Capítulo #07

No elevador estava uma tensão palpável, fiquei em silêncio o tempo todo, eu tenho que aprender a controlar-me, não deveria ter afrontado o Alex na frente de todos, será que agora ele vai querer acabar com a nossa parceria?

Quando chegamos ao último andar fomos direto para a sala do Alex, entramos, e o mesmo foi se sentar na sua cadeira, com uma cara péssima, o Augusto sentou numa poltrona que fica na lateral da sala, como os dois ficam em silêncio, resolvo começar a falar para ver se consigo salvar a nossa parceria.

Eu: — Sr. Walter me desculpe pela confusão na recepção e também peço desculpas por te destratar na frente de todos, sinto muito.

Alex me olha com um olhar tão intenso que parece que ele vai me matar.

Alex: — Não sente, já vi o suficiente para saber que você não se arrepende do que fala.

Percebo que não adianta me desculpar, pois, não vai mudar a sua opinião, já que ele pensa o pior de mim, então quer saber, melhor coisa é ser eu mesma, não vou ficar puxando saco de ninguém.

Eu: - Quer saber, realmente eu não sinto pela confusão lá em baixo, aquela mulher era horrível, estava humilhando a pobre da Rebeca, alguém tinha que falar umas verdades para ela, agora de ter te destratado, realmente eu sinto muito, não pelo que falei, que você mereceu, me provocou primeiro, me arrependi de ter falado na frente de todos, mas sinceramente se não acredita o problema é seu.

Despejo tudo de uma vez, ficar fazendo rodeio nunca foi meu estilo. Estou esperando o que ele vai responder quando uma risada contagiante preenche o ambiente, olho para o lado e é o Augusto se acabando-se rir.

Augusto: - É priminho, agora encontrou alguém que sabe responder a sua altura.

Alex: - Não aborrece Augusto. (Ele fala ainda emburrado.)

Augusto: — Amélia fica tranquila sobre o que aconteceu, estávamos de olho no comportamento da Verônica já fazia um tempo, foi bom alguém ter colocado ela no seu devido lugar. Pena não ter sido eu a fazer as honras.

Eu: - Então está tudo bem?

Augusto: - Está sim.

Alex: - Fale por você.

Augusto: — Deixa de ser amargo Alex, sabe que mereceu aquela resposta, vamos esquecer isso ok?

Depois de um tempo pensativo, Alex finalmente diz:

Alex: - Amélia pode ir para a sua sala.

Como não sou besta, saio logo, tenho que lembrar de agradecer ao Augusto mais tarde.

Eu: — Com licença.

Saio sem acreditar que passei por essa ilesa, vejo que a Grazi está na sua mesa, troco umas palavras com ela e depois vou para minha sala tentar trabalhar um pouco, porque já são 16 hs, perdi a tarde toda com essa confusão.

Acesso o meu computador e a primeira coisa que eu faço é trocar a senha, percebo que meu e-mail corporativo de quando a empresa era no Brasil foi configurado e atualizado, coisa que me deixa super feliz. Fico o restante do tempo respondendo e-mails de clientes brasileiros, pois faço questão de manter negócios no meu país.

Quando me dou conta já é hora de ir embora, ao sair chamo a Grazi para irmos e vamos em direção ao elevador, percebo que a luz da sala do Alex ainda está acesa, mas acho melhor não passar lá para me despedir, resolvemos passar no andar debaixo para chamar a Natália.

Quando chegamos no andar encontramos o Augusto saindo da sua sala, aproveito para falar com ele.

Eu: — Augusto, gostaria de agradecer por ter me ajudado com o Alex hoje.

Augusto: — Não por isso, o Alex é difícil de lidar, mas, tenha paciência, no fundo ele é uma pessoa incrível, a vida só não facilitou as coisas para ele.

Fico intrigada com o que ele disse, mas melhor não me meter, resolvo então mudar de assunto.

Eu: — Me tira uma curiosidade, porque a sua sala não fica no andar da presidência?

Augusto: - Haha, antes era, na verdade sua sala era minha antes.

Eu: — Sério? E porque mudou? Aquela sala é maravilhosa!

