteceu com detalhes, claro tirando aquela história do professor, as meninas ficam alvoroçadas.

Grazi: — Quem diria, o nosso chefe durão, na verdade é todo romântico. Uma semana aqui e nós três estamos namorando.

Eu: - Não é um namoro, estamos apenas nos conhecendo, vou ver no que vai dar.

Pedimos algumas pizzas para o jantar e ficamos conversando, a Nati contou os detalhes de como começou a sua relação com o Augusto, fazia tempo que não via a minha amiga com esse brilho no olhar, estou muito feliz por ela, fomos dormir o dia já estava amanhecendo, era domingo mesmo, não precisaríamos trabalhar.

O domingo passou que nem percebi, acredito que o fato de ter dormido até as 15 h contribuiu bastante, ficamos o dia todo vendo televisão e comendo bobagens, quando deu a hora de dormir fomos cada um para o seu quarto, tomei o meu banho, passei hidratante, e quando estou colocando o pijama meu celular apita, olho e vejo ser uma mensagem do Alex.

Mensagem on

Alex: — O dia todo e nem uma mensagem?

Eu: — Quem diria que você faz o tipo meloso.

Alex: — Não faço, mas queria te falar uma coisa.

Eu: — Pode falar.

Alex: — Melhor pessoalmente, olha pela janela.

Vou até à janela e olho, ele estava em frente à minha casa, encostado no seu carro, vestia uma camiseta preta e bermuda, o seu cabelo estava molhado, como se tivesse saído do chuveiro agora, ele me olha e abre um sorriso encantador, vejo digitando algo no celular e logo o meu sinaliza que chegou mensagem.

Alex: — Não vai descer?

Mensagem off

Coloco o meu robe e desço as escadas de vagar para não acordar ninguém, saio e quando estamos frente a frente pergunto:

Eu: — Aconteceu alguma coisa?

Fico aguardando e nada do Alex responder.

Eu: — Responde logo criatura, está me deixando preocupada.

Alex: — Sabia que fica linda toda nervosinha. (Ele fala rindo.)

Eu: - Veio até aqui para me provocar?

Alex: - Não, vim até aqui te pedir em namoro!

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***