Capítulo #04

Chego em casa e toda a turma está na sala assistindo um filme, quando me veem logo perguntam como foi a reunião.

Grazi: — Então chefa, como foi?

Nati: — É amiga, conta tudo.

Eu: — A reunião foi boa, de início vamos trabalhar na empresa Walter, só depois de um tempo teremos a nossa própria sede.

Dilan: - Como assim princesa?

Eu: — Gente vamos fazer assim, deixa eu subir e tomar um banho que foi um dia cansativo, quando eu voltar vou comer algo, que já estou o dia todo sem comer, aí eu conto todos os detalhes.

Nati: - Pode ser, mas amiga como o sr. Walter é pessoalmente, estava pesquisando sobre ele, e nossa, sem palavras.

Eu: — Depois do banho conversamos.

Nati: - Chata.

Eu: — Te amo.

Subo as escadas em direção ao meu quarto, como vou explicar como foi o meu dia, dizendo que nem eu entendi ainda, vou para o banheiro e ligo o chuveiro, enquanto a água desce pelos meus cabelos a imagem daquele homem vem na minha mente, como alguém consegue ser tão lindo, só de lembrar dele me sobe um arrepio, mas também vem a lembrança da sua arrogância e o arrepio se transforma em irritação, ele é lindo e poderoso e sabe usar isso ao seu favor, mas, Alex Walter que me aguarde, ele vai descobrir que não se irrita uma Rodrigues.

Acabo o banho e coloco o meu pijama, sei que ainda é cedo, mas não pretendo sair de casa mesmo, penteio os cabelos, vou deixá-los secarem de forma natural, e preparo-me para descer e enfrentar o interrogatório.

Vou direto pra cozinha, quando chego na porta encontro a Grazi e o Dilan numa conversa descontraída, mas o que me chama atenção é a mão do Dilan segurando a dela, entro falando que estava com fome e vejo quando a Grazi rapidamente puxa a mão da dele, finjo que não vi nada e vou para o balcão.

Eu: — Então o que temos para comer?

Dilan: - A Nati fez uma lasanha.

Eu: — Aí que tudo, vou colocar, alguém chama a Nati enquanto isso por favor.

Enquanto a Nati chega, coloco um pedaço generoso de lasanha e uma porção de arroz, aquele copo geladinho de coca, e finalmente sento para comer e contar as novidades.

Eu: — Então, como eu disse, de início vamos trabalhar nas empresas Walter, começamos segunda, vocês vão ver, é um prédio imenso, muito chique e elegante, o Dilan e a Nati vão ter as suas próprias salas e vão trabalhar de início com a equipe de lá, segundo o sr. Walter para ganhar experiência.

Dilan: — Sabe quantos advogados eles têm princesa?

Eu: — Ainda não, ele não passou esses detalhes.

Nati: - Nossa, vou ter a minha própria sala, nem estou acreditando.

Eu: Grazi, eu e você vamos trabalhar no andar da presidência, vai continuar a ser minha assistente e braço direito, mas toma cuidado, no andar tem a assistente do sr. Walter e ela parece ser uma cobra pronta pra dar o bote.

Grazi: - Fica tranquila chefinha, que eu mato a cobra e ainda faço um drink com o veneno.

Nati: - Falou tudo amiga. (Ela fala dando um toque com a Grazi)

Dilan: - Nossa, não tinha visto esse seu lado ainda, gostei.

A Grazi fica toda vermelha com o comentário dele.

Nati: - Agora a pergunta que não quer calar, como é o gato do sr. Walter?

Eu: — Lembram do babaca que eu esbarrei no aeroporto? Então é ele!

Todos ficam de boca aberta com essa informação.

Grazi: — Quais as chances disso acontecer? Mas e então, como foi quando você o viu?

Eu: - Logo de cara eu congelei, até tive a ideia de fingir que não lembrava dele, mas não deu certo, então ele sendo um babaca foi grosso comigo, e já que ele se lembrava de mim mesmo, não deixei barato, respondi na altura.

Dilan: — Esse seu temperamento ainda vai te meter numa enrascada.

Eu: — Sabem como eu sou, quando vejo já falei, aí é tarde demais.

Grazi: — Mas a aparência dele, como é?

Noto o Dilan incomodado com a pergunta.

Eu: — Gente o que ele tem de grosso tem de lindo, parece que foi desenhado.

