Capítulo #09

Alex e o Augusto vem na nossa direção, gostaria de saber como duas pessoas conseguem ser tão lindas, mas quem chama a minha atenção é o Alex, ele está usando uma calça jeans preta, camiseta e tênis branco, quem diria que uma roupa casual o deixaria ainda mais atraente.

Quando eles finalmente chegam até nós o Augusto é o primeiro a falar.

Augusto: — Boa noite! Arranquei o Alex daquele escritório para curtir um pouco, espero que não se importem.

Eu: - Sem problemas.

Respondo no automático, e surpreendo-me em perceber que realmente gostei dele ter vindo.

Nati: - Senta aí, fiquem à vontade.

O Augusto puxa uma cadeira e senta ao lado da Nati, e o Alex se senta ao meu lado.

Augusto: — Então já pediram as bebidas.

Nati: — Ainda não, chegamos quase agora também.

Augusto: — Então vamos pedir, o que vão beber?

Rebeca e Grazi pedem uma cerveja, Sérgio pede um whisky, eu, Nati e Dilan pedimos um drink não alcoólico.

Alex: — Vocês não bebem?

Eu: — Não, na faculdade tomamos um porre e a ressaca foi tanta que prometemos nunca mais beber.

Augusto: — Agora vai ter companhia Alex.

Eu: - Você também não bebe?

Alex: — Não.

Ele responde de uma forma direta, resolvo não perguntar o motivo. O Augusto chama o garçom e pede as bebidas, ficamos conversando, no começo todos ficam tensos com a presença do chefe, mas, para minha surpresa e de todos, o Alex está de bom humor, falou poucas palavras, mas pelo menos interagiu, então aos poucos todos vão se soltando.

As nossas bebidas chegam e estavam uma delícia, a minha era de maracujá, o clima estava ótimo, até que chegou uma mulher puxando assunto com o Alex.

Mulher: — Oi gato, qual o seu nome?

Alex: — Não estou interessado. (Ele fala sem olhar para ela.)

Mulher: — Qual é, vamos nos conhecer melho, o meu apartamento fica aqui perto.

Alex: — Já disse que não estou interessado, agora porque não vai se oferecer para outro antes que eu chame os seguranças?

A mulher sai visivelmente irritada com a rejeição, fiquei surpresa com a ousadia dela, mas fiquei mais surpresa ainda por ele rejeitar, porque a mulher podia não valer nada, mas era linda.

Nati: — Dispensando uma mulher dessas chefinho?

Ela fala brincando, confesso que fiquei com medo dele ser grosso, mas ainda bem que ele levou na brincadeira.

Alex: — Digamos que ela não faz meu estilo.

Rebeca: - Também, lindo desse jeito pode até escolher.

Pelo visto ela falou sem pensar, porque assim que acaba arregala os olhos e fica toda vermelha, o seu namorado olha com uma cara feia e eu posso jurar que vi ele apertando o braço dela, mas pode ser coisa da minha cabeça porque só eu notei.

Grazi: — Gente vamos dançar? (Ela fala já se levantando.)

Nati: — Eu topo, quem vem?

Todos levantamos animados para dançar, menos o Alex.

Eu: — Você não vem?

Alex: — Vou ficar por aqui mesmo.

Eu: — Está bem.

Descemos para a pista de dança, estava tocando uma música eletrônica contagiante, começo a dançar como se não houvesse amanhã, do nada a música para e o DJ começa a falar.

DJ: — Fiquei sabendo que temos brasileiros hoje na casa. Essa é para vocês.

Começa a tocar um funk antigo, fico muito feliz, pois era uma música que eu amava e com uma letra suave, eu, a Nati e a Grazi começamos a fazer os passos da coreografia, Dilan prefere só observar, todos pararam por um tempo para nos ver, estava me divertindo muito. Quando a música acabou, aviso as meninas que vou ao banheiro.

Nati: — Quer que nós te acompanhe?

Eu: — Não precisa, já volto.

Nati: — Tá bom não demora.

Vou em direção ao banheiro, quando chego tem uma pequena fila, fico aguardando atrás da última pessoa, me distraio olhando o ambiente quando sinto alguém puxar o meu braço, olho e vejo ser o Sérgio, namorado da Rebeca.