Augusto: - Digamos que eu precisava de um pouco mais de liberdade, e fora que se tornou muito mais prazeroso trabalhar aqui.

Percebo que o Augusto está com o olhar focado atrás de mim quando diz isso, olho para trás e vejo a Nati saindo dá sua sala.

Nati: — Meninas, vieram me buscar?

Eu: - Claro, já está na hora, vamos?

Nati: - Vámos! Até mais sr. Augusto.

Augusto: — Até, e pode me chamar só pelo nome.

Percebo a Nati ficando vermelha.

Nati: - Está bem.

Nós três vamos em direção ao elevador social e o Augusto para o particular, enquanto esperamos resolvo agradecer ao Augusto novamente.

Eu: — Augusto, de verdade, muito obrigada pelo apoio hoje!

Augusto: — Sempre que precisarem só me chamar, para qualquer coisa.

Ele fala essa última parte olhando no fundo dos olhos da Nati, a e mesma novamente fica toda vermelha.

Mando uma mensagem para o Dilan encontrar a gente no elevador, percebo que a Nati está muito calada e eu suspeito o motivo.

Eu: — Não vai me dizer o que foi aquilo?

Quando falo a porta do elevador se abre e o Dilan entra.

Dilan: — Aquilo o que meninas?

Grazi: — O Augusto se derretendo pela Nati.

Nati: — Não é nada disso, ele só é muito gentil.

Eu: — Realmente ele é muito gentil, mas aquilo que vi não foi só gentileza.

Grazi: — Verdade, você não parou de falar nele depois que eles entraram no elevador com a Amélia.

Nati: — Aí gente, é que ele é tão confiante e educado, vocês viram como ficou lindo com aquele olhar sombrio no rosto.

Grazi: — A pessoa está apaixonada.

Nati: — Claro que não, só acho ele muito gato.

Eu: - Sei.

Saímos do elevador e fomos em direção a recepção, a Rebeca ainda estava lá.

Nati: — Oche mulher por que não está na sua nova sala?

Rebeca: — Porque ainda não tem ninguém para ficar na recepção, já foi anunciada a vaga e amanhã será as entrevistas, quarta assumo na minha nova função, e falando nisso, muito obrigada Amélia, foi tudo graças a você.

Eu: — Imagina, somos amigas, só me promete que nunca mais vai deixar pisarem em você.

Rebeca: - Vou me esforçar, está mesmo na hora de eu parar de ter medo de tudo.

Eu: — Isso mesmo! Estamos indo, vai com a gente?

Rebeca: — Não obrigada, meu namorado vem me buscar.

Nati: — Menina, não disse que namorava.

Rebeca: - Faz apenas quinze dias, mas estou bem feliz.

Nati: — Que bom, não esquece de apresentar pra gente, aposto que ele é gato.

Todos rimos com o comentário da Nati.

Eu: - Você não toma jeito.

Nati: — Jamais.

Nos despedimos da Rebeca e chamamos um taxi, no caminho conto para eles o que aconteceu na sala do Alex, e claro que a Nati fica toda encantada pelo o Augusto ter me ajudado, eles também contam como foi a tarde e quando percebemos chegamos em casa.

Eu: — Gente não sei vocês, mas eu estou morrendo de fome.

Nati: — Amiga, e quando você não está com fome?

Eu: — Quando acabo de comer, haha, e outra, comer alivia a tensão.

Grazi: — Isso está com cara de desculpa.

Nati: - Também acho, mas vamos ao que interessa, quem vai cozinhar hoje?

Dilan: — Podem ir descansar que hoje eu faço.

Nati: - Nossa por isso que nós te amamos.

Grazi: - Eu fico aqui te ajudando. (Ela fala com um pouco de vergonha.)

Dilan: - Obrigada.

Eu: - Então já voltamos.

Eu e Nati subimos as escadas e fomos em direção ao nosso quarto, tomo um banho relaxante, passo meu hidratante coloco um pijama, não muito curto, afinal eu moro junto com um homem, ele é como um irmão, mas não deixa de ser homem.

Quando acabo de me arrumar vou para cozinha ver se a janta está pronta, e quando chego no rumo da porta fico chocada com o que vejo.

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