Conto para eles tudo o que aconteceu, afinal de contas não temos segredos, as meninas ficaram eufóricas, principalmente com a parte da camisa aberta, o Dilan como sempre agiu como um irmão mais velho, mandando eu tomar cuidado.

Nati: — Aposto que ele estava pegando fogo de desejo por você.

Eu: — Nati não viaja, o cara me detestou, só você vendo, era uma patada atrás da outra.

Nati: - Pra mim era só um disfarce para esconder a atração.

Eu: — Tá bom, ou ele só pensa que tem o rei na barriga mesmo.

Continuamos a conversar, e claro que eu aproveitei para comer outro prato de lasanha com arroz, estava uma delícia, já era tarde quando resolvemos ir deitar para descansar um pouco. Fiz a minha higiene e fui dormir.

O fim de semana passou rápido, sob protestos da Nati resolvemos não sair, até sentir o ritmo do trabalho, então aproveitamos para desfazer as malas, fomos ao mercado abastecer a casa, e fiquei surpresa com quanta comida diferente do que estávamos acostumados, já vi que vou precisar achar um mercado brasileiro, fizemos uma maratona de filmes e quando percebemos o fim de semana foi embora.

Na segunda acordei bem cedo, fiz a minha higiene matinal, tomei um banho, passei o meu hidratante, fiz aquela make esfumada nos olhos, coloquei um vestido preto, com um cinto e um pequeno corte “V’, que deixava o meu corpo com umas curvas lidas, uma sandália de salto com tiras nas pernas e uma bolsa de mão, como sempre caprichei no perfume e estava pronta.

Desci a escada e todos já estavam me esperando, tomamos um delicioso café da manhã e chamamos um taxi para empresa, fomos o caminho inteiro conversando sobre as nossas expectativas de como seria nosso primeiro dia.

Chegando, vejo a Rebeca na recepção e vou cumprimentá-la.

Eu: — Bom dia Rebeca, esses são Dilan, Grazi e Nati vão trabalhar aqui comigo.

Rebeca: — Bom dia Amélia e é um prazer conhecer vocês.

Nati: — O prazer é nosso, gata vai almoçar com a gente, ainda não conhecemos nada por aqui.

Rebeca: — Se não for incomodo vou sim.

Eu: - Incomodo algum, será um prazer, então na hora do almoço descemos, até lá.

Rebeca: — Até.

Subimos pelo elevador social até o último andar, quando chegamos cumprimentamos a assistente do sr. Walter, porém, ela nem se dá ao trabalho de responder.

Eu: -—Não disse que ela era insuportável.

Grazi: - O que é dela tá guardado.

Nati: — Adoro.

Fomos direto para minha sala, pois o sr. Walter não falou ao certo como seria o início do dia hoje, quando chegamos todos ficam encantados, assim como eu fiquei.

Nati: — Amiga que sala é essa, olha essa vista.

Dilan: — Princesa você merece isso e muito mais.

Grazi: Parabéns chefa.

Eu: — Obrigada gente e Grazi pode parar com esse “chefa”, somo amigas, moramos até na mesma casa, deixa a formalidade pra quando tiver alguém por perto, certo?

Grazi: — Tudo bem.

Estávamos todos em uma conversa descontraída quando alguém bate na porta e entra, era o Augusto.

Augusto: — Bom dia a todos!

Eu: — Bom dia Augusto, deixa eu te apresentar o pessoal. Esse é o Dilan, o nosso advogado, essa é a Grazielle, a minha assistente e braço direito e essa é a Natália, nossa engenheira.

Augusto: — Muito prazer, eu sou o Augusto vice-presidente da empresa. (Ele fala apertando a mão de cada um)

Augusto: — Amélia, eu vou mostrar para todos os seus devidos locais de trabalho, aguarda aqui que o Alex virá falar contigo, o seu computador já está instalado com login e senha padrão, pode alterar, e fique à vontade para organizar a sala como achar melhor.

Eu: — Muito obrigada.

Augusto: — Não por isso, então vamos que o dia vai ser longo, até mais.

Eu: — Até o almoço e boa sorte gente.

Quando todos saem me perco olhando a vista pela janela, se a minha mãe pudesse me ver agora ficaria orgulhosa, vou ligar para ela mais tarde.

Estou perdida em vários pensamentos quando escuto aquela voz atrás de mim.

Alex: — Atrapalho?

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