Eu: — O que foi Sérgio, a Rebeca está me procurando?

Ele me puxa para um canto escuro e me prende contra a parede, tento empurrar, mas o mesmo chega ainda mais perto.

Sérgio: — Estou doido por você desde a hora que lhe vi.

Eu: — Deixa de ser louco, você é namorado da minha amiga.

Sérgio: — A Rebeca da pro gasto, mas você é bem melhor!

Eu: — Ele começa a beijar o meu pescoço, fico desesperada, tento com todas as minhas forças empurrar, mas é em vão, começo a chorar achando que o pior vai acontecer, de repente sinto ele saindo de cima de mim, olho e vejo o Alex dando vários socos nele.

O Sérgio já está todo ensanguentado quando os seguranças chegam e tiram o Alex de cima dele, forma aquele tumulto, depois de alguéns minutos vejo os meus amigos chegando e corta o meu coração ver a cara de horror da Rebeca.

Rebeca: — Gente o que aconteceu? (Ela pergunta já em prantos.)

Alex: — O que aconteceu é que o seu namoradinho estava tentando abusar da Amélia.

A Rebeca começa chorar mais ainda, as meninas tentam acalma-la, mas é em vão. Pouco depois a polícia chega, o Alex conversa um pouco com os policiais e por fim levam o Sérgio para delegacia.

Alex: — Você está bem?

Eu: — Não tenho certeza.

Nesse momento todos se aproximam.

Rebeca: — Me perdoa Amélia, a culpa é minha.

Eu: — Não fala isso, é tão vítima quanto eu. (Falo e nos abraçamos)

Alex: — Amélia, os policiais falaram que precisa ir dar o seu depoimento. Augusto cuida de tudo?

Augusto: — Pode ir que levo o pessoal para casa.

Alex me conduz para fora da boate, entramos no seu carro e fomos em direção a delegacia, vou em silêncio até que ele fala comigo.

Alex: — Você vai ficar bem, aquele imbecil vai pagar por isso! (Ele fala e faz um carinho no meu rosto.)

Eu: — Obrigada por ter me salvado, mas, como conseguiu me achar naquele canto escuro?

Alex: — Desde quando cheguei, notei que ele mesmo estando com a namorada não tirava os olhos de você, e isso me incomodou, vocês foram dançar e eu fiquei lá de cima lhe observando, quando saiu, notei que ele foi logo atrás, vi ter algo errado e desci correndo para te achar.

Eu: — Então não foi dançar para me proteger?

Ele não responde, e para mim isso é uma afirmativa, encosto a cabeça no seu ombro e digo:

Eu: — Obrigada por cuidar de mim.

Fico deitada no seu ombro até chegarmos na delegacia, quando entramos vejo um rapaz muito parecido com o Alex, porém mais novo, vindo na nossa direção.

Alex: — Amélia, esse é meu irmão mais novo Victor, ele é advogado e vai nos ajudar a fazer aquele imbecil ter o que merece.

Victor: — Muito prazer Amélia.

Eu: — O prazer é todo o meu e obrigada por se dispor no meio da madrugada.

Victor: — Imagina, o Augusto ligou e disse o que aconteceu, vim na hora ajudar, mas vamos ao que interessa, o delegado está aguardando o depoimento de vocês, o Sérgio está detido, mas como ele é réu primário provavelmente vai poder responder em liberdade.

Eu: — Certo, só quero ele longe de mim.

Victor: — Fica tranquila que já solicitei uma ordem de restrição.

Eu: — Obrigada.

Ficamos cerca de uma hora na delegacia, prestei o meu depoimento e o Alex também, por fim fomos liberados, entramos no carro e fomos embora.

Eu: — Mas uma vez obrigada, não sei o que teria sido de mim se não tivesse aparecido.

Alex: - Não precisa agradecer, sempre que precisar estarei aqui.

Fico pensando nas suas palavras até pegar no sono, acordo já é de manhã, estou deitada numa cama super confortável, não reconheço o ambiente e fico sem entender o que está acontecendo, não sei onde estou, olho para a porta e vejo o Alex em pé apoiado nela.

Eu: — Alex o que está acontecendo, essa não é a minha casa!

Alex: - Eu sei, é a minha.

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